Primeiro de Maio: negou-se informação ao público
- Detalhes
- Plínio de Arruda Sampaio
- 02/05/2007
Publicamos abaixo a carta aberta de protesto do ex-deputado constituinte e diretor do Correio da Cidadania, Plínio Arruda Sampaio, aos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de São Paulo.
***
Srs. Otavio Frias Filho, diretor de redação da Folha de S. Paulo, e Roberto C. Mesquita, presidente do Conselho de Administração do O Estado de São Paulo.
No dia 1° de maio, na cidade de São Paulo, houve quatro celebrações do Dia do Trabalho: a da Força Sindical, que reuniu um milhão e oitocentas mil pessoas; a da CUT, que reuniu trezentas mil; a da CGT, que não se sabe quantas pessoas reuniu, porque sumiu do noticiário; e a das centrais sindicais e movimentos populares de oposição ao governo - Intersindical; Conlutas; MST; Pastoral Operária; MTST e vários outros -, que reuniu vinte mil pessoas.
A primeira, segundo a Folha de S. Paulo, com um orçamento de três milhões de reais, sorteou cinco apartamentos e dez automóveis entre os presentes; a segunda, ao custo de dois milhões e quinhentos mil reais, brindou o público com um show do Zeca Pagodinho e vários renomados artistas; a terceira custou setecentos mil reais e não se sabe o que ofereceu; e a quarta constou unicamente de discursos sobre a situação da classe trabalhadora. Reuniu vinte mil pessoas.
Os dois jornais de maior circulação na cidade - a Folha de S. Paulo e o O Estado de São Paulo - noticiaram somente as duas primeiras. Negaram, portanto, aos seus leitores, a informação de que, sem qualquer dos artifícios usados pelas duas centrais governistas para atrair público, as centrais e os movimentos populares de oposição encheram de gente a Praça da Sé.
Venho protestar contra essa omissão, pois a informação constitui requisito essencial da democracia.
Atenciosas saudações,
Plinio Arruda Sampaio
Para comentar este artigo, clique {ln:comente 'aqui}.