Keynes ou não Keynes, não é a questão!
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- Raymundo Araujo Filho
- 19/11/2008
Não sou economista (embora conheça alguns muito bons). E ainda por cima acho que a questão política é SEMPRE mais importante do que a econômica. É a política que comanda a economia. E não o contrário.
Os capitalistas sempre tentam fazer parecer o contrário. O diabo é que muitas parcelas dos que se dizem de esquerda foram influenciados por esta falácia. Notadamente aqueles que, ao chegarem ao poder político formal, reduzem os seus horizontes ideológicos justamente para manterem-se nesta esfera da atuação política: o poder institucional.
Assim, como um dos maiores males que Lula deixará para o Brasil é a pecha der que a esquerda é aquilo ali, outro grande mal que acomete o Brasil, desta vez chancelado pelo capitalismo na sua forma atual, o neoliberalismo, é a redução de horizontes também na práxis política, e sua subseqüente proposição econômica e das formulações a saídas para o atual momento de "crise".
Nada logrará a favor da justiça social e econômica sem que se coloque o povo trabalhador, e pobres em geral, como centro de tudo, e não a economia e seus mecanismos regulatórios do capital - e este sempre em oposição ao trabalho. Ou a luta de classes é algo sazonal, apenas em períodos eleitorais?
É enfadonho hoje vermos gente (economistas e não economistas) a discutir se é Keynes ou não o viável para este momento ao invés de reafirmarmos que nada deve ser feito dentro da ótica formal do capitalismo para superarmos esta crise de acumulação de capital e assalto frontal aos cofres públicos por parte dos que especularam a valer. Agora chantageiam com a pulverização dos fundos que a classe média aplicou, colocando-a como refém (valem 10% do que o capital aplicou).
A meu ver, é isso que define o que é ou não revolucionário. E não as pseudo-bravatas de "esquerdistas de cartilhazinha pseudo-radical", mas de prática adesista e pelega.
Neste momento, o povo trabalhador, e pobres em geral, sofre grave e cruel derrota. Dentro da lógica capitalista, com Keynes ou não, só teremos migalhas para mal mitigar o sofrimento de parcelas ínfimas e as visíveis no tecido social. A ralé continuará no andar de baixo das Galés, e com a ração ainda mais racionada, além do aumento nas chibatadas.
E uns ficam a discutir o sexo de Keynes
Já que não têm formulação que preste, ao menos poderiam respeitar os mortos, natimortos, doentes esfomeados e angustiados, que surgirão sob a égide desta crise fabricada, como se fosse um corolário do trabalho de 8 anos dos neocons e seu boneco ventríloquo George W. Bush. E agora substituído por um artista novo, que vai "normalizar" as coisas para o capital seguir seu curso de exploração do trabalho.
Então, que se mantenham em clara locupletação das benesses do poder, com o seu servilismo explícito. Mas em silêncio, por favor.
Para este projeto do capital-agora-sem-Bush (com se tivesse se transformado em capitalismo bonzinho), já tem muita gente apoiando e trabalhando. Estes que se dizem de esquerda quererem também colaborar, é um vexame sem tamanho.
Pra que direita com uma "esquerda" destas?
Raymundo Araújo Filho é médico veterinário homeopata e detesta discutir o sexo dos anjos.
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Comentários
Vamos nos lembrar de Marx sim, principalmente o analista do Capitalismo. Mas será pela sua célebre frase "O Capitalismo não acabará por si só autofagicamente. Senão pela Luta dos Trabalhadores organizados".
Ao meu ver, os mecanismos de fortalecimento do Capitalimo estão em pé, ainda mais calçados pelo ataque frontal que executam aos cofres públicos, na figura destes repasses aos capitalistas, a exemplo do que fazem Serra e Lulla juntos e iguaizinhos.
Com direito a desmentido de Serra quanto às palavras de FHC sobre Lulla.
Começo a desconfiar seriamente que o verdadeiro candidato de lulla, a sua própria sucessão, não é outro senão alguém do próprio PSDB, que não seja FHC.
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