ANP: Bateram em Aliados
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- Raymundo Araujo Filho
- 22/12/2008
Toda a solidariedade aos sindicalistas e a todos os manifestantes por mais um ato que aproxima os governos Lula e Sérgio Cabral Filho aos da Ditadura Militar. Qualquer semelhança não é mera coincidência. É que os mesmos donos do Capital governam este país, com o beneplácito dos eleitos, seja com que discurso for.
Mas foi muito grave o acontecido na Av. Rio Branco e na frente da ANP, a Agência Nacional do Petróleo, no Rio, na ocasião dos protestos contra o 10º Leilão de nossas Bacias Sedimentares.
Segundo o relato do diretor do SINDIPETRO-RJ, Manoel Cancela, ele foi brutalmente espancado pela PM (quebraram-lhe um braço e costelas), viu um rapaz paulista ser espancado, mesmo algemado e no chão, e até uma senhora de idade, militante do MST, levar cassetetadas da polícia.
Em uma clara aliança, os governos federal (PT – PC do B e quetais), estadual (com o mesmo leque de alianças) e até a prefeitura (DEM), com seus Tartarugas Ninjas, foram para a manifestação, talvez para que relembremos os anos da Ditadura (e mostrando que eles não a esqueceram), comemorando os 50 anos do AI 5. "Todos juntos, Vamos! Pra frente Brasil, Atravessei o Rubicão", devem ter cantado muitos que se dizem de esquerda, mas apoiaram, quando não foram os mandantes, de tal agressão. Os que não apoiaram, mas se calaram, são tão cúmplices quanto seus aliados executores.
O mais trágico nesta história é sabermos que a pancadaria comeu em cima de aliados contumazes do governo Lula e de Sérgio Cabral Filho. Com direito a César Maia descontar uma fatura, com seus opositores do movimento social e sindical.
Assim, melancolicamente, o movimento sindical e social sofre uma derrota, com direito a espancamento, o que expôs a verdadeira faceta destes que ocupam o poder, dizendo mentirosamente, a meu ver, que são ou têm algum cacoete ou viés esquerdista. Pois, para ostentar esta ideologia, é necessário artigo que anda em falta no Poder Lulo-Petista: CORAGEM.
Mas, para os neocovardes e os adesistas da vida, Coragem é uma atitude que incomoda, pois faz um contraste marcante com as suas covardias políticas atuais e, pelo visto, sem volta.
Assim, sob o manto da impunidade, sob o manto da traição do Povo, sob o manto da indignidade política, sob o manto do vilipêndio ideológico, sob o manto, enfim, da mais deslavada covardia, o governo Lula, através de vários de seus subservientes, e com os silêncios cúmplices de sempre, vilipendiaram mais uma vez a decência política, a defesa de nossas riquezas e, por fim, ESPANCARAM companheiros que, afinal, têm se comportado como cordeiros em defesa deste governo entreguista - mas companheiros que, a meu ver, não puderam se calar contra os leilões, por conta de ficarem expostos a uma inação que lhes seria mortal como lideranças confiáveis. E também, é óbvio, por fazerem a defesa do petróleo como parte de seus ideais.
Que a direção do SINDIPETRO e do MST façam uma profunda reflexão neste final de ano triste que passaremos, e se reposicionem politicamente, aproveitando cada recordação que tiverem ao lamberem as suas feridas, causadas pela pancadaria a que foram covardemente submetidos, depois de tanto apoio aos governos agora seus algozes, e tanta crítica àqueles que se passaram à oposição ao Lulo-Petismo e aliados, mas sem se entregarem à direita.
Levantem-se homens! Recuperem a dignidade que estava esquecida nos projetos de apoio a este governo! Reconheçam que os verdadeiros aliados do Povo estão a fazer, arriscadamente, OPOSIÇÃO de Esquerda ao Lulo-Petismo. Que, aliás, está cada dia mais parecido com o Tucanismo.
Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopata e acha que a situação política atual exige que não tenhamos nenhuma complacência com quem está no Poder.
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Comentários
Obs:Parafraseando o grande Lauro Campos, \"não tenho um carrinho de pipoca\" no governo. Nem quero.
Nós, ao contrário estamos solidários ao lado deles, e torcendo para suas boas reflexões, sobre tão grves atitudes daqueles que sempre defenderam.
Ser algoz e companheiro, ao mesmo tempo, é impossível. E ser companheiro e algoz, também.
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