Correio da Cidadania

Barack Obama

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Vivemos, indubitavelmente, em estado de completa orfandade política. O discurso dos dois mundos, o mundo do mal, ocidental e capitalista, e o mundo do bem, onde jorraria leite e mel. O mundo socialista foi por água abaixo depois de ser amplamente agitado em todos os quadrantes da terra como se fosse verdade, como se não houvesse de fato, um só universo de caráter inequivocamente capitalista.

 

Para acalentar a velha esquerda de matriz stalinista, formada de ingênuos, equivocados e fraudadores, eis que surge para consumo latino-americano o "socialismo do século XXI", o socialismo constitucionalista de acentuado conteúdo nacionalista, o que seria uma mera gracinha, não fosse sinal de acentuada esclerose política.

 

O mundo político parou. A velha esquerda, sem discurso, sussurra sua alegria. Barack Obama, senador negro e de ascendência muçulmana derrotou a extrema direita nas últimas eleições norte-americanas. Sinais dos tempos, murmuram os possuídos de impotência política que ardem de ódio ao Império, sem mover, no entanto, uma palha contra o capitalismo do qual esse império é produto. Caso o poder capitalista fosse realmente branco, os negros não galgariam postos de confiança dentro do sistema, como desfruta, por exemplo, a Condolezza Rice.

 

Para esse sistema, acima de credos religiosos, raça, cor, sexo, está o sagrado direito à propriedade privada e o lucro para poucos. O resto são nuances de natureza subalterna e os exemplos que a história nos fornece são abundantes, a começar pela África do Sul que saiu das mãos dos brancos para governos negros sem que o sistema sofresse nenhum abalo.

 

O fato é que vivemos um drama profundo pela ausência de um movimento anticapitalista à altura de nossas necessidades históricas e, em decorrência disso, muitos buscam nutrir-se de migalhas e fantasias. Substancialmente, Obama é uma dessas migalhas, tendo em conta os verdadeiros interesses da humanidade.

 

Gilvan Rocha é Presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP.

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Comentários   

0 #3 lamento de quem sofre com o sistemabi sumbula 01-02-2009 07:22
É de lamentar qui no pais onde nasci,vivemos muitos anos de guerra,guerra essa qui deixou uma grande secuela ao povo desse pais.Hojé vivemos com muitas diculdades, vesse muitos antigos soldados poranbulando nas ruas das cidades do pais.gente vivendo de migalhas num dos maiores paises produtor de petroleo da africa subsariana. espero qui com a governação do sr:BARACK HOSSAIN OBAMA,as acoisas mudem por aqui por favor mundo olhem para questões de angola povo sofre devido os corruptos e com a intimidação dos mandões desse pais.
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0 #2 OBAMA É UMA FARSALeandro Santos Dias 24-01-2009 08:11
Gostei muito do artigo, porém quero reslvar que os equivocos de Hugo Chavez saõ piores ainda do Obama no poder, pois ele se autointitula o Socialista Mor do sséculo XXI, pois socialismo num tem século, ou é revolução ou uma caricatura de revolução, como dizia CHE.
Penso que estamos em um momento difícil e como dizia Lenin o momento mais difícil de ser Socialista é este, onde há um enorme refluxo, porém é de fundamental importância a chama ficar ascesa pois um dia ela poderá queimar forte e vigorosa.
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0 #1 A nova cara do impérioHuayrãn Ribeiro 21-01-2009 07:27
Obama é mais um engano, mais uma fantasia. O "império" precisava de uma nova cara. Obama provou que poderá ser muito mais útil para o sistema. A extrema direita saiu, isso sim, renovada, com um novo folego. Não importa a cor: negro, branco amarelo, índio... o sujeito precisa provar que pode ser útil ao sistema, apenas isso. Obama não significa nenhuma mudança. E o que mais me assusta é que Obama pretende usar o Brasil como mediador diplomático na América do Sul. Quando o Brasil ganha importância diplomática para os EUA é sinal que o restante da América do Sul precisa se precaver.
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