Que partido é esse?
- Detalhes
- Gilvan Rocha
- 27/03/2009
Participamos da fundação do Partido dos Trabalhadores – PT. Percorremos os sertões, serras e litorais do Ceará, levando o nome do Partido. Acreditávamos que, em função de sua base social, esse partido acabaria por encarnar os interesses históricos dos trabalhadores, superando os limites do trabalhismo, ou seja, do reformismo próprio das massas populares, seja no Brasil ou em qualquer outro país.
Mas, na verdade, o PT, no que pese sua formação inicial, não tinha discurso plausível. É uma lenda muito mal contada pretender que esse partido, no seu início, tinha um propósito socialista, anticapitalista. Todo o seu discurso resumia-se em se colocar como um partido diferente, cujo propósito seria inaugurar uma nova forma de fazer política.
Daí, "avançou" para o discurso moralista, dizendo, como crê a maioria da população letrada e iletrada, que estaria bem se houvesse honestidade no trato da "coisa pública". Essa postura deu margem a que Leonel Brizola, numa felicidade monumental taxasse o PT como a "UDN de macacão".
Após o seu "avanço" para o moralismo, o partido descambou para a defesa da tese burguesa de que o capitalismo é bom desde que governado com competência, honestidade, abnegação, criatividade e, assim, cunhou o lema: "O modo PT de governar". Esse "modo" haveria de tornar o capitalismo humanizado.
Assim o PT, depois de conquistar algumas prefeituras, conseguiu chegar ao governo com a eleição do Lula para a presidência da República. E aí, estamos vendo a que está reduzido o famoso "modo PT de governar". Para os miseráveis, o Bolsa Família ao custo módico de 11 bilhões de reais. Para as centrais sindicais e estudantis, o engessamento completo e para a grande burguesia os vultosos lucros.
Ao lado disso, alianças íntimas com a bandidagem política destacando-se as figuras de Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e, por último (pasmem) o sinistro Fernando Collor, para alegria dos corruptos. Esse sim é o "modo PT de governar", lá e cá, para desgraça nossa.
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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Comentários
Uma análise simplista como esta demonstra um sentimento reacionário que não permite uma análise racional.
Falta-se muitos elementos, aliás... nesta análise, quase nenhum elemento é considerado, nem mesmo os conjunturais como o enfraquecimento e crise da esquerda mundial e avanço do neoliberalismo
Se nao conseguirmos mudar o rumo do governo ou eleger um governo que realmete se preocupe com o povo e o Brasil ,apos passar o periodo de crise de hegemonia do imperio na America Latina ,nao apenas perderemos uma oportunidade historica como sairemos mais pobres , depedentes e com maior degredacao ambiental [ so para citar, a destruicao que esta sendo feita na Amazomia e criminal ] .
Ótimo texto! Porém é necessário salientar que não concordamos com esta visão (parece) estática e a nosso ver equivocada de atribuir à classe operária a seguinte característica cristalizada “do reformismo próprio das massas populares, seja no Brasil ou em qualquer outro país” conforme o texto acima apresenta.
Talvez seja uma incompreensão minha, mas de qualquer forma, tentei contribuir.
Grande abraço
Dario da Silva
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