Auditoria da Dívida alerta que as duas versões do Código Florestal em tramitação são nocivas
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- 28/04/2012
Nesta semana, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o novo Código Florestal. O texto agrava ainda mais as possibilidades de destruição do meio-ambiente. O objetivo é permitir o avanço do setor agro-exportador, que garante dólares para serem trocados nas vultosas remessas de lucros ao exterior ou para acumulação de reservas internacionais, que têm servido para comprar a confiança dos rentistas que ganham os juros mais altos do mundo na dívida pública, às custas do povo.
Os deputados tiveram de escolher entre duas propostas: a que veio do Senado (que já permite grande destruição ambiental) e a proposta ainda mais danosa, do relator Paulo Piau (PMDB/MG), que terminou sendo aprovada, e segue para a sanção da presidenta Dilma.
Apesar de o PT ter orientado a votação na proposta do Senado (sob a contraditória alegação de que estaria, desta forma, a favor do meio ambiente), é preciso lembrar novamente que esta proposta já é bastante nociva, conforme já mostrado na edição de 8/3 deste Boletim.
É preciso ressaltar também que foi a própria base do governo – inclusive o presidente da Câmara, Marco Maia (PT/RS) – que fez acordo com a “bancada ruralista” para colocar a matéria em votação, tendo aprovado a “urgência” do projeto, apesar de ciente dos riscos de que a pior proposta viesse a ser aprovada, já que grande parte da sua própria base é ruralista.
Em conjuntura marcada pela organização da Conferência Rio + 20, que enaltece a necessidade de cuidado com o planeta, fica escancarada mais essa contradição do governo submisso à financeirização brutal inclusive do meio ambiente.
Ainda que a presidenta Dilma vete total ou parcialmente o texto aprovado para esse nocivo Código e mantenha o texto do Senado (o que pode ser feito mediante edição de Medida Provisória), a derrota do meio ambiente estará consumada, pois a qualquer tempo - inclusive logo após os holofotes da “Rio + 20” - tanto o veto como a possível Medida Provisória poderão ser derrubados pelos parlamentares, evidentemente.
Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida.