Correio da Cidadania

Eleições na Grécia: grande derrota do FMI, e grande vitória da Auditoria Cidadã da Dívida

0
0
0
s2sdefault

 

A grande mobilização social contra as rigorosas medidas neoliberais impostas à Grécia pela Tróika – FMI, Banco Central Europeu e Comitê de Bancos Privados -, justificadas na crise “da dívida” pública naquele país, levou a uma grande derrota eleitoral dos partidos que defenderam tais políticas nefastas.

 

Apurados 99,94% dos votos do povo grego, o principal partido do país (o PASOK, “Partido Socialista” que venceu as últimas eleições, mas vinha implementando as políticas do FMI e União Européia) sofreu violenta derrota: de 160 deputados atuais, deve passar a ter apenas 41 parlamentares!

 

Por outro lado, o Syriza – coalizão de partidos da esquerda radical, que impulsionou a Auditoria Cidadã da Dívida na Grécia – passará a ser a segunda força no Parlamento Grego, e deve subir de 13 para 52 membros! Uma das grandes vitoriosas do Syriza é a deputada Sofia Sakorafa, a parlamentar mais votada de Atenas.

 

Sofia Sakorafa havia sido expulsa do PASOK devido à sua recusa em votar a favor do acordo com o FMI em 2009. A coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, encontrou-se com a deputada Sofia Sakorafa quando esteve na Grécia em maio de 2011 participando de grande evento em Atenas, no qual apresentou a proposta de realização de uma auditoria da dívida naquele país. Em outubro de 2011, Sofia Sakorafa esteve em Brasília e abrilhantou o Seminário Internacional “Alternativas de Enfrentamento à Crise”, organizado pela Auditoria Cidadã da Dívida e pelo CADTM, bem como a Audiência Pública realizada no Congresso Nacional em 6/10/2011.

 

Com o resultado das eleições, o grupo de partidos à esquerda do PASOK (composto por Syriza, KKE e DIMAR) aumenta fortemente sua representação, subindo dos atuais 34 para 97 parlamentares.

Tal mudança na conformação política do parlamento grego já está provocando o “nervosismo dos mercados”, com grandes quedas nas bolsas asiáticas, pois a coalizão que hoje governa o país – PASOK e a “Nova Democracia” – perdeu a maioria no Parlamento, e deve ocupar apenas 149 das 300 cadeiras. Desta forma, será bem mais difícil a manutenção das políticas impostas pela “Troika”, tais como o corte de gastos sociais com saúde, educação, assistência, entre outros; as reformas da previdência, demissões em massa, entre outras, que têm levado o povo grego a tragédias inimagináveis, como suicídios em praça pública.

 

De acordo com Eric Toussaint, do Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM), “o resultado da Syriza é muito positivo, pois esta coalizão apresentou como propostas a suspensão imediata dos pagamentos da dívida grega por três anos e o fim das medidas de austeridade impostas desde 2010, quebrando os acordos com a Troika (FMI/União Européia). Vários membros do Syriza apóiam ativamente a Auditoria Cidadã da Dívida grega.”

 

Notícias diárias comentadas sobre a dívida: www.auditoriacidada.org.br

0
0
0
s2sdefault