Secretário de Alckmin aponta “distração” de feridos no metrô; governo não investiu 25% do previsto na linha do acidente
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- 16/05/2012
Secretário de Alckmin diz que passageiros do metrô se feriram por estarem 'distraídos'
O acidente entre os trens do metrô na manhã de quarta, 16, que deixou dezenas de feridos, segundo o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Ferreira, foi causado por falha do freio automático. "A velocidade era baixa, semelhante à velocidade de quando os trens engatam. Algumas pessoas só se machucaram porque estavam distraídas", considerou Ferreira em entrevista à rádio ESPN Estadão.
Ele explicou que a velocidade em que o trem estava, entre 9 e 12 quilômetros por hora, é a mesma velocidade de quando um trem engata no outro, ou seja, quando as composições se acoplam. "O tamanho do choque foi semelhante ao do engate. Mas a desaceleração do freio de emergência não foi o suficiente para evitar o choque", ponderou o secretário.
Fernandes descartou a possibilidade de que os trens do metrô estivessem sobrecarregados, devido à alta demanda de passageiros, principalmente na linha onde ocorreu o acidente. O secretário descartou também que os trens estejam operando com menores intervalos de tempo, o que facilitaria uma colisão.
"Está descartada a hipótese de ter sido causado por conta de menores intervalos entre os trens. Há muita demanda, mas eles ainda dão conta. Não mudaram os intervalos entre um trem e outro, vão mudar futuramente", ponderou Jurandir Fernandes.
Para Ailton Brasiliense, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos, a possibilidade de a colisão ocorrer era zero, "e de acontecer outra vez também é zero". “Só o metrô pode apontar as causas. Tem todas as gravações e os registros de tudo o que ocorreu, segundo por segundo. Tudo precisa ser checado: a velocidade do trem, a condição dos equipamentos, a movimentação dos veículos”.
O acidente, que ocorreu entre as estações Penha e Carrão, da linha Vermelha, deixou cerca de 40 feridos. Segundo o Metrô, neste momento, todas as linhas funcionam normalmente.
Fonte: Rede Brasil Atual.
Governo de São Paulo não investiu 25% do orçado para linha de acidente do metrô
Dados divulgados pela bancada do PT na Assembleia Legislativa mostram que R$ 10,3 bilhões deixaram de ser injetados na rede nos últimos 12 anos.
O governo do estado de São Paulo deixou de investir R$ 65 milhões em 2011 na Linha 3 – Vermelha do metrô, que hoje (16) registrou um acidente na estação Carrão, na zona leste da capital, com ao menos 47 feridos. O valor corresponde a um quarto do orçado no ano passado para a modernização deste ramal.
Dados divulgados pela bancada do PT na Assembleia Legislativa paulista mostram que R$ 208 milhões que chegaram a ser orçados não foram investidos em toda a rede, o que representa 31% do total destinado a esta atividade. Se levados em conta os valores destinados à ampliação, dos R$ 4,5 bilhões previstos no Orçamento, apenas R$ 1,16 bilhão foi efetivamente executado.
“Assim, não é de se estranhar que uma falha técnica seja a hipótese mais provável da causa do acidente no Metrô desta quarta entre as estações Carrão e Tatuapé”, observa o comunicado emitido pelo partido. De 1999 a 2011, segundo o levantamento, deixaram de ser aplicados R$ 10,3 bilhões, suficientes para construir mais 25 quilômetros de metrô.
As causas do acidente desta manhã serão apuradas. O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, sustentou que uma falha nos freios pode explicar a colisão entre dois trens, inédita na história da corporação. Nos últimos meses, atrasos e pequenos acidentes se tornaram freqüentes e passaram a ser registrados de forma crescente, até o problema de hoje.
Em outra frente, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) editou em abril deste ano o Decreto 57.993 cortando parte da verba destinada à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), cujo serviço também vem apresentando falhas constantes. Dados obtidos pelo PT no Sistema de Acompanhamento da Execução Orçamentária mostram que o remanejamento de R$ 162 milhões eliminou 15% dos investimentos previstos este ano para o setor.
Fonte: Rede Brasil Atual.