Muito pior!
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- Gilvan Rocha
- 08/08/2009
Há correntemente o pensamento entre o povo letrado, bem letrado e iletrado que a falta de pão, leite, moradia, transportes, segurança, dão-se pela simples razão de que o dinheiro destinado ao bem estar social é desviado pela corrupção. Em outras palavras, o capitalismo seria bom, caso fosse administrado com decência. Isso é um engano presente desde as cabeças mais ilustres às menos providas.
Na verdade, a corrupção é um cancro social. Algo que agrava mais o nosso drama. Mas esse cancro, como tantos outros tem uma matriz e essa matriz tem um único nome: capitalismo.
Fui fundador do Partido dos Trabalhadores (PT). Fui também fundador do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). No último dia 30, o PSOL, por sua direção majoritária, exibiu seu programa de televisão e ficou evidente que pode vir a ser um partido muito pior do que fora o PT. O PT, além de ter uma ampla base social de apoio, tinha participação (mesmo ingênua) de segmentos intuitivamente socialistas. O PSOL, não!
Nasceu de uma dissidência parlamentar sem inserção no meio social que faz o mesmo discurso dos partidos da "ordem", o discurso da direita. Eles não denunciam o capitalismo. Limitam-se a denunciar suas mazelas, não imputando culpa a suas verdadeiras causas, visto que toda culpa reside unicamente no sistema capitalista.
O discurso da senhora Luciana Genro foi lamentável. O mesmo ocorreu com os demais, principalmente com a tradicional moralista e costumeiramente atrevida Heloísa Helena, sempre escudada na sua condição de mulher. Tenta-se salvar o discurso do João Alfredo. Mas o ambientalismo não pode ser coisa tão somente de "expert". Enquanto for dessa maneira, assim como o socialismo, estaremos completamente perdidos! Socialismo, ambientalismo, caros senhores, devem ser amplamente popularizados e nunca coisas de doutos especialistas de viés acadêmico.
O programa de TV exibido revelou a tragédia política que vivemos. Não creio existir o crime de opinião. De qualquer forma, não abdicarei da verdade.
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP. Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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Comentários
Uma nova teoria para a Revolução Brasileira terá de ser extraída e consrtruída com os partidos sendo apenas, eu disse APENAS, instrumentos de expressão das conclusões do Movimento Social, Popular e Sindical organizado, além de manifestações, nestes tempos pós modernos, de pensamentos e expressões politicas de vários matizes, que hoje conseguem ter visibilidade em faixas próprias.
Os Leninistas, Trotskistas e outros que me perdoem. Mas entregar a vanguarada dos destinos do País e das formulaçãos políticas a esta gente imatura, perseguidoras do poder da maneira mais tradicional possível (olhem como se dão as disputas dentro dos partidos), não me anima (e a muitos) nem um pouco.
Outros tempos, outras formas de organização e expressão política. Se os partidos quiserem recuperar o respeito e confiança que perderam da população, que desçam do pedestal pseudo vanguardista, contenham as suas e seus doidivanas (não só fora dos partidos que eles(as) existem), e passem a construir JUNTO com a sociedade o projeto para o Brasil. Abram as portas dos partidos a expressões progressitas, mesmo que não rezem no catecismo do vanguardismo partidário. Mostrem-se generosos.
A começar por estancar a velha política aparelhista do movimento e sindicatos, onde os cargos de diretoria continuam a ser divididos como sesmarias, para os partidos, que dominam os aparelhos institucionais dos trabalhadores e sociedade organizada.
Se não baixarem a bola, não vai dar. O que faz o PSOL e o PSTU no SINDIPETRO RJ?
Estão compactuando com a blindahgem do Lulla e críticas técnicas e periféricas, e não quanto à Natureza Política do Governo Lulla, tática escolhida pela forçça que detém hegemonia e toda a expressão do Sindipetro.
Se é para privilegiar a participação no aprelho sindical (realmente podero$o), em detrimento da Política, estão cometendo um erro terrível. E se é por acharem que os petistas da direção são mais a esquerda do que os da FUPE, por exemplo, por fazerem críticas periféricas ao Lulla, irão apenas desaguar em apoio à Dilma em 2010. Ser massa de manobra dentro do próprio sindicato que fazem parte da direção é um papel ridículo, para quem diz ser uma alternativa classista.
Abre o olho, gente!
Cheque em branco, não vai ser dado, nunca mais, por ninguém. Podem escrever. O cheque eleitoral pode ser dado até em troca do Bolsa Família, mas em branco, nunca mais.
Quem amiga, aviso é!
É. O PSOL, como as demais tentativas, de início parece uma certeza, depois parece uma aposta. Para muitas vezes terminarem numa desilusão, como foram os casos PCB-1958; Ligas Camponesas-1960; Pousadismo-1963; MCI-1970; PT 1979/80. O grave é desistir.
Na verdade, sou militante em tempo integral há 50 anos, e todo problema está exatamente em saber o que fazer de forma consequente. Tenho idade porém, para saber o que não fazer, e dizer para os demais, não repetirem erros tão crassos.
Não se trata de simplesmente defender ou acusar determinados partidos. O fundamental é construir um programa e uma política de caráter anticapitalista. O caminho eleitoral é aceito. Os vícios eleitoreiros devem ser banidos. Agradar o povo com mentiras, é uma prática conservadora.
Pelo contrário, deixou-se há muito tempo de se fazer o combate aberto e ostensivo ao capitalismo. Em lugar do anticapitalismo, floresceu o maldito nacionalismo. Não há uma manifestação sem que se veja a queima do "inimigo principal", o império ianque. Estabelece-se alianças até com o fascismo, como é o caso do Irã, da Síria e do Talibã. A distorção está aí. Não na presumida divisão. Lembre-se: os irmãos metralhas são unidos.
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