Pedro Simon: ‘Nasce um novo PT, o PT do Lula, do Collor, do Sarney’
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- Rodrigo Mendes, Colaboraram Valéria Nader e Gabriel Brito
- 20/08/2009
No fim do dia em que o ex-presidente José Sarney teve todas as acusações contra ele arquivadas pela Comissão de Ética do Senado Federal, o Senador Pedro Simon (PMDB-RS) concedeu ao Correio da Cidadania uma amarga entrevista sobre o assunto.
Ainda que a maioria da mídia faça sua cobertura sobre o caso quase que exclusivamente do ponto de vista de quem ganhou e quem perdeu espaço, e qual o reflexo para as eleições presidenciais de 2010, Pedro Simon aceitou fazer uma reflexão sobre o que a manutenção de Sarney na presidência do Senado representa.
Sem tocar no assunto de quantos pontos a provável candidata petista Dilma Roussef perde, ou qual o reflexo disso para Ciro Gomes, ou como reverbera o caso nas disputas internas do PSDB, Simon demonstra a gravidade do tema.
O Senador nos faz lembrar que a continuidade do processo era a via da investigação, da averiguação das acusações contra José Sarney. Mas o processo acabou sendo arquivado sem nenhum grau de apuração além do já feito pela Polícia Federal. De quebra, também foram arquivadas as acusações contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Ou seja, acusações de corrupção (que são baseadas em fatos reais) não são mais do que munição para as negociatas, barganhas e disputas nas mais altas esferas do poder brasileiro.
Correio da Cidadania: Em entrevista concedida ao Correio no início de fevereiro, o senhor disse que, apesar de não ter votado em Sarney, estava tranqüilo, pois, se ele voltava a presidir o Senado a esta altura, era pra prestar um trabalho à nação, e não para se acomodar. Diante da atual crise no Senado, tendo Sarney como grande protagonista, o que o senhor diria?
Pedro Simon: Eu imaginava, embora não tivesse votado nele e ele tivesse sido eleito por pressão do presidente lula, que ele faria uma boa administração. Afinal, ele estava no final de seu mandato [de senador]. Lamentavelmente, começaram a surgir essas denúncias, que não são campanha da imprensa, foram informações vazadas pela Polícia Federal. E as acusações são gravíssimas, e ele [Sarney] não teve grandeza, não se licenciou, não se deixou nem investigar. É uma desmoralização. E houve muita dificuldade do Lula, que colocou toda a máquina do governo a serviço da defesa do senador José Sarney.
CC: Que interesses estão realmente em jogo por trás das denúncias a Sarney?
PS: As denúncias foram feitas por conta de uma investigação de longa data que a PF vinha fazendo, e elas começaram a ser publicadas, desde a nomeação do irmão, neto, namorado, até atos secretos. No início a gente aceitava um licenciamento. Mas o senador José Sarney não se licenciou e não aceitou a apuração. Tudo foi arquivado na Comissão de Ética, tudo. O governo tinha maioria [na Comissão de Ética], devia permitir que se abrisse o processo, que se investigasse. Arquivaram tudo.
CC: O senhor afirmou que Lula colocou toda a máquina do governo a serviço de Sarney. E como avalia o comportamento do PT nesse processo?
PS: O grande vitorioso é Lula, porque foi ele quem bancou tudo. Interviu na bancada do PT, que inclusive está reunida nesse momento. Eles tinham decidido que iam pedir o licenciamento, e o Lula exigiu que a bancada votasse como votou hoje, pelo arquivamento. Nasce um novo PT, o PT do Lula, do Collor, do Sarney.
CC: Senador, por que o presidente Lula defende com tanto afinco o senador José Sarney?
PS: O Lula acha muito importante a aliança com o PMDB. E com essa trinca, Sarney, Renan e Jáder, ele acha que tem uma garantia de que tem o PMDB com ele [agora e para as eleições presidenciais de 2010]. Agora, o Lula tem uma paixão, uma coisa inexplicável pelo Sarney, que faz com que ele o defenda assim, com tanto afinco, tanta garra.
CC: E como fica a situação do senhor agora no partido?
PS: Minha situação fica igual, continuo meio isolado. O partido não está todo com o Lula, tem muita gente namorando o Serra, a Marina [Silva]. A situação do Sarney com o Lula é forte. Eu estou isolado.
CC: A seu ver, qual é o significado para a sociedade da permanência de Sarney na presidência do Congresso?
PS: É uma bofetada na cara da sociedade. Pesquisa da Folha de S. Paulo indica que 73% das pessoas acham que Sarney tinha que ser afastado, e hoje se arquiva tudo. É uma profunda tristeza.
CC: Com o atual estado de coisas do Senado, o que o senhor pensa acerca do fim do bicameralismo, com a extinção do Senado, conforme vem sendo aventado por vários políticos, estudiosos e intelectuais?
PS: A principal conseqüência é essa, vai crescer esse movimento. Com tudo isso, discute-se a necessidade de existirem duas câmaras. Com a vitória do Sarney, essa idéia do fim do bicameralismo vai crescer mesmo. Claro, trata-se de um conteúdo importante. Eu acho, no entanto, que o Senado tem um papel importante, é importante sua presença. Mas esse é um assunto muito complexo, eu não gostaria de comentar muito sobre isso agora, porque é um tema que exigiria uma outra boa e longa discussão.
Rodrigo Mendes é jornalista; Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania; Gabriel Brito é jornalista.
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Comentários
Eu enxergo aquela casa como uma instituição onde os senhores cuidam de seus interesses, do interesse do grupo social aos qual pertencem e cuidam também dos interesses das empresas, instituições e corporações que representam, desconsideram a soberania popular.
O dia que os cidadãos brasileiros tiverem acesso e informações sobre seus direitos e garantias individuais consagrados na Constituição Federal é o início de uma provável mudança.
O dia que a população deixar de assistir novelas, e programas televisivos mentirosos e desqualificados, será a continuação de uma possível mudança;
O dia que a população deixar de votar no inimigo é a mudança, com justiça social.
Desafio qualquer um destes a apontar uma só polítivca de Lulla que não tenha características neoliberais e apoio da burguesia brasileira e internacional. E não me venham com as críticas periféricas que a mídia corporativa faz, mas sem reclamarem do régiopagamento da dívida, com o escorchante superávite primário, a entrega do petróleo, da amazônia e do cerrado, o apoio ao agronegócio, a paralização da reforma agrária e outros quetais.
De minha lavra, não encontrarão um só artigo defendendo estes pedros Simons da vida. Ms, tento atacar quem realmente está no poder. E este têm nome: Lulla e os apoiadores do lullopetismo entreguistas.
Aguardo os artigos que solicitei, destes que agora acham que a corrupção é coisa de udenista. Há pouco tempo eram adeprtos do Fora FHC, por quel motivo? CORRUPÇÃO.
Ou já se esqueceram o que diziam e escreviam, tal e qual FHC?
Quanto ao Tasso, que um jornalista udenista (lacerdista, original, não os neo-udenistas da esquerda festiva ou da direita hidrófoba), já chamou de corrupTASSO uma infinidade de vezes, nada também. Aliás, o jatinho já foi consertado com as peças de contrabando?
Quanto ao Agripino, aquele que considera como virtude a delação de companheiros e que, para ele, se o cidadão não contar a verdade sob tortura é porque não passa de um mentiroso, nada também. É uma virgem impoluta e o exemplo de honestidade, caráter e honra.
Esses aí em cima, e nem vou me aprofundar com a hipocrisia do entreguista Simon com sua corrupção explícita e assassinatos covardes do pessoal do MST na própria casa(RGS), e mais outros tucanos e pefelistas corruptos são menos importantes que o Sarney para os neo-hipócritas e neo-golpistas.
As virgenzinhas neo-udenistas descobriram agora que o Sarney é outro coronelão. Descobriram agora porque a mídia esgôto e seus papagaios no Senado não aceitam seu apoio ao Governo. Então, tá!
A hidrofobia anti-petista é comovente. São como cães que latem, babam e fingem atacar a caravana que vai passando tranquilamente. Enquanto isso, os corruptos históricos e coronelões lobistas da UDR e da FIESP se reunem em restaurantes de Brasilia, ou até em Nova York para prestar contas aos patrões daqui e do Departamento de Estado sobre os próximos passos que darão para a retomada do Estado e a continuação da doação do patrimônio público.
Como disse o Azenha: "É o pré-sal, estúpido!"
Como diria o velho e sábio João Saldanha: "Meus amigos...Vida que segue..."
LAMENTÁVEL.
CHEGA DE CORRUPÇÃO!!!!
É assim que se comportam os nossos senadores da República: sem seriedade. Por isso o questionamento da sociedade, que não é beócia como alguns senadores arguem, acerca da continuação do Senado Federal, dispendioso, cheio de político lero-lero e sem credibilidade.
Julio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC
suas corrupção formando, criando a SECRETÁRIA MUNICIPAL E ESTADUAL DE DEFESA DA CORRUPÇÃO, onde com certeza uma funcinário que não roubar vai ser dispensado da função.
é isso aí.
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