O PT e os Picaretas
- Detalhes
- Gilvan Rocha
- 05/09/2009
Não faz tanto tempo assim, que o senhor Luís Inácio Lula da Silva, nosso presidente, expressando toda sua indignação com o Congresso Nacional, afirmou que ali se abrigava cerca de trezentos picaretas. Naquela ocasião, mesmo sendo militante do Partido dos Trabalhadores, escrevi um longo artigo com o seguinte título: "E quantos picaretas tem o PT?". O referido artigo, publicado na imprensa cearense, repercutiu muito, e o PT que, realizava o seu Congresso Estadual, resolveu considerar-me "persona non grata", como retaliação.
Teria eu, com meu artigo ferido os brios do Partido que naquele momento auto-determinava-se um covil de imaculados, guardiães da moralidade. Aliás, o discurso político maior desse partido era a moralização no trato da coisa pública. Não enxergavam que a corrupção é um cancro inerente ao regime capitalista. E tão exagerados eram que levaram o ex-governador Leonel Brizola, de gloriosa memória, dizer com acerto que o PT era a UDN de macacão.
Passaram-se os tempos, e o PT, aqui e ali, foi conquistando governos municipais, estaduais e até a presidência da República. Aí as coisas começaram a mudar de figura. Primeiro, foram as pilantragens registradas em um ou outro segmento cutista. Depois, foi o desmascaramento do mensalão, operação comandada pelo sinistro José Dirceu, com o objetivo de assaltar de forma sistemática o dito dinheiro público. Teve a operação "sanguessuga". Seguiu-se o lixo de Ribeirão Preto, com o senhor Palocci. Houve também o golpe do dossiê, contra o José Serra. Enfim, o PT passou a abrigar bem mais do que três centenas de picaretas.
Não bastasse tão triste fim, o "partido da moralidade" haveria de estabelecer um estreito concubinato com a velha pilantragem dessa "nossa" República. Jader Barbalho, Renan Calheiros, José Sarney, Gilvan Borges, José Múcio, Romero Jucá, Collor de Melo, e outros tantos pilantras, passaram a comer tranquilamente no mesmo cocho, buscando um único objetivo: perpetuar-se no governo, lambuzando-se dos seus fétidos privilégios.
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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Comentários
Sds do Luiz Carlos
Perpetuar-se na lideranca, no topo, no comando, faz parte do processo de enriquecimento e uso dos privilégios.
A populacao não entra nem como ator, pois eles nem conseguer se dar conta de que não tem educacao suficiente e conhecimento histórico e contextualizado dos candidatos para escolher de fato alguem que preste, sempre estarão aqueles que pagaram as melhores propagandas, que conseguiu ludibriar uma quantidade maior de pessoas.
Me sinto profundamente desiludido do processo democratico por completo, quando vejo que nem tele-jornal, mundialmente falando, consegue entregar qualquer tipo de noticia sobre os emaranhados da politica e suas raízes bancárias.
A partir do momento que politico é tratado como ser especial, o que se pode considerar como um DEUS no meio de uma massa de gente ignobil à usurpacao de suas almas, nada mais pode funcionar, porque até assassino podem usufruir de poder politico e nao ser preso!
Gente, enquanto politico nao for colocado no poder, com a devida falta de poder de fazer o que quiser, e sim o que as pessoas que votaram nele querem, nao vai existir nenhum tipo de movimento politico que realmente represente qualquer coisa que o povo queira.
Eu nao quero votar em politicos, quero participar ativamente de qualquer coisa que seja proposta, o politico é meramente uma ferramenta humana para se propor isso, mas eles nao podem ter o poder de decidir nada, nem mesmo podem ter o poder de ser imunes as regras impostas a todos os outros, eles nao são diferentes de ninguém.
Ao assumir a presidência em 2003, tínhamos um Movimento Social, Sindical e Popular em franco acenso organizativo e ativo. Pronto e maduro para dar ouvidoa à convocação presidencial, para manifestarem-se em defesa de um programa de Profundas Reformas Estruturais e Éticas, no trato do Governo e da Política.
Mas, Lulla optou pelo conservadorismo, tradição do pior sindicalismo pelego (que le semprte combateu, e fez sua imagem popular).
Mandou todos ficarem em casa, aguardando os projetos assistencialistas e ganhando tempo para ver se acertava alguma coisa estratégica para o país, coisa que não tinha.
Assim, foram tendo de chafurdar em acordos pela governabilidade, nada mais que uma senha para liberar o furdunço anto republicano.
As influências íntimas e perniciosas de pessoas como Stanley Gacec (AFL-CIO) foram determinantes nesta nova postura de Lulla.
Recomendo que leiam os artigos com o nome Lulla e Stanley Gacek - Ligações Perigosas (http://www.reforme.com.br/
Kitnet/raf.htm), onde fica claro que, ao menos na Política, coincidências não existem. É tudo obra humana.
Além de incluir acusaçoes sobre quem ja foi inocentado pela justiça (ah, mas nossa Justiça nao funciona; o que vale é aquilo que a gente Acredita...), a superficialidade do comentario exibe ingenuidade, ou má fé.
Quando encontrar o Partido da Pureza, por favor me avise, sim?
Esses, costumam namorar muito com o facismo.
Considerando que o Presidente Lula PRECISA do PMDB para governar.
Considerando que o PMDB é o que é.
Qual a sua sugestão para viabilizar o governo?
Aliar com quem?
Quanto ao PT se parecer com a UDN, sugiro que leia o Rodrigo Viana, brizolista de carteirinha. Ele pensa BEM diferente disso...
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