Do “maduro” ao podre
- Detalhes
- Gilvan Rocha
- 04/03/2010
Quando no Brasil surgiu um partido de trabalhadores que encarnava seus interesses, não as suas migalhas, a burguesia apavorou-se. Criou toda forma de dificuldades jurídicas e criou o voto vinculado para impedir o êxito deste partido que tantas esperanças trazia para os trabalhadores.
A burguesia colocou um círculo de ferro para o partido não ser ultrapassado. Vendo, porém, não funcionar seus expedientes escusos, ela partiu para uma segunda tática. Procurou afagar com seus mimos o líder do partido no Congresso.
Tornou Genoíno em garoto propaganda da Globo, pois ele jogava um brando papel e a cada concessão sua a burguesia aplaudia e dizia: isso sim! Isto é que é um partido "maduro"! Juntaram-se a Genoíno: Delúbio Soares, Silvio Pereira, Ideli Salvatti, João Paulo, os dólares nas cuecas, os aloprados, os sanguessugas e formaram uma bela quadrilha.
Dizem que basta uma laranja podre para botar um cesto a perder e essa laranja podre já existia na figura de José Dirceu, franco arrivista do petismo. O partido ficou assim dividido: os bem intencionados, os beatos, os honestos, os ingênuos, que são muitos. Do outro lado ficaram aqueles que, de "maduros", ficaram podres, e eles representam uma minoria bem situada no aparelho do Estado e fora dele.
Assim como no Brasil, a Alemanha foi palco de uma tragédia política que é, sem dúvida, a matriz de uma tragédia, a começar pela Revolução Russa, que se estendeu através dos tentáculos da Terceira Internacional Comunista, pelo mundo afora, esbarrando o processo revolucionário mundial.
Assim, no Brasil, tivemos outro Gustavo Noske, que inveja não faz ao nosso conspirador José Dirceu, que a prática não junta à esquerda, mas junta a José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros, Fernando Collor, Quércia e outros tantos fisiológicos de sua raça.
Agora, o José Dirceu faz intermediação de ricos negócios, tanto no Brasil como no estrangeiro, afinal, tal como a burguesia, ele não é nacionalista, ele visa apenas a fortuna. E dentro desse objetivo soube formar seu staff. Onde está o partido diferente de outrora?
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos (CAEP).
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Comentários
Disse ele que há uma clima de perseguição a funcionários da petrobrás, em áreas sensíveis (licitações, compras, etc.) que culmina na DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA de um funcionário, há apenas 6 meses de sua aposentadoria, após 35 anos de dedicação, sob uma tal "Reincidência de Erro operacional", figura INEXISTENTE nos acordos e legislação trabalhista.
O diretor algoz, é um tal de Duque, que vem a ser nomeado sob a responsabilidade política do Zé Dirceu, que parece identificar no demitido, um impecilho a atuação, digamos, pouco republicana que por lá querem implantar.
E tem gente que defendo o Zé dirceu....
Parabens pelo artigo.......
1) a relação da grande burguesia com o PT é diferente da descrita por Gilvan Rocha. Basta ler a grande imprensa para ver que o PT não é tolerado;
2) os erros cometidos por dirigentes e por setores do PT são gravíssimos. Mas as críticas que a burguesia faz ao PT são por nossas qualidades, não por nossos defeitos;
3)quem quer criticar o PT pela esquerda, não deveria repetir o bla-bla-bla udenista;
4)para quem acha que faz algum sentido comparar a situação brasileira com a situação da Alemanha pré-nazismo, seria bom lembrar que o esquerdismo também colaborou e muito para o desastre.
Atenciosamente
Valter Pomar
Minha sugestão para o Correio:não se deixem apequenar por artigos deste tipo.
Cristina Capistrano
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