PC do B - nenhuma palavra
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- Gilvan Rocha
- 30/03/2011
No dia 24 de março de 2011, foi ao ar pelo rádio e televisão um programa do Partido Comunista do Brasil (PC do B), em comemoração aos 89 anos de sua existência. Quem conhece a verdadeira trajetória do socialismo no Brasil irá se dar conta de que esse partido, dito comunista, deixou de sê-lo desde 1928, quando, por ocasião do VI Congresso da Terceira Internacional, foi imposto o social-patriotismo, tão combatido pelos verdadeiros marxistas, por ocasião da primeira grande guerra, quando a Segunda Internacional abandonou os princípios revolucionários para mudar-se para o campo do nacionalismo burguês.
A Terceira Internacional Comunista foi criada para dar combate ao social-patriotismo e restabelecer os princípios do socialismo revolucionário. Em decorrência, porém, da vitória da contra-revolução em escala mundial e do isolamento da URSS, a Terceira Internacional tornou-se cópia fiel da anterior, ostentando, descaradamente, o social-patriotismo sob o rótulo indevido do marxismo-leninismo.
A partir de 1928, os partidos ditos comunistas se descaracterizaram completamente e seus militantes, a maioria beatos de boa fé, transformaram-se em patrioteiros, abandonaram o princípio da luta de classes para aderir à tese da capitulação, cujo esteio era eleger a contradição da nação opressora versus a nação oprimida como motor da história.
Assim é que os ditos comunistas passaram a defender com intransigência absoluta os interesses da nação, sem se darem conta de que ela é patrimônio da burguesia, uma vez que as terras, as fábricas, as minas, os transportes, os bancos são propriedade somente da classe burguesa, enquanto a imensa maioria do povo trabalhador não passa de uma massa de despossuídos.
Defender os interesses nacionais é, em última instância, defender os interesses do capitalismo. Por essa razão que os ditos comunistas do PC do B, em seu programa de rádio e televisão, não pronunciaram nenhuma palavra contra o capitalismo e se limitaram festejar o avanço e a consolidação desse sistema no solo da "pátria amada".
Gilvan Rocha é membro do CAEP - Centro de Atividades e Estudos Políticos.
Blog: http://www.gilvanrocha.blogspot.com/
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Comentários
Sou militante do PCdoB, não sou beata de boa fé, não me tornei patrioteira e muito menos abandonei o principio da luta de classes.
Agora resolveu falar mal do PCdoB, partido com 89 anos de história, que não vou entrar aqui na discussão, se concordo ou não , com atual rumo do Partido.
Trotkistas ou marxistas-revolucionários( como quiserem se autodenominar) como o Sr. Gilva, são muito ruidosos e totalmente submissos ao capital. Não possuem história para criticar um partido como o PCdoB, até porque nunca fizeram ou protagonizaram absolutamente nada na história.
Abraços
Carlos Coutinho
Quando conceituas hoje o PC do B, como um partido de ex-comunistas temos acordo.
Agora afirmar que o Partido Comunista, deixou de ser logo após a sua fundação, é inverdade histórica. Admitimos que a trajetória do do PCB, está eivada de equivocos e quinadas aqui e acolá, mas são dezenas de comunistas que deram suas vida pelo socialismo, hoje o PCB está no campo do socialismo revolucionário, define caráter da revolução como socialista. Fazer a leitura as vezes dúbia de cenários, não desqualifica a condição de comunista, não pode existir ninguém como dona da verdade absoluta. Seu desconhecimento histórico sobre os comunistas brasileiros, é compactuar com os mitos. O PC do B é cisão criada nos de 1962, a herança política dos anos 20 do século passado, com erros e acertos, estão históricamente ligados o Partido Comunista Brasileiro. O senhor como membro de um Centro de Estudos Políticos precisa ter mais rigor científico.
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