Fazer é importante
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- Gilvan Rocha
- 13/08/2011
Fala-se, freqüentemente, em “formação”. Devemos, entretanto, explicitar o seu caráter. Existem as formações militares, religiosas, político-reformistas e, além de tantas outras, a formação socialista.
Uma formação socialista necessita de um bom embasamento conceitual, pois só assim se evitam os constantes equívocos na caminhada política. Alguns resistem à insistência em levar avante uma formação calcada nos princípios do socialismo científico, argumentando que o importante é estar ligado ao movimento vivo das massas populares e com elas estabelecer um diálogo.
Inegável é a importância da prática, mas é necessário ver a diferença entre o importante e o fundamental. Assim, dizemos: “fazer é importante, saber fazer é fundamental”.
Não existindo o “saber fazer”, vem o risco de se ter um diálogo equivocado com as massas. Na pretensa esquerda, há um segmento formado pelo PT-PSB-PCdoB, dotado de uma formação nacional reformista, que substitui a luta de classes pelo dogma, infundado, da contradição ‘nação opressora versus nação oprimida’.
Bem formados na escola do stalinismo, enveredam pela completa capitulação e o fisiologismo. Dizem que “estão fazendo”, que é importante “fazer”, mesmo sem levar em conta o que se faz ou a que se faz, quando sabemos que o “seu fazer” é a negação completa da causa socialista e um apoio mal dissimulado ao sistema sócio-econômico vigente.
Um segmento menor procura postar-se, valentemente, como força anticapitalista. Esse segmento precisa criar mais robustez, expurgando qualquer nível de ilusões e fantasias para, dessa forma, trilhar, coerentemente, pelos caminhos que nos levem à transformação social.
E para tal é preciso promover uma boa formação dos seus quadros militantes. Por termos isso como verdadeiro, é que insistimos na qualificação política dos quadros dessa esquerda, que se negou e se nega a deixar-se embalar pela fantasia das vias institucionais sem, contudo, negar que se deve participar de todas as disputas sempre no objetivo de somar forças e assim lograrmos a vitória.
Gilvan Rocha é membro do CAEP - Centro de Atividades e Estudos Políticos
Blog: www.gilvanrocha.blogspot.com/
Comentários
Seu enunciado, segundo o qual a a luta de classes é substituída "pelo dogma, infundado, da contradição nação opressora versus nação oprimida", também ele é infundado. Quando a luta de classes é retratada como conjunto vazio, ou um corpo sem ossos, ela também é infundada. É preciso, isto sim, construir o Sujeito capaz de articular o embate anatagónico. Não basta falar da luta de classes, que por si só nada nos diz sobre um "O que fazer"? ". É necessário rompermos com esta noção secular da história,e de seus agentes, tão próximos da pré-destinação cristã e apontarmos as armas não para um capitalismo abstrato e incorpóreo, mas para as suas variadas formas de presença no/do mundo.
Sobre a formação, abomino a idéia Gilvan de retorno aos manuais do materialismo histórico, bíblias gastas de quem é saudosista da forma Estado-Partido de explicar as coisas.Em hegelês claro, nós precisamos nos "deseduccar" para aprender.
Se o que esta Ex Esquerda Corporation S.A. (está faltando o PDT no bolo, vão ficar enciumados)propusesse o antiimperialismo e a dicotomia econômica Norte Sul, eu, que pouco espero de alvissareiro, a esta altura do campeonato, quem sabe, até estaria apoiando este governo.
Mas, ao contrário do que gilvan rocha vê, sequer apontam para este anti imperialismo.
O que temos aí, que chamam de "governo popular democrático" é o mais puro entreguismo e, pelas letras de um dos próceres dsta ex esquerda, o wladimnir pomar, eles esdtão bem satisfeitos com suas alianças com "setores progressistas da burguesia", que tem Eike Batista o seu maior representante e beneficiário.
Gilvan, o Natal ainda está longe. Não precisa antecipar o espírito natalino.
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