Movimentações políticas eleitorais
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- Dom Luiz C. Eccel
- 26/07/2007
Estamos há mais de um ano das eleições para os poderes executivo e legislativo municipais e as movimentações ou maquinações abertas e nos bastidores já estão agitadas, mais do que os comuns cidadãos podem imaginar. Por que será? Seria porque os candidatos estão preocupados com a disputa para ver quem vai servir melhor ao povo? Esta deveria ser a grande motivação, mas todos sabemos que não é, infelizmente. Seria por causa dos altos salários que estes cargos rendem? Também, mas muitos outros interesses pessoais são concretizados através da dita política que o dicionário traz como uma das definições "a arte de bem governar".
A maioria das vezes o que acontece é politicagem, que consiste na busca da satisfação, por vezes desenfreada, dos eleitos, com raríssimas exceções, em detrimento das necessidades do povo que os elege e os paga.
Por que dizer isto neste momento? Para não corrermos o risco de cair do ridículo de participar de passeatas, carreatas, foguetórios, festanças... para celebrar "vitórias" de candidatos que logo após esquecerão da sua principal missão. Já nos perguntamos alguma vez sobre o real motivo de aderirmos a "festas" desta natureza? O que se ganha com adesões como estas? Claro que algumas pessoas ganham... Eu busco rezar pelos políticos eleitos para que governem com justiça, apesar de saber que, se os corações não estiverem abertos para Deus, a verdade e a justiça serão sempre dispensadas. Mas da minha missão de interceder junto a Deus não largo mão.
Um estudo recente da Organização "Transparência Brasil" concluiu que os parlamentares do Brasil são os mais caros do mundo e que os brasileiros são os mais "pacientes", também.
Está mais do que na hora de ocuparmos nosso espaço no destino deste país. Democracia não significa apenas votar conscientemente, sempre levando em conta que voto não tem preço e sim conseqüências. Mas significa participar. Lutar com as armas da não violência, para que a justiça, a ética, numa palavra, a vida, vença.
É verdade que os movimentos populares estão em hibernação há algum tempo. Mas se o povo boliviano foi às ruas e conseguiu rever toda uma situação de soberania nacional, por que nós não podemos?
Está mais do que na hora de deixarmos de lado as carreatas e outros instrumentos de alienação, que não agregam nada, a não ser perigos, para aderirmos a movimentos que verdadeiramente querem transformar esta nação, torná-la digna com gente esclarecida e heróica.
Vem aí, de 1º. a 7 de setembro próximo, o "Grito dos Excluídos" e o plebiscito popular que pede a nossa participação por um Brasil dos brasileiros. É urgente nosso movimento cidadão para deixarmos de ser fantoches e passarmos ao protagonismo de um país mais justo e ético. Informe-se melhor sobre o assunto junto ao seu sindicato ou outro movimento popularLembremo-nos de que o plebiscito sobre a ALCA também foi popular e impediu a adesão do Brasil.
Façamos a nossa parte. A omissão, em certos casos, é pecado grave.
A união faz a força. Povo unido é povo forte, especialmente porque temos a Deus como nosso baluarte.
Originalmente publicado na rede Adital – www.adital.org.br
Dom Luiz C. Eccel é Bispo Diocesano de Caçador-SC.
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