Dá para acreditar?
- Detalhes
- Gilvan Rocha
- 14/05/2012
Seria uma medida inteligente colocar raposas para servirem de guardiãs de um galinheiro? Não, pois sabemos muito bem com que avidez as raposas partiriam para devorar as suas presas, no caso as galinhas postas diante delas.
Diante do retumbante escândalo do Carlinhos Cachoeira, que disputa em tamanho com o escândalo do Mensalão, resolveram, diante da grita geral, criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, para apurar o tamanho dos crimes perpetrados e o volume dos valores que foram desviados por uma verdadeira quadrilha que se instalou, como dantes o Mensalão, no seio do governo e tal qual um polvo estendeu os seus tentáculos por todas as unidades da Federação, por todas as instituições e partidos.
Pois bem, para formar essa Comissão, foram escolhidas algumas figurinhas carimbadas do nosso pútrido cenário político. Dentre essas figurinhas tão sujas destaca-se a do hoje senador Fernando Collor, que foi indicado pelo PTB, como membro da Comissão.
Sabemos que Fernando Collor, o “caçador de marajás”, foi enxotado da presidência da República, tamanhos eram os seus desmandos e falcatruas, onerando aquilo que eles costumam chamar de “Custo Brasil”.
A burguesia tem consciência de que a administração do país tem um custo, face às despesas com a máquina administrativa, sua manutenção e investimentos em obras de infra-estrutura.
Na previsão burguesa do “Custo Brasil”, uma fatia é destinada a pagar pelos desperdícios, outra à incompetência e outra aos desfalques. Quando a incompetência, o desperdício e a roubalheira se avultam, cresce o “Custo Brasil” e, assim, pouco sobra para o necessário investimento em infra-estrutura, tão importante para o crescimento do capitalismo. Collor extrapolou e foi posto fora, para voltar como senador e hoje ser membro de uma CPI.
O “Custo Brasil”, nas mãos do PT, tem sido oneroso, pois muito se gasta para manter as organizações populares em silêncio, engessadas. Entretanto, isso se tornou um bom negócio para a burguesia, precisa “cuidado”.
Gilvan Rocha é militante socialista e membro do Centro de Atividades e Estudos Políticos.
Blog: www.gilvanrocha.blogspot.com
Comentários
Quem fez estes dois comentários devem ter sofrido uma baita lavagem cerebral ou sofrem de amnésia providencial, pois se "esqueceram" do escândalo abafado dos repasses do erário para ONGS que nada mais são do que correia de transmissão para os governos ou "limpeza de imagem" para empresas que só fazem m*rda.
Estes que te criticam Gilvan, talvez não possam assumir o quanto cu$tou a castração do MST, por exemplo, cuja cúpula diretora não representa mais as bases aguerridas, posso te garantir com toda a certeza, pois transito por aí e alhures, onde tenho muitos amigos (todos da base).
Não é lavagem cerebral ou amnésia providencial estas críticas, Gilvan. São apenas estertores de gente que não pode assumir que o PT tornou-se um arremedo horroroso do que propôs ser, mas desistiu pelo aburguesamento de suas direções e militância, muita dela reagrupados em ONGs, como profissão.
Gilvan, o artigo que escrevestes A História mal Contada, com os crimes cometidos contra verdadeiros revolucionários(Massacre de Kronstadt) pela malta Bolchevique, seduzida pelo "caminho mais curto para a Revolução) e este de seus ex discípulos tupiniquins são perfeitos. E digo ex discípulos, pois aqui no Brasil esta malta aburguesou-se de tal forma que sequer ruboriza mais.
Parabéns Gilvan! E uma sonora vaia para estes quem te acusam de assumir teses neoliberais, mas que chafurdam na mesma lama de Collor, Sarney, Barbalho, Temer, Renan, Sergio Cabral e incontáveis outros. O PSDB e o DEM são apenas Tigres de Papel (http://titaferreira.multiply.com/market/item/1259/Tigres_de_Papel).
1- Gilvan adere à divulgação da tese neoliberal do "custo Brasil". Nada surpreendente. É frequente a trajetória da ultra-esquerda para a extrema-direita.
2- Ele atribui esse "Custo Brasil" a gastos para calar as organizações populares. Diga quais e mostre os gastos, ou reconheça que é um mentiroso a serviço do capital.
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