Livre escolha
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- Gilvan Rocha
- 11/07/2012
O Partido dos Trabalhadores nasceu como um facho de esperança para os explorados e oprimidos. Dessa forma, foi acolhido por agrupamentos políticos de perfil socialista. Existiam, na formação do PT, três grandes correntes.
Em primeiro lugar, gozando de aceitação e respeitabilidade, estavam os sindicalistas do ABC Paulista e de outras regiões, ressaltando-se Contagem (MG), Osasco (SP), os bancários no Rio Grande do Sul e outros sindicalistas espalhados Brasil afora, que se insurgiam contra os pelegos sindicais. A segunda corrente de grande peso na formação do partido foi a dos “igrejeiros”, através das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), importantes para que o partido pudesse se viabilizar. Num terceiro plano, estavam os grupos ditos marxista-leninistas e “marxista-leninista-trotskistas”, sendo que essa terceira corrente, além de fracionada, gozava de menor peso.
Não existia uma formulação política que pudesse nos autorizar a dizer que o PT era um partido socialista. Apostava-se, porém, no seu potencial social e, particularmente, na sensibilidade e intuição da classe trabalhadora que compunha os seus quadros de filiados e militantes.
Padecendo de raquitismo na sua compreensão teórica, reinava a fragilidade política dessa agremiação, sujeita às mais diversas pressões à direita, levadas a cabo pela burguesia e seus prepostos. A cada concessão que fazia era festivamente aplaudida pela burguesia, que afirmava estar a agremiação amadurecendo.
Na verdade, o PT, no seu início, era um partido realmente verde, tornou-se, aos olhos da burguesia, um partido maduro, para depois entrar num processo de apodrecimento, indo cair nos braços do PMDB fisiológico, expressão da corrupção e da bandalheira, representado por figuras como Sarney, Calheiros, Temer, Barbalho, Jucá e, por que não dizer?, Maluf.
Criou-se, então, um PT de livre escolha. Você tem o PT-Mensalão; o PT-Aloprados; PT-Sarney; O PT-Maluf; O PT-Sanguessuga O PT-BNB. Só não existe o PT que represente os reais interesses históricos da classe trabalhadora.
Gilvan Rocha é militante socialista e membro do Centro de Atividades e Estudos Políticos.
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