PT, um partido rico?
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- Gilvan Rocha
- 29/08/2012
Quando o PT surgiu, era um partido pobre. Mas logo esse quadro começou a mudar, quando houve a conquista de algumas prefeituras, destacando-se as de Ribeirão Preto e Santo André. Na primeira cidade, houve a eleição do esperto Antonio Palocci, que logrou ficar muito rico, em prazo muito curto. Em Santo André, chegou a haver denúncias de corrupção e o ex-prefeito petista, Celso Daniel, foi assassinado num episódio bastante nebuloso. Outro fato obscuro foi o assassinato do Toninho do PT, ex-prefeito da cidade paulista de Campinas. Prova de que o passado de pobreza era página virada ficou clara quando o ex-presidente Lula da Silva e José Dirceu tiveram que pagar o montante de dez milhões de reais para ter o industrial José Alencar compondo a sua chapa como vice. Haveremos de convir que dez milhões de reais é muito dinheiro para qualquer partido, imagine só para um partido de trabalhadores. Isso dá muito que pensar.
Quando o Partido dos Trabalhadores, depois de algumas tentativas, finalmente chegou ao governo federal por conta de concessões tamanhas em que se desfigurou completamente, essa agremiação, pelos fatos demonstrados, deixou de ser apenas rica para se tornar um partido dos ricos. Sim. É isso mesmo! Segmentos esclarecidos da burguesia passaram a enxergar o lulismo como um bom negócio para os seus interesses. Isso foi fartamente comprovado.
Lula, no governo, garantiu aos banqueiros, aos grandes industriais, aos agropecuaristas a tranquilidade social necessária para o capitalismo voar em “céus de brigadeiro”. Lucrar sem que haja transtornos, livre de contestações, era tudo o que a burguesia desejava, e esse desejo foi atendido plenamente pelo governo petista.
A baixo custo, o lulismo empreendeu um programa de assistência social dirigida aos miseráveis, através do Bolsa Família, criando um vasto colégio eleitoral. Procedeu, a seguir, um trabalho de corrupção e cooptação das centrais sindicais e estudantis ultra-burocratizadas, além de cooptar também os movimentos populares. Por sua vez, as grandes empreiteiras se fartaram abusivamente, vendendo serviços superfaturados aos ministérios e às autarquias do governo petista.
Por todas essas razões, sobrava e sobra dinheiro nos seus cofres. Tanto isso é verdade que eles se encontraram em condições de fornecer vultosas quantias a vários partidos explicitamente fisiológicos, em troca de apoio no Congresso Nacional, como o episódio do mensalão deixou tão claro. Partido rico e partido dos ricos, o PT não passa de uma agremiação a serviço do sistema capitalista. Essa é uma lamentável verdade e dela não devemos fugir. Pelo contrário, devemos envidar esforços para que toda a população possa enxergar os fatos.
Gilvan Rocha é militante socialista e membro do Centro de Atividades e Estudos Políticos. Blog: www.gilvanrocha.blogspot.com
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