Correio da Cidadania

Justiça e Democracia

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Os escravocrata pensa que tudo tá morto neste país, mas breve metemo o pé na escravidão e tudo é livre. – De um “mulatinho” em festa abolicionista, presidida pelo alferes Manuel Tobias, nos anos de 1885, Rio de Janeiro (in A bohemia do meu tempo, de Leôncio Correia).

 

O mesmo Lula, o mesmo FHC, o mesmo Sarney, o mesmo Michel Temer, o mesmo Maluf, a mesma Kátia Abreu, o mesmo Stedile (acuado), os mesmos falsos socialistas e comunistas de aluguel, os mesmos hematófagos sindicais, as grandes construtoras cartas-marcadas, a mesma mamata dos bancos, as ONGs de fachada de “sempre”, o mesmo “jeitinho” das agências reguladoras, a mesma polícia assassina, os mesmos mandados de prisão para venda de soltura, as mesmas tragédias previstas, a mesma seca do Nordeste, as mesmas polissenzalas, os mesmos 80% de benefícios com o mínimo da Previdência, a mesma grita contra o SUS, as mesmas justificativas para essa Educação, as mesmas caras e cãs dos telejornais, a mesmice de “reis” e “rainhas” da Música Popular Brasileira, ainda os velhos cartolas, o mesmo Carnaval na Globo... E os mesmos conchavos do PMDB, o mesmíssimo desbarato do bem público, o mesmo privilégio da imunidade, as mesmas políticas de cotas e vales sociais, idem exploração... A mesma plutocracia e mesma passividade plastificada do povo. Ufa! Que esplim!

 

Ó Shakespeare! Ser ou não ser Joaquim? É cuidado afirmar que democracia alguma subsiste sem um Judiciário íntegro e independente, cujos servidores públicos de toga primem pela ética, valham-se de interpretação assisada da Legislação e respeitem a máxima de que “todos são iguais perante a lei”.  Ora, qualquer daltônico crítico reconhece que, por trás das noticiosas mazelas do país, desde os nebulosos tempos do Império, há marginais dos poderes agindo à carteirada. São os ocultos e influentes foras da lei: de simples soldados militares, escrivães, delegados de polícia, peritos e até corvos do STF.

 

Aliás, na suprema Corte, ministros delambidos, que se sentem semideuses ao espelho da magistratura, ignoraram as milhares de páginas nos autos e, despudoradamente cênico-cínicos, arrotam coisas e loisas em defesa de réus apadrinhados, ousando desqualificar o Ministério Público, tudo em transmissão televisiva. Deste modo, que autoridade doravante terá Ricardo Lewandowski, mal afamado perante a sociedade? Sua excelência do STF, dirceusista com inclinação ao sarcasmo, reclama até das más condições de acomodação nos presídios a ilustres colarinhos-brancos, quando a leva de presidiários comuns desconhece reais condições de ressocialização. Não tem pejo o indicado por “PR” de Rosemary no STF em impedir a perda de mandato de mensaleiros, quando os condenados por dolo ao patrimônio público, no proferimento das penas, tornam-se inelegíveis?

 

Mas, afinal, quanto custa aos cofres públicos todo o trabalho da Polícia Federal em investigação, inteligência, instrução de processo e aparato de prisões temporárias do que resultou nos escândalos de lesa-pátria? Se avaliarmos as penas aplicadas e multas impostas aos condenados pelo STF, ante a lavagem do dinheiro sujo e em face das despesas próprias do feito, não levou “vantagem” a quadrilha do famigerado mensalão? Acaso pôde aprofundar o Ministério Público nas acusações dando conta de que Lula poderia ser o capo dessa canalha de fatos vis e de blindagem do ex-presidente e de empresários outros?

 

Tudo soa como sejam José Dirceu um oficial-de-propina, Lula o Primeiro-aloprado e Valério um pé-na-cova. E é simplória a análise de que agora os mãos-leves do erário vão conter-se na voracidade. “Doutor Paulo”, aquele mestre em superfaturamento de obras públicas, atualmente “companheiro” do PT, fez discípulos em profusão. Os cerca de 30% da economia da nação, todos os anos surrupiados pela Corrupção Organizada, representam mais concentração de poder e riqueza. Mais dispêndio na apuração de maracutaias. Menos investimento em pesquisas, serviços essenciais e desenvolvimento social pleno. Ainda que se note o desconforto e as firmes decisões da presidenta Dilma Rousseff em “cortar na carne” os bargantes indicados pelo caudilho petista neste governo.

 

Com a evidência de reflexos da crise econômica dos EUA e dos países da Zona do Euro assombrando o Brasil (prova é o pífio percentual do PIB em 2012), não bastam boas intenções de redução de impostos e de juros no crédito. O fio de saída do labirinto minotáurico em que se encontra o cidadão trabalhador nesta terra adorada – espoliado por maus patrões, pelo Estado, pelo setor financeiro, por locadores, pelas operadoras de telefonia, por religiosos de dízimos e os diabos! – está distante à vista do bom-senso. O Brasil carece expurgar o parasitismo burocrata, composto de cabos-eleitorais comissionados à custa do contribuinte. É hora de a elite desmoralizada, que há séculos escravizou a classe trabalhadora e usufruiu do Estado, pagar alto imposto sobre fortunas. Passou dos limites tolerar o uso de verba pública em publicidade, máxime, como meio de amansar a imprensa prostibular, de anestesiar a consciência das massas e de criar mitos populistas. Pôr fim à política de compensações e, então, dar aos salários poder aquisitivo maior; basta de empresas contratantes engordando lucros na base de dedução de impostos.

 

Nação que almeja economia de Primeiro Mundo sustenta-se por democracia direta, por Justiça maiúscula, por educação transformadora, por distribuição de renda e dignidade. Sem essa de ingerência entre um poder e outros constituídos. Assegurando transparência, irrestrita manifestação de crítica e liberdade de imprensa responsável. É, meu Brasil da vez! O problema é mais em cima: desinfecção no Judiciário, já! E, se o ‘Senhor Deus dos desgraçados’ ouviu Castro Alves, as boas-novas viriam por Joaquim Barbosa à frente do Supremo Tribunal Federal.

 

Julio Cesar de Castro presta assessoria técnica em Construção Civil.

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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