Ela é da CIA?
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- Gilvan Rocha
- 22/02/2013
Confessamos não saber responder, a contento, se a blogueira Yoani Sánchez é patrocinada pela CIA. Sabemos, entretanto, que ela faz oposição ao governo castrista, por um viés claramente de Direita. Ela propõe, para Cuba, uma república democrática burguesa. É esse tipo de república que nós conhecemos aqui no Brasil, onde existem trinta partidos políticos e estamos em vias de ver esse número aumentar.
Por sua vez, no Brasil existe uma ampla liberdade de imprensa, pois ao lado da grande mídia, comprometida com o capitalismo, existe uma mídia alternativa que extrapola os estreitos limites da política conservadora, seja esse conservadorismo o mais retrógrado, representado por figuras do tipo Maluf/Bolsanaro, seja o moderado e até reformista de certos segmentos da burguesia.
Com certeza, não é essa a realidade política que observamos em Cuba. Lá, reina a ditadura de um partido único, sob a tutela dos irmãos Castro e outras figuras do mesmo naipe, empenhados em manter um poder que assegura a manutenção de uma forma de Capitalismo de Estado, incapaz de promover uma economia que ofereça ao povo cubano o merecido bem-estar social.
Mesmo que se deva reconhecer, naquela ilha, existirem bons serviços de saúde e educação, devemos lembrar que, em alguns países, nitidamente capitalistas, essas políticas sociais são muito mais avançadas e consistentes, ressaltando-se o exemplo dos países nórdicos. Assim sendo, fica evidente que uma revolução socialista não se realiza apenas por alguns feitos sociais. Em Cuba, devemos considerar que esses feitos são muito restritos, enquanto o povo carece de comida e, sobretudo, de liberdade para discutir livremente o seu cotidiano e seus destinos.
Os cubanos são politicamente tutelados por um partido avesso a qualquer tipo de tolerância e esse fato, comum aos países que formaram o fantasioso mundo socialista, prestou, e ainda presta, um dos maiores desserviços à causa anticapitalista.
A direita soube aproveitar dos descaminhos tomados em nome do socialismo, para utilizar dos seus desastrosos feitos, movendo uma campanha anticomunista. Um verdadeiro revolucionário, um socialista, não deve ter nenhum compromisso com a mentira, com a farsa, com a lenda. Um revolucionário socialista deve ter o mais estreito e inarredável compromisso com a verdade, desfazendo engodos e fantasias que só prejudicaram e prejudicam a caminhada em busca da emancipação humana.
Gilvan Rocha é militante socialista e membro do Centro de Atividades e Estudos Políticos. Blog: www.gilvanrocha.blogspot.com
Comentários
Eu até concordo que,o Regime Comunista Cubano tenha as suas falhas como,reconheceu Fidel à pouco tempo atrás.
Apesar disso,existem mais vantagens do que desvantagens.Essa blogueira Yoani Sanches,só quer aparecer e virar manchete.
Ela é uma oportunista que,quer ganhar pretígio,asilo político e dinheiro com essas propagandas enganosas.
Sem dúvida, há inúmeros erros cometidos, e boa parte da esquerda não os desconhece. Mas, a tua análise é de "terra arrasada"; por ela fica a parecer que os cubanos viviam em melhor situação até 1959. Ao que parece, os dirigentes cubanos nada trouxeram de bom a Cuba, pois estariam a prestar "um dos maiores desserviços à causa anticapitalista". Mas, onde fica a solidariedade cubana?
Mesmo depois de perder o apoio da União Soviética, durante o chamado período especial, cujos ajustes trouxeram grande penúria para seu povo, o governo cubano seguiu com sua política de solidariedade com outros povos. Está errada esta política, então?
Aí, Gilvan, eu faço outra pergunta: será que há atitude mais anticapitalista do que a prática da solidariedade, a ajuda a alguém vinda de quem já não tem muito a dar?
Pois eu digo, Gilvan, que a solidariedade entre as pessoas e entre os povos é um dos grandes inimigos, senão o maior, deste sistema capitalista que prega o individualismo exacerbado, o "tudo para mim e nada para os demais". Por isso mesmo, Cuba e, agora, Hugo Chávez, que também tem a solidariedade com outros povos como prática, são perseguidos sem tréguas pelos donos deste sistema.
Leia a entrevista da blogueira-mercenária, em Havana, ano 2009, pelo jornalista francês, não comunista, Salim Lamnarium, que desmascarou toda a farsa montada pela dita-cuja, sob os auspícios dos velhos e novo imperialismo.
Encontros com os representantes dos EUA no escritório de interesses deste, visita da subsecretária de estado ianque na própria residência da mesma, etc. Ademais, documentos secretos do Dep. Estado, vasaram e foram publicados pelo Wiki-liks...
Você está bem desinformado (ou quer ignorar como a mídia corporativa), do sitema eleitoral democrático em Cuba e do livre debate em todas as instâncias sociais do país sobre o processo sócio, político e econômico no país. Ignora o amplo apoio, da imensa maioria, do povo cubano à sua administração, etc.
Sistema de saúde, educação, cultural não é apenas bom, em Cuba, mas reconhecido até pelos adversários como muito bom. ÍDH, o melhor entre todos dos países em desenvolvimento, sem estarem bloqueados, há 54 anos pelo império ianque, que a tudo e todos quer dominar, além das guerras químicas bacteriológicas e envio de sabotadores de toda ordem a Cuba, como, aliás, faz no mundo todo, através de mais de 900 bases militares, etc.
Acorda, cara e pare falar besteira!
"Os resultados são visíveis para quem quiser enxergá-los. Um exemplo apenas: os estudantes cubanos foram os grandes destaques das duas pesquisas comparativas organizadas pela Unesco para avaliar as redes de ensino de países da América Latina, nos moldes dos famosos levantamentos da OCDE. Na primeira delas, o desempenho cubano foi tão superior ao dos demais países que a Unesco pensou ter havido algum equívoco. Por isso refez o teste com outra amostra de estudantes cubanos, mas os excelentes resultados foram confirmados. O mesmo desempenho cubano se repetiu na segunda pesquisa. A imprensa brasileira noticiou as pesquisas, mas não informou sobre a façanha cubana, ao contrário do The New York Times, que destacou o fato até no título da sua matéria. Em suas análises técnicas sobre as pesquisas, a Unesco coloca a educação cubana no nível da dos países líderes do primeiro mundo, da mesma forma como a OMS classifica os indicadores de saúde do país. Outro exemplo de apagão informativo ocorreu quando a revista Veja entrevistou o pedagogo e economista Martin Carnoy, que estava no Brasil para lançar o livro “A vantagem acadêmica de Cuba: por que seus alunos vão melhor na escola”. Na entrevista com o especialista divulgada em seu portal, a publicação cometeu a proeza de não mencionar o ensino cubano e o livro.
Como vimos, “Cuba sem bloqueio” não fala de paraíso terrestre. Mas levanta algumas questões: Esse país é mesmo o retrato do fracasso do socialismo, como pretende a classe dominante capitalista e sua mídia? Nesse caso, como se explica que Cuba, apesar das pressões e agressões que sofre e em meio a uma crise econômica, consegue manter padrões de saúde e de educação que se igualam aos dos países capitalistas mais ricos? Provavelmente a fúria da mídia dominante se deve justamente à sua incapacidade de responder satisfatoriamente a perguntas como essas. Como disse Noam Chomsky: “O que é intolerável para essa mídia (‘o verdadeiro crime de Cuba’) são os êxitos cubanos, que podem servir de exemplo para povos de países subdesenvolvidos”.
Quanto ao restante, gostei. Só falta agora vc sair da fantasia e seguir o Chico Oliveira: "o socialista não se dá bem com o poder;seu papel é tornar o capitalismo mais civilizado" MAM
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