Um dia da caça, outro do caçador
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- Paulo Metri
- 14/10/2013
O Serviço de Inteligência brasileiro mostrou que é tão bom quanto a NSA, CIA e Agência canadense, pois conseguiu interceptar o que estava sendo interceptado por elas. Tratava-se de um correio eletrônico, cujo conteúdo, já traduzido para o português, é mostrado a seguir.
“Senhores
Em continuação aos acordos preliminares que chegamos, durante minha viagem à China, após conversar com as autoridades do meu país, estou pronta para fazer a seguinte proposta oficial de acordo:
- 1. A empresa dos Senhores, representando os seus bancos coligados, financiará a participação adicional de 20% da nossa empresa, que, assim, passa a ter 50% do capital do nosso consórcio. A empresa dos Senhores ficará com os outros 50% do consórcio.
- 2. Este financiamento será pago com o fornecimento do nosso produto, da parcela que nos cabe, durante o tempo necessário até o abatimento completo, à empresa dos Senhores.
- 3. As remessas mensais mínimas serão calculadas multiplicando-se o número de dias do mês por 300.000 unidades por dia.
- 4. Sobre o saldo devedor, incidirão juros à mesma taxa da valorização das Letras do Tesouro Americano.
- 5. Os abatimentos mensais do saldo devedor da nossa empresa terão o valor fixado em dólar com o preço do produto no mercado internacional no mês em questão.
- 6. O governo brasileiro estabelece, como taxação mínima a receber, a parcela de 40% sobre o lucro líquido do consórcio.
- 7. Os Senhores terão preferência para a compra de quantidades adicionais da nossa produção pelo preço do mercado internacional da época.
Se os Senhores estiverem de acordo com esta lista de compromissos, podemos fechar este acordo e formar o consórcio. Ainda teremos que submeter nossa proposta ao órgão regulador do Governo responsável por este setor, que só se prende, para aprovação, ao valor da taxa sobre o lucro líquido do consórcio. Portanto, seria recomendável colocarmos um percentual em torno de 65% para garantir a aprovação. Assim, seremos imbatíveis.
Aguardando a resposta, despeço-me.
Saudações”.
Não sei o quanto foi importante, para os citados órgãos anglo-saxões de espionagem, interceptarem esta mensagem da presidente de uma empresa brasileira de chocolates, fabricante do tradicional bombom “Ouro negro”, que está em negociação com uma empresa chinesa do mesmo ramo. Esta última tem que abastecer um contingente enorme de ávidos consumidores chineses e a demanda só tende a crescer. Para desesperar os dirigentes chineses, a China não tem o território ideal para a plantação e produção de cacau.
Assim, não é por outro motivo que o grupo chinês se dispõe até a financiar a parte dos recursos que falta para a empresa brasileira concretizar seu projeto de construção de uma nova unidade no Brasil, para a expansão da sua produção, desde que muitos chocolates vão para a China.
Não vejo grande problema pelo fato de os espiões terem conhecido este acordo empresarial, mas fico preocupado porque isto pode acontecer com outras empresas. Imaginem o dano, se uma mensagem deste tipo, por exemplo, da Petrobras, tivesse sido interceptada!
Paulo Metri, engenheiro, é conselheiro do Clube de Engenharia.
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