Correio da Cidadania

Covil de abutres

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Curto e grosso, Zé Maria, candidato do PSTU a presidente da República, escreveu sobre a trágica morte de Eduardo Campos (PSB): “Lamentamos o acidente e o drama humano que causou e enviamos nosso pesar aos familiares, dele e dos demais ocupantes do avião acidentado”.

 

E deixou claro que o “PSTU não tinha identidade política nem de classe com o ex-governador. Não apoiamos seu governo em Pernambuco nem a alternativa que representava nas eleições deste ano. Na verdade, na disputa política entre trabalhadores e patrões na nossa sociedade, nos encontrávamos em campos opostos”.

 

Mas essa não é a atitude de uns e outros: a mídia comercial, PSDB, PT, comunistas de logotipo e demais partidos institucionais que pretendem chegar ao Planalto. Uns divulgam a todo o momento detalhes do acidente que fazem o povo chorar. Outros prometem fazer homenagem ao morto nas suas campanhas.

 

Todos de olho se a correlação de forças vai se alterar com a substituição do morto pela verde-capitalista e evangélica Marina Silva.

 

Embora digam o contrário, não há ninguém preocupado com a dor de filhos, mulher e demais familiares.

 

Agora, uns e outros dizem que o homem era bonzinho, quase um santo. Afinal, no fundamental igual a uns e outros, Eduardo Campos era representante fiel do capitalismo no Brasil.

 

Sua candidatura a presidente buscava apenas vencer as eleições para administrar o sistema, suas crises e contradições. E amenizar a barbárie.

 

São todos abutres, com unhas cravadas na garganta dos miseráveis sem pão, sem teto, sem terra, sem nada, expulsos do campo desde o período da ditadura militar, que não conseguem virar operários e forçados a viver em cidades sem transporte, sem sistema de saúde e sem educação decente.

 

 

Otto Filgueiras é jornalista e está lançando o livro Revolucionários sem rosto: uma história da Ação Popular, em dois volumes: Primeiros Tempos e Bom Combate.

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