Correio da Cidadania

A violência vai crescer na classe média

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Reza a lenda policial que um menino de 13 anos, filho de um casal de policiais militares de São Paulo, pegou a arma do pai, matou o pai, a mãe, a avó, uma tia e no dia seguinte foi à escola. Quando voltou para casa, cometeu suicídio. É o caso da família Pesseghini. No dizer de Onix Lorenzoni, ele literalmente “liquidou” sua família.

Mais armas vão trazer mais violência para a classe média, assim como nos Estados Unidos. Vamos ter mais acidentes e assassinatos dentro de casa, mais chacinas em shoppings, cinemas, escolas, shows, enfim, lugares públicos frequentados pela classe média.

Crentes e devotos, vai aumentar também a violência nas igrejas, como já aconteceu na Catedral de Campinas. No meio de mil, basta uma pessoa armada e com desejos de matar.

Nas periferias, tanto fez como faz se passarmos de 63 mil para 100 mil mortes por armas de fogo ao ano. Mortes de pobres e pretos não contam.
Vários irmãos e irmãs de Pastoral da Terra tiveram suas vidas podadas por arma de fogo: Padre Josimo, Irmã Dorothy, Padre Ezequiel Ramin, Irmã Adelaide Molinari, tantos outros e outras. Eles não tinham armas, sabiam do risco de vida que corriam, morreram mesmo não querendo morrer.

Dizem os amigos do Pará que, quando os assassinos de Dorothy a encontraram nas estradas da floresta, lhe perguntaram: “que arma você tem na bolsa?” Ela respondeu, abrindo a bolsa e tirando uma bíblia: “minha arma é essa”. Seguiu viagem e levou seis tiros pelas costas.

D. José Rodrigues, bispo aqui em Juazeiro da Bahia e já falecido, muito perseguido, teve oferta da polícia para uma equipe de segurança. Ele respondeu: “prefiro levar um tiro que andar preso por uma equipe de segurança”.

Entrar para o time dos pacifistas ou violentos é também uma escolha.
 
OBS: Nabhan, Secretário de Assuntos Fundiários do atual governo, já avisou que vai sobrar também para a CPT e o Cimi.

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