Correio da Cidadania

Invasão criminosa dos Três Poderes

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Terroristas bolsonaristas podem ser de fato chamados de | Política
Como foi amplamente divulgado na imprensa e nas redes sociais, manifestantes criminosos - golpistas, terroristas, nazistas, fascistas e apoiadores do genocida ex-presidente Jair Bolsonaro, vindos do Brasil inteiro - invadiram neste domingo (8) o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.

Prédios públicos foram vandalizados e obras de arte, de valor inestimável, depredadas.
A situação foi controlada no início da noite com cerca de 300 pessoas presas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na segurança do DF e, posteriormente, se encontrou com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Após os atos de vandalismo, as pessoas presas eram cerca de 1.500.

O ministro do STF Alexandre de Moraes afastou - pelo prazo de 90 dias - o governador do DF, Ibaneis Rocha por “conduta dolosamente omissiva”, dizendo que o governador “não só deu declarações públicas defendendo uma falsa ‘livre manifestação política em Brasília’ - mesmo sabedor por todas as redes que ataques às instituições e seus membros seriam realizados - como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante aos realizados nos últimos dois anos em 7 de setembro, em especial, com a proibição de ingresso na esplanada dos Ministérios pelos criminosos terroristas” (https://www.cnnbrasil.com.br). O Senado e a Câmara aprovaram a intervenção.

Segunda-feira, 9, os governadores foram à Brasília em solidariedade ao novo Governo Federal do presidente Lula e em defesa da democracia; nas capitais e em muitas outras cidades do Brasil aconteceram grandes manifestações com o mesmo objetivo.

Os criminosos - executores e mandantes (que sempre se apresentam como “pessoas de bem”) - responsáveis por esses atos terroristas devem ser julgados e condenados sem nenhuma anistia, e obrigados a arcar com os gastos da recuperação dos danos provocados aos prédios públicos e da restauração das obras de arte.

Diante desses fatos, faço duas reflexões:

• A primeira, a respeito dos próprios fatos, que são de uma perversidade inconcebível. Como podem existir - em pleno século 21 - lideranças nazistas e fascistas que - com suas organizações - defendem a ditadura e são declaradamente contra a democracia? Não dá para entender! É muito atraso!

E ainda: como conseguem essas lideranças enganar e ludibriar muitos trabalhadores e trabalhadoras, pobres, oprimidos e explorados? Só podem ser pessoas de uma maldade que não tem limite, pessoas diabólicas (os demônios de hoje).

• A segunda, a respeito do ensinamento que podemos tirar dessa invasão terrorista. Ela nos mostra claramente a necessidade de retomar e fortalecer o trabalho de base nos movimentos sociais populares, nos sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras e nas comunidades.

A nossa democracia é ainda muito frágil. Precisamos defendê-la e fortalecê-la para que se torne na prática (e não só na teoria) “o governo do povo, pelo povo, para o povo” (Abraham Lincoln).

Na posse, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto acompanhado de 8 pessoas, representantes do povo: Aline, catadora de materiais recicláveis (que entregou a faixa presidencial ao presidente); Raoni, líder indígena; Francisco Carlos, criança atleta; Ivan, pessoa com deficiência; Murilo Jesus, professor; Jucimara, cozinheira; Flávio, artesão; e Weslley, metalúrgico.

Com esse gesto - de extraordinário simbolismo - o presidente Lula assumiu o compromisso de governar com o povo em contato direto e permanente com o trabalho de base dos movimentos sociais populares, dos sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras e das comunidades.

Espero que o governo Lula seja realmente um governo Popular (socialista no verdadeiro sentido da palavra): um governo que sabe dialogar com todos e com todas, mas que mostra de maneira clara que tem lado, o lado dos trabalhadores e trabalhadoras, o lado dos pobres (empobrecidos, marginalizados, oprimidos, explorados e descartados).

Para os cristãos e cristãs esse é o lado de Jesus de Nazaré, esse é o caminho que Ele escolheu. Todos e todas somos convidados e convidadas a entrar nesse caminho.

Um outro Brasil é possível e necessário: um Brasil estruturalmente novo, justo e igualitário; um Brasil de irmãos e irmãs, onde todos e todas tenham condições de vida digna e sejam felizes. À luz da fé, é o Reino de Deus acontecendo no Brasil e no mundo. A luta continua! A esperança nunca morre!

Frei Marcos Sassatelli é frade dominicano e teólogo.

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