Correio da Cidadania

Apesar de demonstrar mais disposição para encarar os problemas da política externa do que a gestão Bush, o governo Obama não consegue equacionar a maneira por que iria solucioná-los.

Há, na melhor das hipóteses, um impasse: embora não possam ser expulsos, os EUA não podem, por outro lado, superar os seus adversários guerrilheiros.

Não obstante a instalação de equipamentos militares na Polônia e na República Tcheca, Washington sancionou a Rosoboronexport, empresa russa exportadora de armamentos.

Na arena política afegã, devido ao violento contexto dos últimos anos, torna-se difícil identificar lideranças mais diplomáticas que belicosas e, portanto, mais propensas a um encaminhamento pacífico com vistas a solucionar a disputa de poder no país, sem a presença de tropas estrangeiras.

O final melancólico da gestão Bush indica que a renovação deveria ser também cultural e política, sem a qual continuarão os EUA enredados em suas engrenagens administrativas.

A futura administração democrata tem a oportunidade de definir uma nova equipe mas mantida parte do gabinete na área de segurança, não há mais por que acreditar que o presidente Obama efetivaria rumo bastante diferente do da administração Bush.

É a imagem atormentadora dos defensores do Estado diminuto: a sua superação negativa. Nem sempre é possível assegurar a linha entre o caos e a ordem social minúscula.

O grande risco de Obama é, mantidos vários terras-tenentes do governo Bush, ser por estes subjugado na aplicação das estratégias e não influenciá-los nas políticas militares.