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A corrupção atinge o professorado na medida em que o bônus, a avaliação e outros "incentivos" são esmolas destinadas a substituir o salário e a dividir a classe. O caráter desse professorado se corrompe porque cada candidato a recebê-los sabe que aceita o benefício unicamente por não ter coragem de lutar pelo direito a uma remuneração digna da importância e da nobreza da função.
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O Correio da Cidadania é favorável à instalação da CPI, com apenas uma condição. Que a investigação inclua o fato substantivo (causador da manifestação na Fazenda da Cutrale): a estranha transferência de um imóvel da União para um particular. Se, como se sabe, não cabe usucapião nessa categoria de imóveis rurais, como é que imóveis adquiridos pela União, e adjudicados ao seu patrimônio em pagamento de dívidas, foram parar nas mãos de particulares?
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A questão dos índices de produtividade revela a falácia da auto-proclamada eficiência do agronegócio. Se é assim, porque o alarido em relação à atualização de índices construídos estatísticas de 35 anos atrás? Convém assinalar também que a atualização não se inscreve entre os atos de discrição administrativa dos ministros, mas em ato obrigatório, determinado pela lei. Finalmente, cabe indagar qual a posição do presidente. Afinal, as tabelas atualizadas estão na mesa dele há nada menos que sete anos. Como um ministro anuncia a medida, outro contesta e tudo volta à estaca zero?
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A clara lição dos fatos é que as medidas de defesa do meio ambiente não serão aplicadas enquanto a acumulação do capital for o fundamento da vida social. Iludir-se-á, portanto, Marina se imaginar que, como presidenta, poderá fazer o que não pôde enquanto foi ministra. Contudo, mesmo se escolher o discurso limitado, sua candidatura é melhor para o Brasil do que o repetitivo debate dos dois candidatos do Partido da Ordem. Mas a senadora tem tudo para escolher outro discurso: a exposição clara das verdadeiras causas da agressão à natureza.
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O perfil do homem e da mulher do século XX, independentemente da posição social, é de uma pessoa sem perspectivas de progresso pessoal e social assustada com a possibilidade de perder até mesmo a posição já galgada. Convencida de que não há alternativa, a obsessão é garantir-se, não se arriscar, não se comprometer com idéias e valores, não desenvolver relações interpessoais profundas, deixar sempre abertas várias rotas de fuga, tanto no campo da economia quanto no âmbito dos sentimentos, lealdades e paixões.
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Seguindo o seu próprio "script", que não separa o presente do futuro, o revolucionário atribui valor distinto à questão da quantidade de votos, pois independentemente destes, a campanha valerá para todas as pessoas que têm uma consciência crítica e que se identificam com um discurso que desconstrua a manipulação do eleitorado pelo "establishment". Será que a esquerda brasileira está preparada para essa ousadia revolucionária?
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Não parece razoável trocar uma vida para evitar que um automóvel seja roubado ou que um assaltante de banco escape. No entanto, casos de pessoas atingidas por "balas perdidas" disparadas por policiais nessas operações acontecem diariamente. Ao contrário do que usualmente se pensa, o uso indiscriminado de arma, longe de aumentar, reduz a eficiência da Polícia. Em vez do planejamento, da inteligência, do aprimoramento das técnicas de investigação, de capacitação dos policiais, é mais fácil, mais barato, menos trabalhoso, colocar um revólver na mão deles.
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O senado é – e sempre foi – uma instituição postiça, sem um lugar legítimo na Constituição. O argumento de que assegura a equalização do peso dos estados e, portanto, opera como um instrumento importante para evitar que os estados populosos explorem os menos populosos não passa de um pretexto para perpetuar a presença das oligarquias das regiões mais atrasadas do país no cenário político. Isto apenas distorce todo o processo decisório e, como a experiência dos seus 167 anos indica, bloqueia o avanço econômico, social e político da nação.
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Para justificar sua recusa, Stephanes disse que um dos efeitos perversos da publicação das tabelas atualizadas é que ela provocará aumento da produção quando não há mercado para excedente! Tal declaração em um país que tem milhões de pessoas com sérios problemas de alimentação e em um mundo que contabiliza mais de 1 bilhão de famintos credencia-o ao prêmio "Round Up – o exterminador da produção agrícola", conferido a quem se excede no culto ao celebre "efeito laranja", usado pioneiramente na Guerra do Vietnã.
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Nem que, contra toda e qualquer expectativa, der a maior "zebra" na eleição presidencial, a vitória de um candidato da esquerda não terá o condão de alterar o processo de reversão neocolonial posto em marcha com o neoliberalismo e concretizado com a vitória de Collor em 1989. A maioria de votos e o apoio da massa popular que o governo de esquerda teria não seriam força suficiente para alterar o curso de um processo comandado pelos setores que detêm todo o instrumental requerido para o exercício do poder (a burguesia brasileira e o imperialismo).
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Se as diversas partes de um jornal correspondessem às posições do futebol antigo, as manchetes jogariam na bequeira. Naquele tempo, a função do beque era simplesmente "limpar a área": mandar a bola para fora do espaço perigoso com um chutão. As manchetes dos jornais (escritos, falados, televisados, internéticos) cumprem a mesma função à burguesia. Entrou algo perigoso para o interesse dela na "área" política ou administrativa, uma manchete escandalosa a afasta com um "chutão". Agora, o perigo a ser afastado é a entrada dos índices de produtividade das fazendas na pauta administrativa.
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De fato, a sociedade brasileira acostumou-se com as violências contra os sem terra e com a impunidade dos criminosos. Cinco mortos em um mês constituem apenas uma alteração de grau. Provavelmente resultado da mudança total de orientação do governo Lula em relação à reforma agrária. Mas, na essência, o problema é o mesmo: o Estado brasileiro é contra a reforma agrária. Se para barrá-la for preciso aterrorizar os sem terra, isto será feito sem a menor dificuldade. Cientificamente.