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A ABRA convidou toda a mídia de São Paulo e do Rio de Janeiro para uma entrevista coletiva, a fim de que tomassem conhecimento do levantamento feito por um de seus diretores, o professor Ariovaldo Umbelino, ex-diretor do Departamento de Geografia da USP, sobre a estrutura fundiária da Amazônia Legal. A ausência dos grandes veículos em um evento organizado por uma entidade séria, para denunciar fato da maior gravidade, é a demonstração cabal do caráter antidemocrático dos monopólios que controlam a informação do público brasileiro.
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Recente decisão STF, exigindo o rigoroso cumprimento da norma constitucional de que "ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança", provocou reação negativa – cautelosa, mas inequívoca - de certa imprensa. Chegou-se a dizer que isto representaria a libertação imediata de milhares de pessoas que estão presas à espera de julgamento - o que não corresponde, de forma alguma à realidade. Qual seria o jeito certo e o jeito errado de solucionar esse problema?
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A melhor saída para o dilema em que se encontram os socialistas na conjuntura tão adversa que estão vivendo parece ser a que Gilio Pontecorvo formulou a partir de um diálogo do personagem José Dolores, no seu extraordinário filme "Queimada". Ao ser conduzido por um soldado, José Dolores explicou-lhe, pacientemente, por que era necessário que ele morresse, a fim de que a revolução continuasse. No final, perguntou: "Você entendeu?". O perplexo condutor respondeu: "Não". E José Dolores disse-lhe com um sorriso triste: "Você irá entender porque hoje começou a pensar nisso".
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Para o Correio, importantes são os fatos que alteram, para melhor ou pior, a situação social e a luta política do povo brasileiro. Sob este ponto vista, cabe mencionar: a opção do governo pelo modelo primário-exportador, a edição de MPs transferindo ao Ministério de Assuntos Estratégicos atribuições do INCRA, o aumento da violência do Estado contra os pobres e suas entidades de defesa, a ausência de debate político na campanha eleitoral. Como se vê, 2008 foi um ano muito ruim para a luta do povo, mas não se pode deixar de mencionar a manutenção dos índios de Roraima em suas terras ancestrais.
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A única alternativa real para o problema criado é a reestatização, medida que se justifica não apenas pela manutenção do emprego. A demissão em massa dos seus empregados é, para a memória industrial da Embraer, o mesmo que espalhar ao vento as plumas de uma almofada. Quando a crise for superada, não haverá como reverter a debandada dos funcionários e, portanto, não será possível recuperar essa memória. O que restar da companhia não terá como manter a posição de ponta que ela ostenta atualmente. O Brasil estará mais pobre.
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Na escolha dos candidatos aos principais cargos do Congresso, filiação partidária foi o que menos contou. Com a popularidade de Lula no auge, a imensa maioria do Congresso (no Senado, os dois candidatos são da sua base de apoio; na Câmara, os dois candidatos dessa base tiveram mais de setenta por cento dos votos) votou de olho na posição que poderá conquistar em 2010. É difícil acreditar que Lula não tenha estado atrás do resultado
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Ao criar cinco postos de adidos policiais para fazer parte da rede de vigilância planetária comandada pelos EUA, Lula não faz nada mais que seguir a tendência geral de degeneração do Estado-Nação. Quem discordar desse processo não deve se iludir com a possibilidade de barrá-lo. Ele é inexorável porque não há, de fato, dentro do Estado capitalista, outro meio de desarmar essa bomba que ele próprio criou: o terrorismo. Socialismo ou barbárie, hoje em dia, não é de modo algum uma figura de retórica.
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Depois de duas décadas de derrotas e apenas pequenas vitórias, finalmente o povo brasileiro teve uma vitória realmente importante: o STF decidiu, por maioria de votos, reconhecer o direito dos índios às suas terras ancestrais em Raposa/Serra do Sol, de Roraima. Como há possibilidade de modificação dos votos já dados, não se deve paralisar a mobilização popular em torno da causa. Tudo indica, porém, que não haverá mudança, de modo que dá para comemorar agora.
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Para abrir inquérito policial, o Delegado não necessita mais do que a "notícia do crime". Por isso causa estranheza a manchete da reportagem sobre a denúncia de corrupção no governo do Rio Grande do Sul, feita para deputada Luciana Genro (Folha de S. Paulo, 6ª feira, 20 de fevereiro, pág. A4). Com letras garrafais na manchete, na foto da deputada, e na primeira linha do texto, o jornal estampou a expressão: "Sem provas". Ora, a Folha publica, praticamente todos os dias, denúncias de corrupção, sem tanta ênfase no fato de que os denunciantes não oferecem provas.
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A necessidade de propor uma alternativa tornou-se mais clara e mais urgente. Neste clima, o Fórum realizou-se. A divergência de fundo não foi totalmente dirimida, mas, revelando um significativo amadurecimento político, os dois grupos encontraram uma solução de compromisso. Os "tradicionalistas" aceitaram uma proposta de realização de assembléia voltada à aprovação de um manifesto claramente fundado na ideologia socialista. Dessa Assembléia participaram aqueles que, militando no feminismo, no ecologismo e outras diversas frentes de luta, aceitam uma proposta de caráter socialista.
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Numa conjuntura de grande incerteza, alguns economistas afirmam cautelosamente que o impacto será moderado; outros, que será muito forte e criará dificuldades de grandes proporções para o crescimento econômico do país. Traduzindo: no primeiro cenário, teremos um aumento discreto do desemprego; no segundo, um aumento exponencial. O que parece certo é o aumento da violência, que recairá sobre a população das favelas, morros e periferias (pobre contra pobres), o que dará pretexto para o Estado criminalizar a pobreza ainda mais do que em 2008.
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Dois eventos importantes estão programados para dezembro e janeiro: o Tribunal Popular e o Fórum Social Mundial. O Tribunal se reunirá este mês na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e colocará o Estado brasileiro no banco dos réus, pelo delito de criminalização da pobreza e dos movimentos populares. O outro evento, o Fórum Social Mundial será o primeiro após a eclosão da crise econômica que se abateu sobre o mundo capitalista.