Correio da Cidadania

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Pelo menos 2.297 jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação foram assassinados desde 1990, segundo um recente informe publicado pela Federação Internacional de Jornalistas (FIP). O documento aponta que a estatística inclui 112 vítimas mortais registradas em 2015, devido à violência exercida contra o jornalismo.

 

Desde o começo da publicação, em 1990, os números dos assassinatos de jornalistas passaram de dois para quatro dígitos, e lembra que o ano de 2006 foi o mais mortífero para a profissão com 155 assassinatos, segundo os dados da FIP.

 

"Esta publicação histórica pesquisa a trajetória da crise de segurança no âmbito jornalístico e atesta a larga campanha conduzida pela FIP contra a impunidade em torno da violência perpetrada contra os profissionais do meios”, declarou Jim Boumelha, presidente da FIP.

 

"Estes informes anuais são muito mais que uma simples lista de nomes de nossos colegas assassinados. Trata-se de nossa homenagem a sua coragem e ao alto preço que pagaram milhares deles, que perderam sua vida no cumprimento de sua missão de informar e conscientizar o público”.

 

O relatório indica que mesmo que uma grande parte dos assassinatos se registra em países em guerra ou contra conflitos armados – assassinatos premeditados, atentados a bomba, fogo cruzado ou sequestros cada vez mais violentos – os números não se justificam unicamente por esta causa.

 

"Existem outras razões, frequentemente distantes da zona de operações, pelas quais os jornalistas estão na mira, já que muitos deles são vítimas dos barões do crime organizado e de oficiais corruptos”, informou Anthony Bellanger.

 

Uma das conclusões recorrente de nossos informes é que se registram muito mais assassinatos em situações de paz que em países atingidos pela guerra.

 

Esta conclusão se reflete nos 10 pontos chave dos países mais perigosos registrados no relatório que foram vítimas da violência da guerra, da infração da lei e da ordem, além do crime e da corrupção. Esses países são Iraque, Filipinas, México, Paquistão, a Federação Russa, Argélia, Índia, Somália, Síria e Brasil.

 

No ano passado, a França encabeçou, junto ao Iraque e Iêmen, a lista de países mais mortíferos para a profissão, depois do massacre do Charlie Hebdo, no qual 10 jornalistas e trabalhadores da revista satírica foram vítimas de terroristas. Nos últimos 25 anos, na América foram assassinados 472 jornalistas e trabalhadores da imprensa, dos quais 27 foram assassinados em 2015.

 

Uma segunda conclusão que se pode tirar do informe é a escassa consideração aos níveis de violência exercida contra os jornalistas no mundo, já que tão somente um de cada 10 assassinatos nos meios é investigado. A FIP avisa que a falta de ação para erradicar a impunidade dos crimes e outros ataques contra os profissionais dos meios continua agravando a violência contra eles.

 

Mais detalhes podem ser obtidos no site da FIP.

 

Fonte: Adital.

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Nota conjunta de sindicatos e da comissão de empregados da EBC sobre a troca de comando na emissora


Os sindicatos de jornalistas e radialistas do Rio, de São Paulo e do Distrito Federal e a Comissão de Empregados da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) assinam nota a respeito da troca de comando na emissora pública. O presidente da EBC, Américo Martins, comunicou nesta terça-feira (02/02) que deixaria o cargo.

 

Leia abaixo:

 

Troca de comando na EBC, esclarecimentos e ingerências

 

O presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Américo Martins, comunicou na terça-feira (2/2) sua saída do cargo. Junto com ele, deixa o posto Asdrúbal Figueiró, diretor-geral da estatal. A desistência de um dirigente é um direito, mas diante das informações que circulam em espaços oficiais e não oficiais, a decisão precisa ser melhor explicada para quem atua na EBC e para a sociedade.

 

Américo Martins assumiu a presidência da empresa em 2015. Sua ascensão coincidiu com uma nova gestão da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), sob o comando do ministro Edinho Silva. Desde então, as entidades representativa de trabalhadores denunciam o aparelhamento com nomes indicados pela Secom para cargos de gestão. O “cabidão”, como passou a ser conhecido dentro da empresa, tornou-se pauta central da greve de 10 dias que mobilizou quase 1000 trabalhadores da EBC em novembro de 2015.

 

A presença da Secom passou a ser sentida também nos veículos. Na Agência Brasil, principal site de notícias da empresa, a preocupação com a imagem do governo ganhou espaço. Pautas positivas para o governo, como a transposição do Rio São Francisco, foram impostas sem abrir o devido espaço para o contraditório. Outras, de caráter público, como o futuro do Edifício A Noite, prédio histórico, onde funcionou a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, foram proibidas. A contratação de comentaristas e apresentadores ligados ao governo pela TV Brasil também sinaliza interferência da Secom na linha editorial da EBC.

 

Como comunicadores, sabemos que não se deve julgar antes de apurar. Mas, ao mesmo tempo, as mudanças concretas, com a saída de um presidente e do diretor-geral, acendem um alerta vermelho. Ainda mais pelo fato de o presidente possuir mandato e não poder ser mandado embora, um dos poucos mecanismos criados para que a EBC seja pública, e não estatal.

 

Por uma confusão entre a função pública da empresa e a prestação de serviço de comunicação estatal, por um braço da EBC, ingerências do governo foram registradas desde a criação da EBC em maior ou menor grau. Até o momento, não chegaram à derrubada de um presidente. E esperamos realmente que este não seja o caso, porque significaria um atentado à autonomia da empresa prevista em lei e em recomendações internacionais, como as da Unesco.

 

Os trabalhadores da EBC atuam há anos em defesa da independência política e editorial. É obrigação do governo esclarecer a demissão de Américo Martins e aplicar mecanismos concretos de preservação e fortalecimento da autonomia da empresa. Devemos já começar pela escolha do novo presidente, de maneira transparente, com critérios claros e participação social.

 

Brasília, Rio e São Paulo, 2 de fevereiro de 2016.

 

Assinam:

 

Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal

Sindicato dos Radialistas do Distrito Federal

Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro

Sindicato dos Radialistas do Estado de São Paulo

Comissão de Empregados da EBC

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A queda do preço do petróleo provocou a desvalorização de 26 das 30 maiores empresas de petróleo no mundo. A questão política internacional está na raiz. Em acordo com os Estados Unidos, a Arábia Saudita inundou o mercado de óleo, enquanto países da Europa e Ásia diminuíram a demanda. Um dos objetivos dos Estados Unidos é atingir países como Rússia e Venezuela. No Brasil, a Petrobrás sofre as consequências desse quadro, agravado pela “Operação Lava Jato”.

 

Em reunião ocorrida no final de 2014, alguns dos países membros da OPEP, com destaque para a Arábia Saudita, principal produtor mundial, se recusaram a reduzir a oferta de óleo, mesmo com a demanda menor, o que também contribuiu para a queda dos preços.

 

Fazem parte da OPEP, além da Arábia Saudita, Angola, Argélia, Líbia, Nigéria, Venezuela, Equador, Emirados Árabes, Irã, Iraque, Kuwait, Catar. Grandes produtores, como Canadá e Rússia, não integram a organização.

 

Um levantamento feito pela Thomson Reuters Eikon e divulgado pelo Valor Econômico compara o valor de mercado dessas empresas em janeiro de 2014 e janeiro de 2016. A exceção da uma empresa russa, duas indianas e uma norte-americana, todas as demais caíram de valor.

 

Confira abaixo o resultado completo do levantamento. Os valores de mercado de são referentes as cotações das ações até dia 20 de janeiro.

 

Companhia

País

Valor de Mercado em janeiro de 2014

Valor de Mercado em janeiro de 2016

Variação do Valor de Mercado

Ecopetrol

Colômbia

US$ 45,98 bi

US$ 11,36 bi

-75%

Petrobras

Brasil

US$ 52.46 bi

US$ 16.99 bi

-68%

Devon Energy

Estados Unidos

US$ 25.12 bi

US$ 8.87 bi

-65%

Hess

Estados Unidos

US$ 27.00 bi

US$ 10.07 bi

-63%

Husky Energy Inc

Canadá

US$ 23.42 bi

US$ 9.07 bi

-61%

CNOOC

China

US$ 82.57 bi

US$ 37.68 bi

-54%

Repsol AS

Espanha

US$ 26.18 bi

US$ 12.48 bi

-52%

ConocoPhillips

Estados Unidos

US$ 86.55 bi

US$ 42.90 bi

-50%

Occidental Petroleum

Estados Unidos

US$ 75.70 bi

US$ 45.53 bi

-40%

Chevron

Estados Unidos

US$ 240.22 bi

US$ 148.64 bi

-38%

Royal Dutch Shell

Holanda

US$ 182.25 bi

US$ 115.63 bi

-37%

Canadian Natural Resources

Canadá

US$ 27.60 bi

US$ 17.72 bi

-36%

BP PLC

Reino Unido

US$ 129.95 bi

US$ 85.93 bi

-34%

Statoil ASA

Noruega

US$ 53.57 bi

US$ 35.67 bi

-33%

Exxon Mobil

Estados Unidos

US$ 438.70 bi

US$ 304.64 bi

-31%

Eni SpA

Itália

US$ 68.59 bi

US$ 47.76 bi

-30%

PTT PCL

Tailândia

US$ 22.69 bi

US$ 15.85 bi

-30%

EOG Resources

Estados Unidos

US$ 45.82 bi

US$ 33.11 bi

-28%

Suncor Energy

Canadá

US$ 39.19 bi

US$ 29.05 bi

-26%

Oil and Natural Gas

Índia

US$ 36.49 bi

US$ 27.10 bi

-26%

Marathon Petroleum

Estados Unidos

US$ 27.22 bi

US$ 21.59 bi

-21%

Total SA

França

US$ 114.21 bi

US$ 96.85 bi

-15%

Phillips 66

Estados Unidos

US$ 46.24 bi

US$ 41.04 bi

-11%

PetroChina

China

US$ 211.05 bi

US$ 195.02 bi

-8%

Rosneft

Rússia

US$ 34.14 bi

US$ 31.47 bi

-8%

Gazprom

Rússia

US$ 8.96 bi

US$ 8.68 bi

-3%

Reliance Industries

Índia

US$ 42.51 bi

US$ 48.17 bi

13%

Valero Energy

Estados Unidos

US$ 27.19 bi

US$ 31.53 bi

16%

Surgutneftegaz

Rússia

US$ 15.53 bi

US$ 19.65 bi

27%

Indian Oil Corpn

Índia

US$ 7.50 bi

US$ 14.54 bi

94%

 

Fonte: Thomson Reuters Eikon.

Retirado de Agência Petroleira de Notícias.

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Desde o aumento das tarifas do transporte coletivo, em 8 de janeiro, a população tem se colocado nas ruas para dialogar com o poder público, e colocar claramente sua demanda: chega de aumento, chega de tarifa. Quando a população é ignorada nas decisões de governo que beneficiam poucos empresários, a luta é uma resposta não só legítima, como necessária em qualquer sociedade que se denomine democrática.

 

O diálogo está aberto nas ruas todos os dias, nos ônibus lotados, nas estações e vagões de metrô cheios, que torturam estudantes, trabalhadores e trabalhadoras, as pessoas que precisam fazer longos deslocamentos pela cidade; facilita todo tipo de violências, como por exemplo o assédio das mulheres na superlotação.


Ao longo de nossa história, o Movimento Passe Livre se reuniu diversas vezes, com vários órgãos públicos, para discutir a Tarifa Zero, nossa principal reivindicação. Somos um movimento que luta por um transporte efetivamente público, e fazemos cotidianamente essa discussão – seja com a população, seja com os governantes.

Nos causa estranheza convites para conversar com representantes públicos que não são responsáveis pelo transporte e a mobilidade. Quem têm se negado ao diálogo são o governador e o prefeito. No lugar do debate sobre o transporte coletivo e o absurdo aumento das tarifas – instrumento de segregação espacial da população brasileira nas cidades – Alckmin e Haddad estão de mãos dadas reprimindo os protestos e criminalizando as lutas. A função do Ministério Público não é gerir o transporte coletivo na cidade.

 

No entanto, a função do MP, como assegura a Constituição, é fazer um controle externo da polícia, e até o momento não houve nenhuma ação para apontar os responsáveis pelas violações dos direitos humanos ocorridas nas manifestações contra o aumento, nem as ilegalidades nas detenções, e nem qualquer manifestação deste órgão nesse sentido.

 

Não há, como dizem, conflito entre manifestantes e polícia, isso é um absurdo e coloca forças desproporcionais em pé de igualdade. O que existe é um ataque sistematizado, estratégico, pelas forças que detêm o monopólio da violência e inteligência de repressão, contra pessoas comuns que demandam uma cidade democratizada.



Essa imobilidade do Ministério Público quanto à repressão policial não é novidade nas nossas lutas: denunciamos diversas vezes ao MP violações de direitos humanos por parte da Polícia Militar em nossas atos, além de abusos nas delegacias e prisões ilegais, e o órgão não acolheu e deu seguimento a nenhuma das nossas denúncias. Na verdade, o MP sempre agiu apoiando a repressão, sempre se posicionando contra os detidos nos atos contra os aumentos desde que o MPL atua na cidade, assim como é protagonista de um sistema penal genocida que encarcera diariamente pretos e pobres na periferia.



Portanto, esperemos que nessa reunião possamos discutir a responsabilidade do Ministério Público sobre o aumento da tarifa, afinal, em algumas cidades o MP tomou a tarefa de atender os interesses da população quando havia intransigência dos governantes quanto às demandas populares. Belo Horizonte e Florianópolis são alguns exemplos de cidade onde o MP obrigou a revogar aumentos.

 

Em São Paulo, o MP nunca assumiu esse papel, assim como também negligencia irregularidades gritantes na gestão do transporte coletivo, como o gigantesco caso de corrupção dos carteis no Metrô, responsabilidade de Alckmin, e a licitação de ônibus que Haddad está colocando em andamento, terrivelmente desvantajosa para a população.



Esperamos também que essa disposição de diálogo do MP se estenda a grupos que historicamente lutam para que o órgão acolha suas demandas, e sejam atendidas as reivindicações dos vários  movimentos sociais, como as Mães de Maio, que lutam contra a repressão policial, o genocídio da população negra pela PM e a criminalização da pobreza, e exigem que o Estado seja responsabilizado pelo massacre de jovens, especialmente negros, em maio de 2006.


Movimento Passe Livre - São Paulo

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Organizações indígenas e ligadas à causa têm manifestado sua indignação com o veto da presidenta Dilma Rousseff ao Projeto de Lei (PL) 5.954-C/2013, de autoria do Senador Cristovam Buarque, que visa assegurar às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas na educação básica, na educação profissional e na educação superior, bem como de processos próprios de aprendizagem e de avaliação que respeitem suas particularidades culturais.

 

O projeto, que poderia concretizar direitos já assegurados aos povos indígenas na Constituição de 1988, foi vetado pela Presidência sob a justificativa de “contrariar o interesse público”.

 

Na mensagem de número 600, emitida pela Casa Civil no dia 29 de dezembro de 2015, o governo afirma que “apesar do mérito da proposta, o dispositivo incluiria, por um lado, obrigação demasiadamente ampla e de difícil implementação por conta da grande variedade de comunidades e línguas indígenas no Brasil”.

 

Em nota, a Rede de Cooperação Amazônica (RCA), que é constituída por treze organizações indígenas e apoiadoras dos povos indígenas, afirmou que a mensagem presidencial “explicita posição governamental que considera a diversidade cultural e linguística indígena como um problema e não uma riqueza para o nosso país, em franco desacordo com o que estabelece nossa Constituição Federal” (clique aqui para ler a nota na íntegra).

 

A RCA também afirma que, após o veto a um projeto que poderia fortalecer a educação escolar diferenciada e valorizar as línguas e conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, conforme garante a Constituição, cabe agora ao Governo Federal apresentar novo projeto de lei que atenda à demanda indígena por melhorias na legislação e nas políticas públicas.

 

O Instituto Latino-Americano de Artes Cultura e História (ILAACH) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) também manifestou-se contra o veto de Dilma, classificando-o como um “desrespeito total” às conquistas dos povos indígenas a uma educação escolar específica e diferenciada (clique aqui para ler a nota).

 

“A Casa Civil demonstra preocupação com a quantidade de povos indígenas existentes no Brasil, como se a diversidade cultural e linguística fosse prejudicial ao erário público. Talvez seja esse um dos motivos que levou a Casa Civil a paralisar a demarcação das Terras Indígenas”, afirma a nota divulgada pela Unila. “Essa atitude é uma demonstração de um gigantesco retrocesso no que tange ao avanço para um país multicultural e plurilíngue”.

 

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também manifestou-se, em nota, repudiando o veto da presidenta Dilma. A entidade, que pediu a anulação do veto presidencial ao PL 5.954-C, questiona as justificativas apresentadas pelo governo para a decisão de barrar o projeto.

 

“É de se questionar quais interesses e qual público são contrariados com a presença das línguas indígenas nas instituições de ensino, pois todos teriam a ganhar com isso, uma vez que cada língua indígena encerra uma forma única de se conceber e pensar o mundo. Do mesmo modo, questionamos a impossibilidade de se incorporar as particularidades de cada sociedade indígena nos processos de avaliação educacional, a não ser que o objetivo seja a implantação de uma educação homogeneizadora que visa apagar a diversidade constituída pelas formas próprias de educação de cada povo indígena”, afirma a nota (clique aqui para ler na íntegra).

 

Em entrevista ao Instituto Socioambiental (ISA), a antropóloga e linguista Bruna Franchetto, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmou: “o veto vem para dar o golpe fatal a uma educação já limitada e frágil. A diversidade é uma riqueza, mas não o é para os lacaios do desenvolvimentismo. Não há nenhuma política linguística explícita, adequada e coerente no Brasil. Os cursos de formação de professores indígenas, que proliferam no Brasil, ou ignoram completamente a existência das línguas indígenas ou as tratam com displicência e profunda ignorância”.

“Não vete o nosso direito”

 

Ainda em janeiro, estudantes do Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto aos Povos e Terras Tradicionais (MESPT), da Universidade de Brasília (UnB), também manifestaram-se contra o veto de Dilma.

 

O MESPT inclui estudantes indígenas, quilombolas, oriundos de povos tradicionais e apoiadores das causas dos Povos Indígenas, Quilombolas e Tradicionais, os quais pedem que o governo “reveja sua posição com relação ao PL nº 5954/2013; considere os pareceres técnicos elaborados; consulte as instâncias de representação nacional indígena, em respeito à Convenção 169 da OIT. Não vete o nosso direito”.

 

A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), em conjunto com a Associação de Professores Indígenas do Rio Negro (APIARN), a Comissão dos Professores Indígenas do Alto Rio Negro (COPIARN), os Coordenadores das Escolas Indígenas do Alto Rio Negro e os Assessores Pedagógicos Indígenas (APIs), também divulgou carta de repúdio aos vetos.

 

Nela, as entidades indígenas criticam a falta de consulta aos povos pelo governo – contrariando a Convenção 169 da OIT – e a falta de compromisso com as conquistas democráticas dos povos indígenas no Brasil, solicitando ao governo que revogue o veto ao PL 5.954-C.

 

“O Brasil precisa se descolonizar, precisa reconhecer a presença da diversidade linguística e cultural do país. O Brasil precisa respeitar os direitos assegurados por lei, não só dos povos indígenas, mas de todos os brasileiros”, afirmam os indígenas do Rio Negro.

 

 

Fonte: Conselho Indigenista Missionário – Cimi.

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A violência toma conta de oito escolas que estavam ocupadas por estudantes em Goiás em protesto contra a entrega das escolas do estado às organizações sociais. Elas foram desocupadas violentamente por ações que envolvem a polícia, pais descontentes com as ocupações e/ou mascarados que entraram nestas escolas e obrigaram os estudantes que as ocupavam a sair.

 

Dezenove escolas continuam ocupadas pelos estudantes em protesto contra as organizações sociais na educação. Pelo Facebook, os estudantes relatam que estão sofrendo agressões e ameaças. Dizem que as desocupações estão sendo feitas com a ajuda de policiais militares e que os pais estão sendo incitados a ficar contra os estudantes.

 

“Eles forçaram o portão, arrebentaram o cadeado e invadiram o que restava de ocupação no colégio. Eles estão ameaçando muito e tem várias adolescentes que estão em situação de bastante perigo por conta desses “pais” e a direção, que já se mostraram dispostos a vandalizar o colégio para acabar com a manifestação contra as organizações sociais”, diz o relato dos estudantes que ocupam o Colégio Estadual Bandeirante.

 

Os estudantes destas escolas recuperadas pela violência dirigiram-se, agora, para a Secretaria de Educação do Estado. Cerca de 150 pessoas participaram desta ação. A polícia negocia a saída dos alunos da Secretaria. Ao mesmo tempo, a Secretaria apoia as ações de retomada das escolas. Em nota vergonhosa diz:

 

“Está em andamento uma manifestação espontânea de pais, professores e alunos pela desocupação de escolas que foram invadidas por manifestantes que se dizem contrários à gestão compartilhada com organizações sociais e que impediram o início do ano letivo em unidades ocupadas, afetando a rotina de mais de 16 mil estudantes”.

 

 

Por Luiz Carlos de Freitas.

Blog: Avaliação Educacional.

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“Não tenho dúvida. Ele veio para matar meu filho”, disse Ivani, a mãe de Allan, 17 anos, encontrada pela reportagem à porta de sua casa, chorando.

 

Imagens da câmera de segurança instalada em uma casa do Jardim São João, periferia de Ferraz de Vasconcelos (grande São Paulo), gravaram o momento da morte do estudante Allan Vasileski, de 17 anos, atingido com um tiro de pistola .40 disparado por um policial militar. O caso aconteceu na última sexta-feira (22/01).

 

O responsável pelo tiro é o soldado Melquíades Nascimento Dias, de 37 anos. Ao ser interrogado pela Polícia Civil, o militar afirmou que sua arma disparou e acertou as costas de Allan quando ele corria atrás do adolescente e “caiu bruscamente no chão, pois escorregou no piso molhado e acidentado” de uma viela.

 

As imagens mostram o momento em que Allan e um amigo, também adolescente, surgem correndo pela rua Raul Guerra. Ao se aproximar de um carro Fiat Palio Weekend, Allan tenta dizer algo para um homem que carrega uma criança, mas ele desaba no chão e bate a parte de trás da cabeça.

 

Na sequência, o soldado Nascimento, do 32º Batalhão da PM, surge nas imagens. Ele está com sua arma em punho. Ao ver Allan desabar, o homem com a criança se afasta e busca abrigo na frente do Palio. É quando o PM Nascimento chega até Allan, o vira, puxa sua blusa e percebe o ferimento do tiro nas costas do jovem.

 

O relógio da câmera marca 19h31 quando os primeiros moradores da rua Raul Guerra, logo após o barulho do tiro da .40 do PM Nascimento, começam a cercar o militar e imploram para que ele não deixe Allan morrer.

 

O PM Nascimento, segundo moradores do Jardim São João ouvidos pela reportagem, tentou, em um primeiro momento, dizer algo para incriminar Allan pela sua morte, mas foi logo repreendido pelos vizinhos do jovem, que viram quando ele apenas fugia da abordagem do militar.

 

Uma mulher que tentou ajudar Allan foi afastada pelo PM Nascimento ao mesmo tempo em que um menino, com uma camisa de time de futebol vermelha e também amigo do estudante, entra em desespero e coloca as mãos na cabeça ao vê-lo agonizando. Nesse momento, as imagens da câmera já não captam mais nenhum movimento de Allan.

 

Somente às 19h33, o também policial militar Edwilson Moreira Andrade de Sousa, 35 anos, companheiro de patrulhamento do soldado Nascimento, aparece nas imagens. É possível ver quando Nascimento se aproxima de Andrade e fala algo em seu ouvido.

 

Trinta segundos após chegar ao local onde Allan está caído, o PM Andrade volta para a mesma viela onde estava antes e deixa Nascimento sozinho. É quando uma vizinha do jovem se ajoelha perto de seu corpo e um morador começa a fazer imagens do militar com um telefone celular. O PM diz que Allan foi o culpado pelo tiro, mas logo os moradores o contestam.

 

De acordo com a mãe de Allan, Ivani Regina Vasileski, o jovem que acompanhava seu filho no momento da perseguição, e que também aparece nas imagens da câmera de segurança, contou que o PM fazia mira na direção dos dois jovens enquanto os perseguia.

 

“Não tenho dúvida. Ele veio para matar meu filho”, disse Ivani, encontrada pela reportagem à porta de sua casa, chorando.

PM liberado

 

Depois de ouvir as versões do PM Nascimento, de seu companheiro de patrulhamento e de mais dois PMs — também do 32º Batalhão e que nem estavam no Jardim São João quando Allan foi baleado —, o delegado Lourival Zacarias Noronha, da Polícia Civil, resolveu libertar o militar, enquadrado por homicídio culposo (sem intenção de matar).

 

Os PMs Nascimento e Andrade disseram ter ido ao Jardim São João, no início da noite de 22 de janeiro, após receberem denúncia de que um foragido da Justiça estava no bairro. Ao avistarem o grupo de jovens que conversava com Allan, os PMs tentaram abordá-los, mas o grupo se dispersou.

 

O PM Andrade disse também que dois homens, cada um em uma motocicleta, foram alcançados por ele no momento da abordagem ao grupo de jovens, mas que não anotou nenhuma informação sobre ambos porque ouviu o barulho de tiro vindo da direção para a qual o militar Nascimento tinha corrido e resolveu ajudá-lo.

 

O rapaz que acompanhava Allan no momento em que o jovem correu do PM Nascimento não foi encontrado para ser interrogado pela Polícia Civil.

 

Sem explicar o motivo de sua conclusão, já que o PM Nascimento não afirmou em nenhum momento que Allan tentou roubá-lo, o delegado Lourival Noronha fez a seguinte afirmação no registro da morte do estudante: “Vale ressaltar também a apresentação espontânea [do PM Nascimento]. A parte comunicou de pronto a polícia acerca dos fatos, viabilizando o socorro ao agressor lesionado, comparecendo e prestando as informações devidas nesta unidade policial, bem como exibindo sua arma de fogo, utilizada no revide contra o roubador”.

 

A Secretaria da Segurança Pública da gestão de Geraldo Alckmim (PSDB), que tem à frente Alexandre de Moraes, informou, por meio de nota oficial, que o PM Nascimento está “recolhido disciplinarmente no 32º Batalhão”. Isso significa que ele ficará cinco dias no batalhão onde trabalha, sem poder ir para casa.

 

Ainda segundo a Segurança Pública, a Polícia Civil instaurou inquérito policial para investigar a morte de Allan e a Corregedoria da PM (órgão fiscalizador) acompanha o caso.

 

Por André Caramante, da Ponte Jornalismo.

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A GENTE SÓ VAI PARAR QUANDO A TARIFA BAIXAR

 

Depois de um aumento absurdo em período de férias e final de semana, e uma repressão despropositada no 1º Ato contra a Tarifa, a polícia de Geraldo Alckmin, acordada com o prefeito Fernando Haddad, reprimiu duramente o 2º Ato contra a Tarifa antes mesmo de sair de sua concentração.

 

A violência da polícia, que deixou mais de dez presos - sendo que um morador de rua foi ferido no pé por uma bala DE VERDADE - e dezenas de presos mostra a verdadeira política de Alckmin e Haddad: defender o lucro dos empresários a qualquer custo.

 

Da mesma forma, defenderemos nosso direito à cidade e à manifestação. Se a polícia aumenta a repressão, aumentamos a resistência. Não vamos sair da luta até que caia a última catraca.

 

O próximo ato terá duas concentrações, vamos todos fortalecer essa luta pulverizando ações pela cidade. Some-se a essa luta. Feche uma via ou um terminal. Fortaleça os atos, mas lembre que a luta tem que acontecer em todos os espaços da cidade!

 

NEM AUMENTO
NEM TARIFA!
R$ 3,80 EU NÃO PAGO!

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A cidade que nós temos e a cidade que queremos: para além do Capital


Pela primeira vez na história, desde o início das cidades, a área urbana no mundo, segundo a ONU, ultrapassa a área rural (54%, e chegará a 70% em 2050). Este fato coloca novos desafios para a organização das lutas que a classe trabalhadora precisará travar para o próximo período, pensando que modelo de cidade temos e que modelo deverá se constituir para atender a classe trabalhadora em todos os aspectos, a fim de superar a opressão do capital sobre os trabalhadores e trabalhadoras das cidades.

 

No Brasil de hoje, cerca de 80% da população é urbana, sendo que na década de 40 apenas 30% da população morava no campo. Durante as décadas de 70 e 80, houve o maior deslocamento das áreas rurais para as áreas urbanas. Este fato ocorreu, principalmente, em decorrência do processo de industrialização no Brasil, promovido sob a batuta da ditadura militar, que forçou enorme deslocamento dos habitantes da área rural, para servir de mão de obra barata, ou excedente de mão de obra, nas fábricas.

 

Esse processo, nunca se preocupou com as condições de vida da classe trabalhadora, principalmente porque as áreas reservadas para esta classe sempre foram as mais distantes e com menos infraestrutura para que se obtivesse uma vida digna – as regiões periféricas.

 

Nas duas últimas décadas na cidade de SP e em outras cidades grandes e médias, o setor imobiliário alcançou uma importância maior do que as necessidades do povo, organizando as cidades para garantir os seus próprios interesses e os interesses do capital, principalmente no quesito mobilidade, que interfere e determina a concepção de cidade. Esse fato tem determinado a qualidade de vida ou não nas cidades.

 

São Paulo, sendo uma das maiores regiões de interesse do capital e um de seus maiores laboratórios, tem imposto um enorme sofrimento à sua população, que se encontra hoje em um processo de adoecimento mental, numa escala crescente. É a maior população com esse tipo de adoecimento no mundo.

 

Tal urbanização se deu sob os princípios da ilegalidade e da desigualdade. A especulação imobiliária fez com que o valor da terra não pudesse ser acessado pelas populações pobres, que passaram a ocupar terrenos distantes dos centros, onde se encontra toda a infraestrutura urbana qualificada (escolas, transporte, lazer, cultura, saúde, etc.), muitas vezes instalando-se em áreas de preservação ambiental. A moradia é caracterizada pela precariedade de suas instalações e pela ausência do Estado no fornecimento de estrutura básica e serviços.

 

Ou seja, a falta de recurso técnico e ausência do poder estatal impossibilitam a garantia de condições mínimas de vida e de moradia. Mesmo quando o Estado não é ausente os recursos são escassos. A repressão e a violência institucional contra a população pobre tornam-se a marca de presença do poder estatal nas periferias e favelas.

 

Desta forma, a população pobre e marginalizada encontra-se extremamente vulnerável às catástrofes ambientais, haja vista as recentes enchentes que impactaram profundamente os assentamentos humanos precários, ou seja, as favelas. Não lhes são observados nenhum dos direitos constitucionais já garantidos à moradia, pois são constantemente despejadas. Sob forte violência policial para a implementação de projetos imobiliários rentáveis, demonstra-se a perversidade da lógica de produção e ocupação dos espaços da cidade.

 

Por sua vez, indivíduos, entidades e movimentos sociais buscam defender os direitos humanos desta população, exigindo a democratização das cidades e suas riquezas, através ocupações de prédios e terrenos que não cumprem a função social. Ao mesmo tempo, a resistência aos processos elitistas e higienistas de “revitalização de centro”; as resistências indígenas, as resistências quilombolas e as diversas resistências nos espaços urbanos (luta pelo transporte gratuito, pela ampliação e qualidade do sistema de saúde, creches nas comunidades etc.) são constantemente criminalizadas ou sofrem violência como forma de repressão de suas ações.

 

Uma outra tragédia se coloca como fundamental para que entendamos as mudanças que ocorrem na humanidade e repercutem nas cidades, que são os deslocamentos forçados de vítimas de guerras, obrigadas a sair de suas casas. A ONU calcula cerca de 50 milhões, que estão vivendo com status de refugiados em outros países. Essas guerras são sempre provocadas pelo capital, em virtude de áreas estratégicas, que atendam seus interesses.

 

O Brasil já tem 1 milhão e 600 mil brasileiros que foram obrigados de sair de suas casas nesses últimos 7 anos

 

Essa nova realidade que nos tem sido colocadas (aos movimentos populares) pelos refugiados nos traz um enorme desafio: como compreender esta situação, estabelecer relações culturais e construir laços de luta para a superação de diversas situações de opressão que eles vêm sofrendo, como xenofobia, falta de moradia etc.

 

Assim, o Movimento Terra Livre, em seu braço urbano, pretende realizar um ciclo de Seminários que aprofunde a necessidade da organização popular em torno do debate sobre que cidade temos e que cidade queremos. Este debate será muito importante para que possamos nos opor ao modelo de cidade e desenvolvimento predominante que se mostra insustentável à vida e à natureza, a fim de buscarmos alternativas capazes de efetivar os direitos humanos de todos, principalmente dos setores mais fragilizados pelo capital, como as mulheres, LGBTS, negros, indígenas, crianças e adolescentes.

 

Debater para entender a cidade nesse momento é fundamental para compreender que dinâmica tem sido imposta pelo capital e refletir possibilidades de saídas a construir.

 

Programação do seminário

 

1 -A atual conjuntura e os desafios dos movimentos de luta por moradia e reforma urbana

 

CONVIDADOS: Brigadas Populares (confirmado), Movimento de Moradia Centro, Luta Popular (confirmado), Terra Livre (confirmado), MMRC Nelson Tchê (Nelsão)

 

Data 04/02/2016

Local: Ocupação Carolina Maria de Jesus

Rua Iraci, 707 Jd Paulistano

Horário 19:00

 

2 - Mobilidade Urbana

 

CONVIDADOS: Movimento Passe Livre, Márcia e Lucio Gregori, Terezinha Ferrari, João Vitor (Conselheiro Municipal de Trânsito e Transporte e Movimento Terra Livre)

 

Data: 17 de Fevereiro

Local: Ocupação Leila Kaled

Rua Conselheiro Furtado, 648 – Liberdade

Horário: 19:00

 

3 - Cidade de exceção: A militarização das cidades

 

CONVIDADOS: Comitê pela Desmilitarização da Policia e da Política, Movimento Palestina para Todos e Todas, Padre Julio Lancelotti, Marcela Pontes (médica comunitária), Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais (Catso)

 

Data 24 Fevereiro

Local: ECLA

Rua da Abolição, 244 – Bixiga

Horário 19:00

 

4 - Deslocamentos forçados

 

CONVIDADOS:: Sírios, palestinos, curdos, bolivianos, haitianos e Manoel Fernandes (professor de geografia da USP)

 

Data 07 de Março

Local: Ocupa Leila Kaled

Rua Conselheiro Furtado, 648, Liberdade

Horário: 19:00

 

5 - Cidade dos Homens?

 

CONVIDADOS: Fala Guerreira, Movimento LGBT, Lavínia Clara - militante do Terra Livre

 

Data 17 de Março

Local: ERLA

Rua Santo Antonio, 1025 –A Bixiga

Horário 19:00

 

6 - A periferia e o controle territorial dos(as) indígenas e negros(as): das senzalas à resistência dos quilombos!

 

CONVIDADOS: Vera Teles (professora da USP), Rui Polly, Sassá Tupinambá (Tribunal Popular e Movimento Terra Livre)

 

Sinsprev

Rua Antoniod e Godói, 88 5º andar – Centro

Data 28 de março

Horário 19:00

 

7 - Se a cidade fosse minha! Infância e a construção das cidades cidade

 

CONVIDADOS: a definir

 

Data 6 de abril

Praça Roosevelt - centro

Horário 19:00

 

8 - Plano Diretor: Cidade para as pessoas ou para os interesses do capital?

 

CONVIDADOS: Marcelo Sampaio, Lucila Lacreta, Felipe Francisco de Souza, Auditoria Cidadã da Dívida Pública, Usina

 

19 de abril

Local: Ocupação Leila Khaled

Rua Conselheiro Furtado, 648 – Liberdade

Horário:19:00

Apresentação da Peça: Revolução das Galochas do Grupo Galochas

 

 

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Na semana em que a tragédia ocorrida em Mariana (MG) - provocada pelo rompimento da barragem de Fundão da Mineradora Samarco - completa três meses, entidades acadêmicas, associações profissionais e movimentos sociais de diversas áreas de atuação vêm a público chamar a atenção da sociedade brasileira para a importância de se acompanhar, com muita cautela e cuidado, todo e qualquer projeto de reconstrução para a “nova Bento Rodrigues”.

 

Em um manifesto assinado por 21 instituições, os signatários do documento ressaltam que o processo de construção dessa nova localidade deve considerar, no mínimo, a equivalência das condições de vida existentes anteriormente à tragédia e que todas as decisões devem levar em consideração o desejo e a opinião da população afetada.

 

No documento, os signatários defendem ainda que a definição da localização do novo assentamento, bem como a elaboração dos projetos urbanísticos e arquitetônicos, deve ser fruto de uma construção coletiva, em que a participação dos moradores seja totalmente assegurada.

 

O manifesto também destaca que é preciso dedicar atenção especial às populações ribeirinhas e demais moradores de áreas atingidas ao longo dos cursos de água impactados. Além disso, reforça que as obras devem ser custeadas pelas empresas responsáveis pela tragédia, mas que a gestão de todas as medidas deve ser feita pelo Estado. Segundo o documento, transparência e controle social são valores imprescindíveis nesse processo.

 

Veja o manifesto na íntegra no Portal Fiocruz: http://bit.ly/1KSCpGE.

E no site da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES: http://abes-dn.org.br/news/?p=883

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A Associação Juízes para a Democracia, entidade não governamental e sem fins corporativos, que tem dentre suas finalidades o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos próprios do Estado Democrático de Direito, vem a público manifestar-se sobre o corte orçamentário da Justiça do Trabalho para o ano de 2016, bem como sobre a motivação externada pelo sr. Relator do PLN 07/2015, deputado federal Ricardo Barros, PP/PR, que revela, além de argumentos falaciosos, uma verdadeira arbitrariedade e ofensa à separação dos Poderes e à independência funcional dos magistrados, senão vejamos:

 

1. Um dos objetivos dos direitos trabalhistas conquistados ao longo de anos e consolidados na CLT de 1943 é buscar a promoção de justiça social, considerando a desigualdade material entre o trabalhador e o empregador. A Justiça do Trabalho foi criada com a primordial finalidade de solucionar os conflitos decorrentes da relação Capital x Trabalho, que em regra surgem do descumprimento da legislação pátria. Os direitos trabalhistas têm sua importância reforçada no texto da Constituição Federal, pois são alçados ao patamar de direitos fundamentais, servindo como mínimo de contrapartida à validade da exploração do trabalho humano.

 

2. Em que pese o relevante papel da Justiça do Trabalho no Estado Democrático de Direito, o sr. Deputado, no ato de leitura do PLN 07/2015, aduz que a instituição, que conta com 50 mil servidores, "daqui a pouco será a maior empresa do Brasil”, confundindo, propositalmente, um dos ramos de um Poder da República com uma empresa da iniciativa privada, como se fosse possível tal comparação.

 

3. Além disso, ao cotejar o orçamento da Justiça do Trabalho com a dotação orçamentária para o Programa Bolsa Família, o sr. deputado promove uma desnecessária, porém conveniente, situação de aparente conflito dentro da sociedade, qual seja, ou o Estado garante o benefício social para os mais fragilizados ou arca com a estrutura da Justiça do Trabalho.

 

4. O conflito é aparente, pois o benefício social do Programa Bolsa Família não possui nenhuma relação com um ramo do Poder Judiciário, a Justiça do Trabalho. Esta foi concebida com a finalidade de, equacionando o já mencionado conflito entre Capital x Trabalho, permitir que a exploração capitalista ocorra de maneira civilizatória, permitindo a manutenção e a reprodução sociais. Ou seja, os direitos trabalhistas, garantidos pela Justiça do Trabalho, são parte essencial e contrapartida mínima para a exploração do trabalho humano. Como consequência, a Justiça do Trabalho é instituição destinada a garantir a manutenção da exploração, respeitado um patamar mínimo civilizatório.

 

5. Por sua vez, o Programa Bolsa Família constitui benefício social e, como tal, decorre do reconhecimento de que o regime de produção econômica adotado necessariamente produz mazelas sociais, as quais, para serem minimizadas, necessitam de intervenção estatal, a fim de se garantir renda mínima para a sobrevivência de pessoas excluídas da divisão dos bens sociais.

 

6. O diagnóstico do sr. deputado de que o problema da Justiça do Trabalho é a falta de "controle da demanda”, pois o trabalhador que ajuíza reclamação trabalhista "ganha ou não perde”, imputa a responsabilidade pelo crescente número de processos ao próprio Direito do Trabalho e não ao reiterado descumprimento de suas normas por parte de empregadores, de forma a legitimar tal descumprimento.

 

7. Conforme gráfico 5.43 do Relatório Justiça em Números de 2015, produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (fl. 202 do documento), 43,99% (quarenta e três vírgula noventa e nove por cento) das ações que tramitam na Justiça do Trabalho tratam da cobrança de verbas rescisórias, ou seja, verbas devidas quando o contrato de trabalho é rescindido, e elementares para a sobrevivência do trabalhador enquanto busca novo emprego. A evidenciar que a crescente quantidade de ações decorre do pleno descumprimento de fundamentais normas trabalhistas.

 

8. Para além das críticas falaciosas proferidas ao direito e ao processo do trabalho, o sr. deputado arrola uma série de alterações legais que, segundo ele, deveriam ser levadas a cabo pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, pelo Conselho Nacional de Justiça, pela Associação dos Magistrados Brasileiros e pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho. As alterações propostas representam verdadeiro entrave ao direito constitucional de ação, de modo que ao trabalhador seria vedado o acesso pleno ao Poder Judiciário, o que é inadmissível.

 

9. Afronta ainda a separação de Poderes a atuação do sr. deputado, que não pretende arcar com o custo eleitoral de promover essas medidas absolutamente contrárias à classe trabalhadora, mas utiliza a relatoria do projeto de lei do orçamento da União para pressionar as instituições relacionadas com o direito do trabalho a promover uma reforma trabalhista precarizante, com plena redução de direitos, e, enquanto isso não ocorre, para pressionar os juízes do Trabalho a não aplicar a lei vigente, em franco prejuízo aos  trabalhadores.

 

10. Em nenhum momento de seu discurso o sr. deputado trata da promoção da melhoria da condição social do trabalhador, expressamente prevista no art. 7o, "caput”, da Constituição Federal como um direito social. Muito pior, ao sugerir o "controle da demanda” na Justiça do Trabalho, com redução de direitos e aumento de dificuldades para que o trabalhador acesse o Poder Judiciário, fomenta o agravamento de tal condição, a contribuir com o já abissal fosso da desigualdade social brasileira.

 

11. No ato da leitura do PLN 07/2015, o sr. deputado diz expressamente que, "como a Justiça do Trabalho não tem se mostrado cooperativa”, o corte orçamentário tem a finalidade de fazer os magistrados refletirem melhor sobre a quantidade de processos e de servidores, o que sinaliza a quais interesses serve o parlamentar; bem como o uso indevido de seu papel de relator e do próprio projeto de lei orçamentário como forma de pressionar os magistrados e a Justiça do Trabalho a realizarem uma reforma trabalhista por meio da jurisprudência, obviamente que em prejuízo da classe trabalhadora.

 

12. A deixar ainda mais clara a intenção do sr. deputado de, por intermédio da lei orçamentária, tentar destruir a Justiça do Trabalho, o fato de este ter dentre a maioria de seus financiadores de campanha pessoas jurídicas, conforme informação constante no site do Tribunal Superior Eleitoral. E, dentre tais empresas, figuram algumas na lista dos maiores litigantes da Justiça do Trabalho, quais seja, a JBS S.A., na 35ª posição, e a Usina Alto Alegre S.A. - Açúcar e Álcool, na 68ª posição, conforme listagem divulgada pelo Tribunal Superior do Trabalho (4).

 

13. O orçamento público representa um planejamento financeiro para o funcionamento adequado do Poder Público e não deveria ser objeto de barganha e tampouco deveria servir como meio de punir uma instituição voltada para a promoção da melhoria das condições sociais da classe trabalhadora.

 

14. É lamentável que, vinte e sete anos após a instituição da Constituição Federal de 1988 (a chamada Constituição cidadã), a independência e a harmonia entre os Poderes da República Federativa do Brasil sejam frontalmente ofendidas como nesse episódio.

 

15. É deplorável, enfim, que, após séculos de luta para que a humanidade se torne mais igual, o sr. deputado, por meio de uma artimanha, tente desestruturar a Justiça do Trabalho, justamente o ramo do Poder Judiciário que diretamente atua no conflito Capital x Trabalho, com o objetivo de, exigindo o cumprimento das leis laborais, reduzir a desigualdade social, com o escopo de nos tornar mais iguais.

 

A Associação Juízes para a Democracia vem a público para, de forma veemente, (i) repudiar a postura acima indicada do parlamentar e o uso arbitrário do orçamento como tentativa de manipular e destruir a Justiça do Trabalho, desrespeitando a independência e a harmonia entre os Poderes da República; e (ii) exigir a pronta recomposição do orçamento anual da Justiça do Trabalho para 2016, como forma de manutenção de relevante aparelho estatal destinado a garantir direitos sociais e, como consequência, reduzir a desigualdade social, objetivo da República.

 

 

São Paulo, 26 de janeiro de 2016.

A Associação Juízes para a Democracia

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Estes são alguns relatos iniciais de um dia de ditadura na maior cidade do Brasil; que se instale imediatamente uma Comissão da Verdade para apurar a violência estatal.

 

Neste momento, dezenas de bombas atiradas contra as pessoas, qualquer uma, manifestante, usuário de transporte, idoso, criança, ou quem quer que seja. o cenário é de guerra, pessoas feridas e presas, muita fumaça e desencontros. Estamos encurralados”. (Igor Carvalho, no Facebook)

 

“Estou na Paulista acabo de presenciar um massacre pela PM, muitas bombas e truculência. Estamos em meio a uma guerra! Com muitos me refugiei em uma loja asfixiados pelas bombas na porta. Só saímos pressionados e insultados pela PM, cercados de todos os lados! Liberdade de manifestação não existe em SP, foi suprimida pela Força e pelas bombas, fui alvo de várias, não há diálogo possível, tentamos tudo! Depois do Caldeirão de Hamburgo, a PM agora promove uma caçada dos manifestantes pelas ruas da cidade, os seguranças do metrô impedem a entrada, todas as ruas cercadas, manifestantes perseguidos e caçados com furor!” (Padre Julio Lancelotti, no Facebook)

“Hoje foi o ato mais violento que já participei na vida… a PM cercou o local do encontro da manifestação, dispersou todo mundo com bomba pra caralho jogadas EM CIMA das pessoas, rachou a cabeça de um moço” (Flavia Brancalion, em coletânea de relatos feita pelo Coletivo Juntos)

 

SEM ROTA DE FUGA

 

“Manifestantes que tentam se proteger em lojas, prédios e institutos da Avenida Paulista e imediações estão sendo rendidos pela Polícia e tendo que sair desses lugares sob ameaças, intimidação e de mãos para o alto”. (Coletivo Juntos)

 

“Hoje estávamos no Instituto Miguel Cervantes e mesmo passando mal e com pessoas feridas a PM continuou a jogar bombas DENTRO do prédio pra nos torturar a PM lançou mais de DEZ BOMBAS com nós todos lá dentro, mesmo não fazendo nada, estando feridos e em pânico, a PM não poupou esforços e bombardeou tudo de gás, e ainda ameaçaram todos nós dizendo que quem não saísse de mãos levantadas seria preso”. (Juan Alan, no Facebook)

 

“Desci a Consolação toda praticamente correndo… na altura do cemitério as pessoas que estavam descendo a Consolação tiveram que entrar por Higienópolis mas a PM continuava cercando tudo e todos, sem parar com as bombas. Toda a população ficou amedrontada”. (Miguel Tadeu Vicentim, no Facebook)

 

“Também nos fizeram uma emboscada na rua Sergipe. Bombas e mais bombas e mais bombas em uma rua cercada por policiais. Impossível passar por qualquer lugar. Depois disso, revistas, xingamentos, palavras de ordem autoritárias, pessoas detidas, chutadas, enfim, total despreparo de todos os policiais”. (Thaís Soares, no Facebook)

“Depois que a maior parte dos manifestantes foi empurrada pra tomar bomba na Paulista, que estava totalmente cercada e sem rotas de fuga, eu sobrei com um grupo pequeno de pessoas que teve que sair correndo. Mesmo depois de parar de filmar eles continuaram jogando bomba”. (Thomaz Pedro, no Facebook)

 

COVARDIA

 

“Durante a dura repressão da Polícia Militar ao ato de hoje (12/01) contra o aumento da tarifa de metrô, trem e ônibus em São Paulo, muitos manifestantes foram feridos por balas de borracha e estilhaços das bombas de gás lacrimogênio. Entre eles, o estudante de arquitetura Gustavo Camargos e Silva, 19 anos, teve uma fratura exposta na mão, com fraturas em vários pontos”. (Jornalistas Livres)

 

“No momento meu primo de 19 anos, moleque de tudo, estudante de arquitetura, está no hospital sendo operado. ele tomou uma bomba de gás da PM na mão, teve fratura exposta e um tendão rompido”. (Paula Sacchetta, no Facebook)

 

“Foi um massacre, ontem! Todos apanhamos… Jogaram bombas na minha direção sendo que estava com uma mulher ferida nos braços”. (Erick Vinicius Borges, no Facebook)

 

“E as Bombas explodem no vale e por aqui na Xavier de Toledo. Truculência, violências generalizadas, espancamentos covardes”. (Átila Pinheiro, no Facebook)

 

ATROPELAMENTO

 

“Ninguém me contou, eu vi. Por volta das 20h, na esquina da Consolação com a Maria Antônia, meia dúzia de policiais em motocicletas perseguiam um manifestante que fugia pela rua da Consolação, subindo em direção à Paulista. As motos atropelaram propositalmente o manifestante, que caiu e bateu a cabeça no meio-fio”. (Ícaro Vilaça, no Facebook)

 

“Depois de você ver um jovem ser atropelado por policiais de forma proposital e ser lançado no chão, perseguido por aproximadamente cinco motos, que lançaram o jovem na calçada que você estava e não poder fazer nada, porque muitos outros policiais te cercam e não deixam você filmar… Você se sente um impotente que não pode fazer nada”. (Fernando Rocha, no Facebook)

 

‘VOU QUEBRAR SEUS DENTES’

 

“O motorista tirou a arma de fogo letal de dentro do carro para me fazer parar. Joguei minha mala no chão e eles mandaram eu abrir as pernas e colocar a mão na cabeça de costas. Neste momento eles gritaram:

 

— Sua mala está pesada né? Tem explosivo aí? – Fiquei com muito medo de eles implantarem algo. — Você tem passagem na delegacia? O que faz da vida?

 

Eu respondi que não tinha, que era estudante e trabalhador de carteira assinada, que estava lá porque era contra o aumento.

 

– Repete para mim: você tem sorte de estar vivo – repeti – é a primeira vez que te vejo aqui, se eu te ver de novo em manifestaçãozinha de esquerda vou quebrar seus dentes e você vai cuspir um a um.

 

Estava com muito medo, mas tentei olhar as identificações dele. Eles não deixavam.

 

— Olho nos meus olhos seu vagabundo, vou dar um tapa nessa orelha com brinco até rasgar ele fora.

 

Depois disso eles tiraram dezenas de fotos minhas, do meu rosto com RG etc.

 

— Você tá no meu “book” agora, se eu te pegar de novo vou te estraçalhar.

 

Eles revistaram minha mala inteira, ficaram me aterrorizando. Depois que terminou eu segurava minha camiseta para cima pois ela encostava no machucado do estilhaço da bala e ardia muito.

– Tomou bala é? Isso é menos do que você merece, eu tô com vontade de te encher de porrada aqui. Tira essa camiseta do partido e põe na mala que cê tá liberado, cê entendeu?

 

Foi horrível, mas eu tive de tirar a camiseta que expressa minha posição política e colocar dentro da mala como se eu tivesse vergonha dela. Eu tinha outra camisa que ele me obrigou a vestir e fui embora”. (Raul Santiago, na página do PSOL)

 

‘OLHOS ARDIAM, MAS SEM LÁGRIMAS’

 

“A bomba de gás estourou no saguão externo do Instituto Cervantes, dali alguns segundos a fumaça iria se espalhar, fazer os olhos arderem, dificultar a respiração, atordoar ainda mais os sentidos. (…)

 

A primeira descida foi no momento do desespero inicial. Com bombas explodindo nas costas e uma numerosa tropa militar à frente restou a mim e a muitas outras pessoas encarar o confinamento. Respirar a fumaça que invadiu o espaço, ouvir o barulho das bombas lá fora e saber-se completamente sem saída. Voltar para o subsolo não era um horizonte razoável.

Mãos ao alto, tal como civil na linha de frente da guerra, caminhei na direção da avenida Paulista. Contei que o próximo disparo demoraria tempo suficiente para que pudesse me render. Ganhei a rua, mas a liberdade parecia inalcançável.

 

À frente o enorme buraco do túnel que cruza por baixo da praça do Ciclista, intransponível trincheira. À esquerda duas fileiras de policiais militares em formação perfilados na frente dos homens com escopetas em punho. Dali, a menos de 10 metros, era de onde saia o terror em forma de arma química.

 

Caminhei em direção a eles, um passo, talvez dois. Aos berros, mandaram-me voltar. Consegui ver que as pistas da avenida do outro lado estavam livres, bastava contornar o gradil que isolava o buraco para afastar-me do centro do massacre de terror.

 

Consegui chegar à retaguarda, onde outra linha de policiais com mais escopetas e menos escudos estava posicionada. Novamente meu rumo foi definido por um berro vindo de um policial militar. Deveria me posicionar atrás da linha e não na lateral.

 

Parei em frente à igreja, os olhos ardiam, mas sem lágrimas. Centrei-me em respirar vagarosamente para não absorver mais gás tóxico. As mãos tremiam. O pior passou” (João Lacerda).

 

 

Por Alceu Castilho, jornalista, publicado em seu blog.

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