Correio da Cidadania

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Sérgio Cabral debocha da cultura nacional e desdenha do movimento social. Agora ameaça demolir o Museu do Índio.

 

Não atendeu aos flagelados das chuvas, não repôs o bondinho de Santa Tereza, provocou a demissão em massa dos trabalhadores da refinaria de Manguinhos...

 

Judia dos pobres e faz a festa com os ricos. O Brasil todo assistiu a festa dos guardanapos em Paris. Sérgio Cabral com o dono da Delta, Fernando Cavendish. O empresário da construtora negou a acusação de pagamento de propina a políticos. Cavendish também nega que seja sócio do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Nem a festa em Paris, nem o grande número de obras da Delta no estado do Rio e muito menos a queda do helicóptero de Eike Batista na Bahia com quatro mortos, entre as vítimas a namorada do filho do governador Cabral, enfim, nada disso conseguiu sensibilizar a maioria governista dos parlamentares da importância da convocação do governador Cabral para depor na CPI do Cachoeira.

O Museu do Índio amanheceu nesse sábado, 12 de janeiro, cercado pelo Batalhão de Choque da PM. Cabral quer derrubar o prédio para construir um estacionamento maior para o Maracanã da Copa. Depois das obras, o estádio e todo seu complexo serão privatizados e o provável comprador será o megaempresário Eike Batista.

Do mesmo jeito que escapou da CPI do Cachoeira, há quem aposte que o governador Sérgio Cabral, depois de todas essas medidas impopulares e cruéis, tem uma vaga certa num ministério em Brasília, no governo Dilma.

Quem viver verá, até quando o governador Cabral vai debochar da cultura nacional e desdenhar dos movimentos sociais?

Artigo de autoria de Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ.

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Durante o ano de 2012 a situação vivenciada pelo povo Kaiowá Guarani, no Mato Grosso do Sul, ganhou maior repercussão após divulgação de carta na qual os Kaiowá Guarani afirmavam que resistiram “até o fim”, sem arredar pé, caso a ordem de despejo da Aldeia Puelyto Kue fosse concretizada. O desencontro de informações – gerada em grande medida pela postura oficial assumida pela Funai ao negar resolução aprovada no principal conselho Guarani Kaiowá, o Aty Guasu – deu a tônica nos debates que se seguiram, revelando o desconhecimento da maioria da população em relação à opressão sofrida por este povo na luta pela demarcação de seus territórios tradicionais.

 

A repercussão do fato ampliou o número de pessoas que passaram a se solidarizar com a causa do povo Kaiowá Guarani, nacional e internacionalmente. Apenas no Brasil, mais de 50 atos foram realizados em diversas cidades do país, o que não significou, propriamente, uma mudança na qualidade de vida deste povo, que segue oprimido pelo agronegócio e pelo próprio Estado. Por este motivo, foi formado o Comitê Internacional de Solidariedade ao Povo Kaiowá Guarani.

 

O Tribunal Popular, que também compõe o Comitê, dentre outras ações, organizou um

acampamento de observadores na Aldeia Taquara, localizada no município de Juti, e a segunda “Expedição Marco Veron” (que leva o nome do cacique assassinado em 2003), que seguirá durante todo o mês de janeiro de 2013, levantando dados referentes à situação em que se encontra o povo Kaiowá Guarani.

 

O objetivo do acampamento de observadores, iniciado em dezembro, é coibir a violência praticada pela milícia chamada Sepriva Segurança, organizada por policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e pela FAMASUL (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul) a mando do fazendeiro Jacinto Honório Silva Filho.

 

Conforme Ernesto Veron, filho do cacique Marco Veron e representante da liderança Guarani Kaiowa na Taquara, “é importante que os observadores estejam aqui para ver com seus próprios olhos as dificuldades e ameaças: a dificuldade da oca (casa ritual), alimentação, saúde e, sobretudo, com a justiça – que não se importa muito com a gente. É importante que levem todas estas dificuldades na memória para que eles possam levar para a justiça e demais autoridades o nosso sofrimento na Aldeia Taquara”.

 

A opressão se intensificou na região com a expansão das fronteiras agrícolas, no contexto de reconfiguração do agronegócio no final da década de 1970. Neste curto espaço de tempo, foram notadas tentativas de intimidar o povo Guarani Kaiowa, como a presença constante de carros que passam pela aldeia ameaçando e ofendendo a população, inclusive as crianças.

 

As terras da aldeia Taquara já foram reconhecidas, porém a população aguarda há 13 anos pela homologação. O processo de demarcação, iniciado em 2000, foi interrompido em 2010 após decisão do ministro da Justiça, Paulo Barreto, que suspendeu a portaria que declarava a Terra Indígena Taquara como tradicionalmente indígena, o que significa, na prática, a posse permanente da área aos Guarani Kaiowá.

 

A área reconhecida pela Funai apresenta um total de 9.700 hectares (ha). Segundo as lideranças locais, destes 9.700 ha, 4300 ha foram invadidos pela monocultura da soja e pelo menos 4.700 ha por pastagens destinadas à produção pecuária. Na conta final, aos Guarani Kaiowá restaram 90 ha.

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A classe trabalhadora quer debater o futuro do Brasil com o governo e os empresários. Chega de medidas paliativas! Está mais do que na hora de traçar estratégias de longo prazo para todos os setores da economia, independentemente da crise econômica do momento. Crises, sabemos todos, são cíclicas e a próxima será sempre a mais grave de todas as que já foram registradas.

 

Os trabalhadores, eternos reféns dos efeitos das crises financeiras internacionais, como a última, que começou com a quebradeira de bancos nos EUA e na Europa em 2008, exigem que suas propostas sejam levadas em consideração pelo governo federal. Queremos mais que a manutenção dos empregos. Queremos continuar o processo de distribuição de renda via massa salarial e a valorização do trabalhador, iniciados no governo do ex-presidente Lula.

 

Dois pesos duas medidas

 

É preciso proteger a indústria nacional, justifica o governo quando divulga medidas para estimular a economia, aumentar a competitividade e a produtividade das empresas. O discurso oficial garante que os benefícios fiscais mantêm os empregos e até abertura de mais postos de trabalho.

 

Com este argumento, aos poucos e sem alarde, o governo já atendeu várias das 101 medidas que a CNI propôs na semana passada alegando que é preciso modernizar as relações trabalhistas. Entre as medidas que o governo já concedeu estão benefícios fiscais, redução de custos para contratar e financiamento mais barato.

 

A maioria das propostas feitas pela CNI e ainda não atendidas pelo governo, no entanto, vai na direção de eliminação de direitos que levaram anos e muitas lutas para ser conquistados, como as cotas para pessoas com deficiência e as garantias da maternidade; a flexibilização total do tempo de trabalho, sem ter que pagar por isso; a eliminação completa do poder de punição da fiscalização que ficaria só como órgão orientador ; sem contar que coloca em dúvida todas as decisões e súmulas do TST – Tribunal Superior do Trabalho; e transfere para o governo todos os custos dos direitos trabalhistas.

 

Os empresários parecem ignorar que o Brasil só passou pela crise porque houve fortalecimento do mercado interno, especialmente via valorização do salário mínimo, conquistado depois de muita pressão e mobilização capitaneadas pela CUT, durante o governo do ex-presidente Lula.

 

É preciso lembrar a eles, empresários, e também aos tecnocratas do governo que a melhoria da distribuição de renda via trabalho, aliada a programas como o Bolsa Família, contribuiu fortemente para sustentar o país nesses tempos de crise.

 

Concordamos que é preciso proteger nossa indústria e garantir o emprego e apoiamos os estímulos tributários e financiamentos mais baratos, entre outros, desde que o objetivo seja priorizar o Brasil e levar em consideração os interesses da classe trabalhadora.

 

O que não admitimos é que a classe trabalhadora não receba do governo o mesmo tratamento dado aos empresários. Digo isto porque a pauta de reivindicações da classe trabalhadora, até agora, ainda não foi levada em consideração pelo governo.

 

Para nós, a crise econômica internacional serve de desculpa para o governo engavetar todas as propostas. Já para os empresários, serve para atender várias reivindicações. Desde o início da crise em 2008, por exemplo, 41 setores da economia foram beneficiados com medidas de estímulo (redução do IPI), desoneração de folha de pagamento (alíquota de contribuição previdenciária de 20% sobre folha passou para 2% sobre faturamento) e financiamento mais barato.

 

Enquanto isso, os trabalhadores esperam, desde 1º de maio deste ano, que o governo cumpra a promessa que fez, em praça pública, de isenção de imposto de renda para a PLR – Participação nos Lucros e Resultados.

 

A medida, inclusive, contribuiria para complementar o projeto político e econômico do Brasil, que é manter a renda para manter o consumo e fortalecer cada vez mais o mercado interno, como diz o governo. O fim do Fator Previdenciário é outra reivindicação dos trabalhadores que não faz parte das prioridades da equipe econômica. A Câmara dos Deputados está pronta para votar e aprovar, mas por pressão do governo federal a pauta saiu, mais uma vez, da ordem do dia.

 

Os trabalhadores são protagonistas do processo de desenvolvimento do país e exigem participar da discussão sobre os rumos da economia. Queremos atuar diretamente no processo de decisão e não ser atores indiretos ou ignorados.

 

Queremos negociar com o governo e os empresários, desde que haja transparência e seriedade, estratégias de desenvolvimento sustentável com distribuição de renda, justiça social, fim da pobreza e pelo trabalho decente. E, claro, que nossas reivindicações sejam debatidas, negociadas e acordadas, pois isso faz parte do processo de negociação. O que não faz parte é engavetar reivindicações ou prometer e não cumprir, como é o caso da PLR, do fim do fator e das demissões no setor privado, apesar das medidas de estímulo a economia.

 

Vagner Freitas é presidente Nacional da CUT

Fonte: http://www.viomundo.com.br - Blog do Luiz Carlos Azenha

 

 

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Nos últimos 20 dias, de formas diferentes, os movimentos sociais pela moradia digna na cidade de São Paulo e nomes históricos da política habitacional e urbana, petistas e não petistas, disseram à equipe do prefeito eleito Fernando Haddad (PT-SP): o PP de Maluf na Secretaria da Habitação, não!

 

Por intermédio do vereador Antonio Donato (PT-SP), os movimentos sociais solicitaram uma audiência com Haddad para expor seus pontos de vista e reivindicações. Donato comanda a equipe de transição e será o futuro secretário de governo.

 

Em entrevista ao Viomundo, ele afirmou: “O Haddad disse que vai ouvi-los antes de tomar qualquer decisão”.

 

Pois a tão esperada audiência aconteceu na tarde dessa quarta-feira 5. As lideranças saíram frustradas, decepcionadas.

 

Confirmou-se o que temiam: Haddad assumiu compromisso com o PP (que os movimentos sociais chamam de PP do Maluf) de entregar ao partido a Secretaria da Habitação da cidade de São Paulo, caso fosse eleito. Desconhecido até ontem pelos movimentos sociais, o acordo foi firmado no início da campanha eleitoral com Aguinaldo Ribeiro, ministro das Cidades e deputado federal licenciado pelo PP da Paraíba.

 

“Por que o Haddad, no início da campanha, não disse que o acerto era esse?”, questiona uma das lideranças presentes à reunião. “Fomos traídos”.

 

“Haddad  nos contou que pediu a Aguinaldo Ribeiro a indicação de três nomes para a Habitação”, relata Luiz Gonzaga da Silva Gegê, vice-coordenador nacional da Central de Movimentos Populares do Brasil (CMP) e um dos dirigentes do movimento por moradias na cidade de São Paulo. “Segundo o Haddad, para ser escolhido o nome terá de preencher uma série de requisitos, entre os quais, não ser candidato a cargo eletivo em 2014, ter ficha limpa e ter perfil mais técnico do que político”.

 

Dos três nomes indicados pelo ministro das Cidades, dois não passaram na avaliação de Haddad. Um terceiro nome está sendo apreciado.

 

“Caso esse também não preencha os pré-requisitos estabelecidos, Haddad disse que fará uma escolha pessoal, que entrará na sua cota”, prossegue Gegê. “Disse-nos ainda que, aí, escolherá alguém do PT, um nome técnico, de grande peso”.

 

Nesta tarde, as lideranças dos movimentos sociais pela moradia digna e reforma urbana divulgaram esta nota sobre a reunião de ontem.

 

Lideranças de entidades reafirmam a Haddad que não aceitam Maluf e PP na Habitação

 

Na tarde desta quarta-feira (05/12), em reunião com o prefeito eleito Fernando Haddad, na sede do governo de transição, dirigentes de várias entidades e movimentos que lutam por moradia na cidade, reafirmaram a Haddad que não aceitam que a área de habitação seja entregue ao PP de Paulo Maluf.

 

As lideranças relataram ao prefeito eleito que diante do histórico de antagonismo entre eles e o Maluf e o PP na capital paulista não há espaço para diálogo.

 

E afirmaram que o PP e Maluf não terão condições políticas de implementar o programa habitacional apresentado por Haddad durante a campanha eleitoral, por isso reivindicaram que a pasta fique no comando do PT.

 

Mesmo diante do duro e corajoso posicionamento das lideranças, para decepção e frustração dos movimentos, Haddad confirmou que vai cumprir um compromisso já assumido com PP de Maluf no início de sua campanha e vai entregar a este partido a responsabilidade de comandar a área de Habitação.

 

As lideranças saíram insatisfeitas do encontro e reafirmando a contrariedade e a disposição de continuarem sua trajetória de luta contra a especulação imobiliária e em defesa da reforma urbana e da moradia digna.

 

As lideranças entendem que a sustentação de um governo que se diz democrático e popular passa também pelos movimentos populares, para além dos vereadores e partidos políticos.

 

São Paulo, 06 de dezembro de 2012.

 

União dos Movimentos de Moradia

Central de Movimentos Populares

Frente de Luta por Moradia

Movimento Nacional da População em Situação de Rua

 

Antonio Donato participou da reunião. Nós o contatamos para falar dos resultados e sobre a nota das entidades. Ele preferiu não se manifestar.

 

Fonte: http://www.viomundo.com.br - Blog do Luiz Carlos Azenha

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Desde 1948, quando foi criado o Estado de Israel em terras da Palestina, uma onda de violência e agressão marca o cotidiano do povo palestino. Todos os palestinos que lutam contra a ocupação israelense e pela independência nacional têm sido perseguidos, presos, torturados ou assassinados pelos sucessivos governos de Israel.

 

O Estado de Israel é hoje o campeão mundial em violações dos direitos humanos. É um Estado antidemocrático e racista, que pratica uma limpeza étnica em todo o território da Palestina ocupada. A legítima luta de libertação nacional palestina contra o colonialismo israelense já levou mais de 800 mil palestinos para as prisões israelenses.

 

Nós, abaixo assinados, condenamos as práticas de agressões diárias, cometidas pelo Estado de Israel, contra os presos políticos palestinos dentro das prisões israelenses. Condenamos as detenções contra o povo palestino, que almeja a liberdade e independência. Segundo os últimos relatórios de organizações de direitos humanos o número dos presos palestinos nas prisões israelenses chega a 4600, até o final de mês de outubro de 2012. Entre eles: 84 detidos administrativos, 189 crianças, 10 deputados, 9 mulheres, 530  que cumprem prisão perpétua, 451 sentenciados há mais de 20 anos.

 

Diante dessa situação exigimos:


1)  a revogação imediata das prisões administrativas, que carecem de qualquer fundamentação legal e são mais um instrumento ilegal das forças de ocupação;

2)  a proteção à dignidade e à vida dos presos que realizam greves de fome como protesto contra as suas precárias condições nas prisões;

3) o cumprimento dos acordos realizados entre os presos, a direção dos presídios e o serviço  de inteligência interna de Israel (Shein Beit);

4) imediata libertação de todos os 1027 presos que foram incluídos no acordo realizado em 2011, pois muitos dos libertados foram perseguidos e presos novamente pelas tropas de ocupação;

5) libertar imediatamente todos os deputados membros do Conselho Legislativo Palestino, que foram eleitos pelo povo para exercer seu mandato e fortalecer a luta democrática na Palestina, e que hoje se encontram nas prisões israelenses;

6) o fim da política de isolamento dentro das prisões, que submete o preso a condições muito mais desumanas, pois o excluí da possibilidade de contato com outros presos e com seus familiares;

7) a libertação imediata de todas as crianças e jovens menores de 18 anos, pois seus direitos fundamentais assegurados por diversas resoluções e pela própria Carta de fundação da ONU estão sendo cotidianamente desrespeitados nas prisões israelenses, como direito à saúde, à educação etc.;

8) a libertação imediata de todos os presos que se encontram com doenças consideradas graves;

9) atendimento médico digno e acesso à medicação e tratamento adequado, com possibilidade de visitas de médicos indicados por familiares e/ou organizações de direitos humanos que acompanham e prestam assistência e ajuda humanitária aos presos;

10) garantia ao direito à educação e acesso ao ensino superior no interior das prisões israelenses, com direito aos presos de ter acesso a livros, revistas e jornais;

11) que o Estado de Israel respeite e cumpra os acordos e as convenções internacionais de direitos humanos em relação aos presos políticos palestinos.

 

A luta dos presos políticos palestinos por melhores condições de vida nas prisões e por sua libertação é parte fundamental da luta por justiça e pela paz na Palestina. Não haverá paz sem justiça. E justiça hoje significa tratar com dignidade e libertar todos os presos políticos encarcerados por lutarem pela libertação de sua pátria. A luta do movimento de libertação nacional palestino contra a ocupação israelense é uma luta legítima, inspirada na heroica resistência popular de outros povos que também lutaram e venceram o colonialismo, conquistando assim seu direito inalienável à soberania, à independência e à autodetermninação.

 

Pedimos a todas as forças democráticas e progressistas do mundo, e suas organizações políticas, sociais, culturais e humanitárias, bem como aos governos que defendem e praticam os princípios fundamentais dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, que divulguem este abaixo-assinado e que façam chegar às autoridades israelenses em seus países, pois a causa palestina é hoje uma causa de toda a humanidade.

 

Ninguém pode ficar impune quando comete uma injustiça. Chegou a hora de o Estado de Israel ser julgado pelos inúmeros crimes que vem cometendo contra o povo palestino.

 

PAZ, JUSTIÇA E LIBERDADE PARA A PALESTINA!

 

Palestina livre!

Viva a Intifada! Resistência até a vitória!

Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino

"Um beduíno sozinho não vence a imensidão do deserto, é preciso ir em caravana"

 

www.vivapalestina.com.br

www.palestinalivre.org

 

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O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) enviou ofício na última sexta-feira (14) ao presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT-RS), e às lideranças partidárias, pedindo a derrubada de um projeto de lei que pretende acabar com o rótulo nas embalagens de alimentos transgênicos.

De acordo com a atual legislação, as embalagens desses tipos de alimentos devem conter rótulo informando se tratar de produto transgênico. O projeto de lei 4.14, de autoria do deputado ruralista Luiz Carlos Heinze (PP-RS), pretende acabar com a obrigatoriedade.

No documento, que também foi enviado ao líder da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional, deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), a presidenta do Consea, Maria Emília Lisboa Pacheco, lembra que “segurança alimentar e nutricional abrange a garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, estimulando práticas alimentares saudáveis”.

O Consea já obteve respostas de algumas lideranças informando que irão votar contra o projeto. Além disso, diversas entidades da sociedade civil têm se mobilizado para evitar o que consideram “uma ameaça à saúde e segurança alimentar da população”.

 

Fonte: Consea

 

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CARTA ABERTA DAS FAMÍLIAS ASSENTADAS NO MILTON SANTOS

 

Nós, assentados no Milton Santos desde 2006, fomos informados em julho de 2012 que havia uma ordem de reintegração de posse para o Sítio Boa Vista onde moramos. Seria de responsabilidade do INCRA a retirada das famílias e em caso de descumprimento da decisão o órgão deveria pagar uma multa diária de R$ 5.000,00 reais.

 

Desde então, realizamos uma série de reuniões de negociações com o INCRA em São Paulo e em Brasília, solicitando que o governo tomasse providências. O INCRA entrou com medidas para suspender o despejo que foram negadas pela justiça, sendo apenas estendido o prazo para que o INCRA retirasse as famílias - de 30 dias passou para 120 dias. Nesse ínterim, foram entregues cartas endereçadas à presidente Dilma no comício do PT em Campinas, tanto pelos representantes e aliados do assentamento como também pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

 

Também realizamos uma mobilização conjunta com outras forças políticas, a Fábrica Ocupada Flaskô e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, no escritório da Presidência da República em São Paulo. Fomos recebidos pelo "Bigode", assessor direto da presidência, que se dispôs a conhecer o assentamento. A visita foi realizada por ele em companhia de outro assessor ,o Sr. Feijó, no dia 30 de outubro. Neste dia, eles assumiram o compromisso público de realizar a única medida que pode reverter o despejo: a desapropriação por interesse social.

 

Infelizmente, o governo ficou nas promessas e sequer pagou a multa estimulada. Com isso, a massa falida da Usina Ester e a família Adalla entraram com um pedido de reintegração de posse imediata. Este pedido foi concedido pela Justiça Federal no dia 28 de novembro, dando um prazo de apenas 15 dias para que as famílias saiam voluntariamente. Caso contrário, será solicitada polícia militar e federal para cumprir a determinação da justiça.

 

Estamos cansados de promessas! Não acreditamos nos apelos dos mediadores do governo, que afirmam que a decisão política foi tomada, mas que a burocracia está atrapalhando a resolução do conflito.

Acreditamos que só a luta dos trabalhadores (assentados e aliados) poderá trazer a conquista.

 

Exigimos a DESAPROPRIAÇÃO IMEDIATA DO ASSENTAMENTO MILTON SANTOS!!!!

 

Americana, Assentamento Miltom Santos, dia 8 de dezembro de 2012.

 

Escreva e mande sua solidariedade para  Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

PROTESTO JUNTO AO GOVERNO DO ESTADO DE SAO PAULO:

 

ENVIE SUA MENSAGEM A  SECRERTARIA DA CASA CIVIL  DA PRESIDENCIA REPUBLICA,  pedindo providencias: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

 

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Ao se aproximar a desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsèdè, após mais de 20 anos de invasão, quando os não indígenas estão para ser retirados desta área, multiplicam-se as manifestações de fazendeiros, políticos e dos próprios meios de comunicação contra a ação da justiça.

 

Neste momento de desespero, uma das pessoas mais visadas pelos invasores e pelos que os defendem é Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia, a quem estão querendo, irresponsável e inescrupulosamente, imputar a responsabilidade pela demarcação da área Xavante nas terras do Posto da Mata.

 

As entidades que assinam esta nota querem externar sua mais irrestrita solidariedade a Dom Pedro. Desde o momento em que pisou este chão do Araguaia e mais precisamente, desde a hora em que foi sagrado bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, sua ação sempre se pautou na defesa dos interesses dos mais pobres, os povos indígenas, os posseiros e os peões. Todos sabem que Dom Pedro e a Prelazia sempre deram apoio a todas as ocupações de terra pelos posseiros e sem terra e como estas ocupações foram o suporte que possibilitou a criação da maior parte dos municípios da região.

 

Em relação à terra indígena Marãiwatsèdè, dos Xavante, os primeiros moradores da região nas décadas de 1930, 40 e 50 são testemunhas da presença dos indígenas na região e como eles perambulavam por toda ela. Foi com a chegada das empresas agropecuárias, na década de 1960, com apoio do governo militar, que a Suiá Missu se estabeleceu nas proximidades de uma das aldeias e até mesmo conseguiu o apoio do Serviço de Proteção ao Índio para se ver livre da presença dos indígenas. A imprensa nacional noticiou a retirada de 289 xavante da região os quais foram transportados em aviões da FAB, em 1966, para a aldeia de São Marcos, no município de Barra do Garças.

 

Em 1992, a AGIP, empresa italiana que tinha comprado a Suiá Missu das mãos da família Ometto, quis se desfazer destas terras. Por ocasião da ECO-92, sob pressão inclusive internacional, a empresa destinou 165.000 hectares para os Xavante que, durante todo este tempo, sonhavam em voltar à terra de onde tinham sido arrancados. Imediatamente fazendeiros e políticos da região fizeram uma grande campanha para ocupar a área que fora reservada aos Xavante, precisamente para impedir que os mesmos retornassem.

 

Já no dia 20 de junho de 1992, algumas áreas tinham sido ocupadas e foi feita uma reunião no Posto da Mata, da qual participaram políticos de São Félix do Araguaia e de Alto Boa Vista e também havia repórteres. A reunião foi toda gravada. As falas deixam mais do que claro que a invasão da área era exatamente para impedir a volta dos Xavante. “Se a população achou por bem tomar conta dessa terra em vez de dá-la para os índios, nós temos que dar esse respaldo para o povo” (José Antônio de Almeida – Bau, prefeito de São Félix do Araguaia). “A finalidade dessa reunião é tentarmos organizar mais os posseiros que estão dentro da área... Se for colocar índio no seu habitat natural, tem que mandar índio lá para Jacareacanga, ou Amazonas, ou Pará...” (Osmar Kalil – Mazim, candidato a prefeito do Alto Boa Vista). “Nós ajudamos até todos os posseiros daqui serem localizados... Chegou a um ponto, ou nós ou eles (os Xavante) porque nós temos o direito... Dizer que aqui tem muito índio? Aqueles que estão preocupados com os índios que tem que assentar. Tem um monte de país que não tem índio. Pode levar a metade... Na Itália tem índio? Não, não tem! Leva! Leva pra lá! Carrega pra lá! Agora, não vem jogar em nós, não... (Filemon Costa Limoeiro, à época funcionário do Fórum de São Félix do Araguaia)

 

A área reservada aos Xavante foi toda ocupada por fazendeiros, políticos e comerciantes. Muitos pequenos foram incentivados e apoiados a ocupar algumas pequenas áreas para dar cobertura aos grandes. O governo da República, porém, estava agindo e logo, em 1993, declarou a área como Terra Indígena que foi demarcada e, em 1998 homologada pelo presidente FHC. Só agora é que a justiça está reconhecendo de maneira definitiva o direito maior dos índios.

 

O que D. Pedro sempre pediu, em relação a esta terra, foi que os pequenos que entraram enganados, fossem assentados em outras terras da Reformas Agrária. Mas o que se vê é que, ontem como hoje, os pequenos continuam sendo massa de manobra nas mãos dos grandes e dos políticos na tentativa de não se garantir aos povos indígenas um direito que lhes é reconhecido pela Constituição Brasileira.

 

Mais uma vez, queremos manifestar nossa solidariedade a Dom Pedro e denunciar mais esta mentira de parte daqueles que tentam eximir-se da sua responsabilidade sobre a situação de sofrimento, tensão e ameaça de violência que eles mesmos criaram, jogando esta responsabilidade sobre os ombros de nosso bispo emérito.

 

5 de dezembro de 2012

 

Conselho Indigenista Missionário – CIMI - Brasilia

Comissão Pastoral da Terra – CPT - Goiânia

Escritório de Direitos Humanos da Prelazia de São Félix do Araguaia – São Félix do Araguaia

Associação de Educação e Assistência Social Nossa Senhora da Assunção – ANSA – São Félix do Araguaia

Instituto Humana Raça Fêmina – Inhurafe – São Félix do Araguaia

Associação Terra Viva – Porto Alegre do Norte

Associação Alvorada – Vila Rica

Associação de Artesanato Arte Nossa – São Félix do Araguaia

Grupo de Pesquisa Movimentos Sociais e Educação - GPMSE - Cuiabá

Associação Brasileira de Homeopatia Popular – ABHP - Cuiabá

Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso - FDHT - Cuiabá

Centro Burnier Fé e Justiça – CBFJ - Cuiabá

Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento – FORMAD - Cuiabá

Instituto Caracol – ICARACOL - Cuiabá

Rede de Educação Ambiental de Mato Grosso – REMTEA - Cuiabá

 

 

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Reportagem do Jornal O MOVIMENTO

 

Obs.: Segue, abaixo, o texto da reportagem, sem as fotografias e sem a formatação da versão imprensa do Jornal.

 

UNAÍ REGISTRA 1260 CASOS DE CÂNCER EM 2011. Agrotóxico na produção de feijão estaria aumentando casos de câncer.


Chamadas de capa:

 

a) Frei Gilvander Moreira diz que a construção de hospital do câncer em Unaí é sinal da gravidade do problema

 

b) A audiência pública foi realizada em Belo Horizonte, longe do problema

 

O deputado federal Padre João (PT/MG) denunciou, pela internet, que o uso indiscriminado de agrotóxico na produção de feijão elevou para 1260 o número de casos de câncer, em adultos e crianças, na região de Unaí, em 2011. A situação foi denunciada, também, na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, realizada em Belo Horizonte, dia 12 de dezembro, solicitada pelo deputado Rogério Correia (PT), que tratou, ainda, da criminalização de militantes vinculados a movimentos sociais. Ele explicou que, apesar da realidade local ser de amplo conhecimento público, o Judiciário protege empresas que usam defensivos e criminaliza os movimentos sociais. “É um fato inusitado. O feijão produzido em Unaí está envenenado e a punição recai sobre quem denuncia”, indignou-se. O deputado referia-se ao Frei Gilvander Luís Moreira, que, há um ano, mantém vídeo na internet denunciando o problema, e está ameaçado de prisão. PÁGINA 3

 

CARTA DO EDITOR José Edmar Gomes


Feijão de manhã, no almoço, na merenda e no jantar

 

Não bastassem o porquinho com cara de gente; a mula-sem-cabeça; a sucuri chifruda; o bicho-que-come-outros-bichos-e-ninguém-vê-o-bicho; os ataques dos romãozinhos do crack; o cachorro que bebe cerveja... A poeira arsênica; os loucos das escolas americanas; o fim do mundo dos malas, quer dizer, dos Maias... Agora nos vêm os grãos de feijão envenenados das terras das águas negras? É demais para o meu sertão! Vida mais que severina essa vida urucuiana: ou se morre por falta de feijão ou se morre comendo os seus grãos envenenados pelo negoção, que parece que quer matar o povo para ter a terra somente para si. Mas, assim, o negoção acaba matando é a si mesmo.

 

Já pensou se nós decidíssemos não comprar mais feijão na venda, na budega, no armazém, no supermercado, no hipermercado... A gente fica vivo e o negoção do feijão envenenado morre.

 

E se todos nós decidíssemos plantar o nosso próprio feijão? Feijão plantado no quintal, no jardim, no xaxim, no canteiro central da avenida, na beira da BR, das estradas, nas ruas, nas praças, nos buracos das calçadas, nos buracos do asfalto, nos lotes vazios...

 

Fava, feijão preto, feijão branco, feijão roxo, feijão rajado, feijão-guandu, feijão roxinho, andu, feijão pra todo lado. Feijão fradim, feijão padre, feijão frei, feijão bispo, feijão papa, feijão valha-me-Deus...

 

Essas pessoas que plantam feijão com veneno, que vendem feijão envenenado, que fazem de conta que feijão envenenado é bom, só podem estar loucas. Gente normal e decente não faz isso.

 

Autoridade que deixa feijão envenenado chegar à merenda escolar das criancinhas está prevaricando. E quem prevarica, um dia receberá terrível castigo: terá que encarar o ministro Joaquim Barbosa, em pleno plenário do Supremo Tribunal Federal. Já pensou?

 

Mas, há uma solução para esta insanidade toda. Sugiro que, depois que a polícia identificar quem está envenenando nosso feijãozinho de cada dia, que tais loucos sejam internados na clínica de recuperação de “loucos” de Unaí e que os enfermeiros e bedéis de lá os obriguem a comer feijão no café da manhã, no almoço, na merenda, no jantar...

 

Feliz Natal, de todo coração, a todos. E sem nenhum veneno.

 

Agrotóxico na produção de feijão estaria aumentando casos de câncer. Parlamentar diz que Judiciário local protege empresas que usam defensivos e criminaliza movimentos sociais

 

O número de casos de câncer em adultos e crianças, motivado pelo consumo e contato com agrotóxicos, está crescendo em Unaí, cidade a 100 quilômetros de Paracatu. Em 2011, segundo dados divulgados pelo deputado federal Padre João (PT/MG), na internet, o número de casos chegou a 1260. A gravidade da situação foi denunciada por movimentos sociais, professores e membros do Poder Judiciário, na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de MG, dia 12 de dezembro, solicitada pelo deputado Rogério Correia (PT), que tratou, ainda, da criminalização de militantes vinculados a movimentos ambientais e sociais. De acordo com o parlamentar, o assessor de Comunicação da Comissão Pastoral da Terra, Frei Gilvander Luís Moreira, estaria sendo ameaçado de prisão por juiz local, por ter disponibilizado um vídeo na internet, que traz depoimentos sobre os efeitos dos agrotóxicos na região.

 

Vídeo – O deputado Rogério Correia explicou que, apesar da realidade local ser de amplo conhecimento público, o Poder Judiciário tem protegido as empresas que fazem uso dos defensivos e criminalizado os movimentos sociais. “É um fato inusitado. O feijão produzido em Unaí está envenenado e a punição recai sobre quem denuncia”, indignou-se. Frei Gilvander confirmou as denúncias e apresentou o vídeo com depoimento sobre o uso de tóxicos no feijão. Ele destacou o fato de a cidade estar preparando a construção de um hospital do câncer, apesar de ter menos de 100 mil habitantes. “Nenhuma cidade no Brasil desse porte conta com um estabelecimento de saúde especializado para esse fim. É mais uma prova de que o problema é grave”, reforçou.

 

O Jornal O Movimento tentou ouvir autoridades da Secretaria de Saúde de Unaí sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição a Secretaria não retornou as ligações.

 

Irregularidades: O assessor do deputado federal Padre João (PT-MG), Francis Guedes, afirmou que existem agrotóxicos utilizados no Brasil de modo irregular, uma vez que teriam sido autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de forma fraudulenta. Segundo o assessor, por meio de laudos preparados com assinaturas falsificadas, os defensivos foram liberados sem análise laboratorial. “O deputado Padre João lidera, na Câmara dos Deputados, uma campanha contra agrotóxicos, que pretende sensibilizar o Governo Federal, por meio dos órgãos competentes, e realizar um estudo sobre o impacto do uso desses venenos na população de Unaí e região”, disse.

 

Vídeo relata até banhos de veneno

 

No vídeo postado no You Tube ainda no final de dezembro do ano passado, o Frei Gilvander Moreira entrevista a funcionária de uma escola de Arinos, chamada apenas por Edivânia e o produtor rural, Washington Fernandes Moreira. Os dois confirmam que o feijão consumido na região exala mau cheiro ao ser retirado da embalagem. Edivânia disse que qualquer cantineira de escolas da região sabe do problema. Ela afirma que, para ser consumido pelas crianças, é preciso colocar o produto de molho de um dia para outro e, antes de cozinhá-lo, “é preciso lavar e relavar de novo”. A funcionária concorda quando o padre relaciona o alto índice de casos de câncer em Unaí ao uso indiscriminado de agrotóxico no cultivo do feijão e revela que a escola está plantando seu próprio feijão para deixar de consumir o feijão fornecido pelo Programa da Merenda Escolar que, segundo ela, possui alta concentração de “veneno”.

 

O produtor rural Washington Fernandes Moreira, por sua vez, afirma que depois que se abre o saquinho de feijão, ninguém tem coragem de cozinhar o produto por causa do mau-cheiro. Ele diz que passou a produzir feijão na sua propriedade para não consumir o feijão vendido no mercado. Quando questionado pelo Frei do porquê de os produtores optarem por usar desfolhantes ao invés de capinar o mato no preparo da terra para o plantio do feijão, Washington responde que “é mais barato jogar veneno”. O agricultor explica que um litro de veneno custa R$ 12,00 e pode ser borrifado em meio dia de trabalho numa roça onde seriam pagos “de 100 a 200,00 contos” para ser limpa na enxada. “Mas o veneno fica na terra”, adverte Washington”. O produtor ainda revela o estranho caso do banho de veneno do qual ele foi uma das vítimas. “O avião passou baixinho e deu uma borrifada na caminhonete”, na qual ele e seus companheiros viajam.

 

“Tivemos que parar para lavar o carro. Ninguém agüentava o mau-cheiro”, revela. Washington conta ainda que seus companheiros de viagem também levaram banho de veneno quando andavam de moto pela região produtora de feijão. “Eles tiveram que jogar a roupa fora, lavar as motos e sentiram dor de cabeça e mau estar”. Em outro vídeo, também postado no You Tube, o deputado Padre João (PT-MG), presidente da Subcomissão de Segurança Alimentar da Câmara dos Deputados afirma que as Universidades Federais do Mato Grosso e do Paraná, além da Fiocruz, provaram o nexo direto entre o uso do agrotóxico na produção de feijão e o aumento no número de câncer em Unaí e, para ele, é um absurdo que esta situação tenha chegado à merenda escolar. O deputado cita os 1260 casos de câncer catalogados em Unaí, em 2011, e assegura que número tão alto não é registrado em lugar nenhum do mundo. “O ministério Público tem que punir quem está envenenando o povo”, afirma o deputado mineiro.

“Veneno está nas mesas das pessoas”

 

A professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Eliane Novato Silva, fez um relato técnico sobre os efeitos do contato com os agrotóxicos nas pessoas, especialmente em crianças. Ela garantiu que há evidências laboratoriais e teóricas de que os defensivos podem causar malefícios crônicos de curto, médio e longo prazo. Para ela, é preciso uma grande mobilização social para que essa prática seja banida da sociedade brasileira. “O veneno está na mesa das pessoas, tanto no campo quanto nas grandes cidades. Estamos consumindo produtos que já são proibidos em todo o mundo, há muito tempo, mas são permitidos no Brasil”, alertou.

 

O membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG, Élcio Pacheco, reforçou as palavras da professora e tratou como “genocídio” o uso de agrotóxicos no país. Para ele, é preciso que sejam criadas políticas de Estado que acabem com a situação desumana e degradante na qual vivem trabalhadores próximos às plantações. “O Poder Judiciário e o governo estadual são coniventes e protegem as empresas que fazem uso desse veneno contra as pessoas”, criticou.

 

Fiscalização - O representante da Fetaemg, Rômulo Luiz Campos, também criticou a atuação do Poder Judiciário em Unaí, que ameaça frei Gilvander por ter denunciado esta realidade. Segundo ele, os órgãos públicos deveriam fiscalizar os efeitos dos agrotóxicos nos alimentos e evitar que os casos sejam recorrentes no Estado. “A população de Unaí não é a única vítima desse mal. Outras cidades sofrem com o mesmo problema. A ALMG precisa exigir que o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) faça análises criteriosas dos alimentos que vão para as mesas das pessoas”, cobrou.

 

O procurador de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça e Conflitos Agrários, Afonso Henrique de Miranda Teixeira, destacou, ainda, que o uso do agrotóxico está diretamente ligado à reforma agrária. De acordo com ele, não se trata apenas de repartir terra, mas também de definir novos modos de produção no campo. “E o veneno, hoje, é usado em alta quantidade e toxidade”, salientou.

 

A defensora pública e coordenadora da Defensoria Especializada em Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais, Ana Cláudia Silva Alexandre, anunciou que foi aberto procedimento administrativo para averiguar o caso de Unaí, e que o problema é de saúde pública, impacta a Previdência Social e a Assistência Social.

 

FONTE: Jornal O MOVIMENTO

 

Ano XXIII, n. 431 – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. – Paracatu, MG – Dezembro/2012, matéria de capa e p. 3 toda. www.ada.com.br/omovimento )

 

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Insatisfação é maior entre os mais pobres; justiça é considerada desonesta por 64% dos pesquisados.

 

O relatório sobre a confiança da população na Justiça, elaborado pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostrou que 63% dos brasileiros estão pouco ou muito insatisfeitos com a atuação da polícia. O percentual de insatisfação foi maior entre os mais pobres, 65%, e ficou em 62% entre os mais ricos.

 

“É um dado alarmante, principalmente se considerarmos os últimos acontecimentos envolvendo o assassinato de policiais e diversas pessoas na periferia (de São Paulo)”, disse Luciana Gross Cunha, professora da FGV e coordenadora do Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil).

 

A pesquisa também traz o Índice de Confiança na Justiça que, no segundo e terceiro trimestres deste ano, registrou 5,5 pontos, considerando uma escala de 0 a 10. O índice é obtido com base em casos concretos, como quando o cidadão recorre ao Judiciário para resolver conflitos. O indicador leva em conta a opinião da população em relação à celeridade, honestidade, neutralidade e custos de acesso à Justiça.

 

Segundo a pesquisa, o Judiciário é considerado moroso para 90% dos entrevistados, por solucionar os processos de forma lenta ou muito lenta. Além disso, 82% das pessoas consideram alto ou muito alto os custos de acesso ao Judiciário e 68% acreditam ser difícil ou muito difícil usar o sistema. Outro dado revela que 64% dos pesquisados avaliam o Judiciário como nada ou pouco honesto, e 61% nada ou pouco independente.

 

No ranking das instituições mais confiáveis, as Forças Armadas lideram com 75% das opiniões, seguida pela Igreja Católica (56%), Ministério Público (53%), grandes empresas (46%), imprensa escrita (46%), governo federal (41%), polícia (39%), Poder Judiciário (39%), emissoras de TV (35%), vizinhos (30%), Congresso Nacional (19%) e partidos políticos (7%).

 

Foi avaliada também a confiança em relação a determinados grupos do convívio social. A família ficou em primeiro lugar, obtendo a confiança de 89%, seguida por colegas de trabalho (34%), vizinhos (30%) e, em último lugar, pessoas em geral (21%).

 

A pesquisa ouviu 3.300 pessoas no Distrito Federal e em sete estados (Amazonas, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul), no segundo e terceiro trimestres do ano.

 

Por Fernanda Cruz, da Agência Brasil.

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Para professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP, a falta de uma lei de imprensa, que poderia ser acionada em casos como esse, contribui para que distorções dessa natureza tenham graves consequências.

 

Os rappers Dexter e Cascão receberam inúmeras ameaças após uma entrevista, publicada no portal UOL na semana passada, associar a imagem dos cantores à facção criminosa PCC. A matéria, sob o título “Rappers ex-presidiários defendem PCC como grupo de resistência” gerou grande polêmica nas redes sociais.

 

Entre os cerca de 540 comentários da matéria, alguns leitores fazem ameaças diretas e indiretas. “Investiguem que esses fulanos estão mais ligados ao PCC e ao CV do que se pensa. Cobra venenosa se corta a cabeça quando nasce e ponto final”, diz um comentário. “PCC só existe num país de frangotes como na República da banana. Se fosse nos EUA, China, Rússia esses caras já estavam 1 metro embaixo da terra”, diz outro.

 

Para o professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da USP Laurindo Lalo Leal Filho (Lalo), a falta de uma lei de imprensa, que poderia ser acionada em casos como esse, contribui para que distorções dessa natureza tenham graves consequências.

 

“Diante desse desamparo, a sociedade fica vulnerável para sofrer ataques que vão desde crimes contra a honra até a imagem pública, chegando até aos limites da integridade física. A distorção pode levar a tal situação que tem pessoas que podem apelar para a violência física. Isso é gravíssimo”, ressalta Lalo.

 

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Dexter repudia matéria tendenciosa do portal UOL.
Foto: Guilherme Kastner

 

Ainda abalado com a repercussão negativa da reportagem, Dexter disse ao Brasil de Fato que o jornalista Rodrigo Bertolotto foi completamente tendencioso ao editar a entrevista. "Foi praticamente uma hora de entrevista. Mas, se você juntar os 19 trechos do vídeo que foi publicado vai dar no máximo 12 minutos. Ele foi maldoso, quis causar uma polêmica e é justamente aí que eu acho perigoso, pois coloca a minha integridade física em risco”, esclarece.

 

Por outro lado, Rodrigo Bertolotto disse que foi combinado com Dexter falar sobre a onda de violência na periferia e que quase 1/3 da entrevista entrou na matéria. Ele ressaltou ainda que é raro um veículo de comunicação dar esse espaço para um personagem. (assista ao vídeo de Dexter em repúdio a matéria do UOL)

 

Outro sentido

 

Dexter ressaltou ainda que assuntos como a importância cultural do movimento Hip Hop e o projeto particular que ele desenvolve nos presídios, tratados durante a entrevista e que foram tirados na hora da edição, dariam outro sentido à matéria.

 

“Hoje eu volto para dentro da prisão para desenvolver um trabalho que vai na contramão de tudo aquilo que o jornalista tentou dizer que eu faço ou que eu apoio”, afirmou se referindo ao projeto “Como vai seu mundo?”, realizado dentro dos presídios através de oficinas de cultura e arte.

 

Combinado

 

De primeiro momento a entrevista seria realizada junto aos poetas Ferréz e Sérgio Vaz, e também com o rapper Thaíde, dando a entender que a pauta abordaria iniciativas de agitação cultural. De acordo com Dexter, como os três não tinham uma data para fazer a entrevista, a proposta então seria fazer com o rapper Marcão, do grupo DMN, e Cascão, do Trilha Sonora do Gueto. “Mas essa proposta eu não aceitei. A produção (do UOL) então ligou novamente, após a minha produtora dizer que eu não faria. Então o combinado foi que a entrevista seria só comigo. Foi quando eu aceitei fazer, porque o tema não era só violência”, contrapõe Dexter.

 

Outra visão

 

Desde abril do ano passado, quando ganhou liberdade permanente após passar 13 anos na prisão, Dexter visita unidades prisionais em todo o território nacional, levando aos reeducandos mensagens de perseverança, autoestima, conscientização política e social. O projeto “Como vai seu mundo?” é uma iniciativa que conta com a parceria do ex-juiz corregedor da Vara de Execuções Criminais de Guarulhos, Jayme Garcia dos Santos Júnior, e dos apoios do Coletivo Peso e do Instituto Crescer.

 

Nota de esclarecimento

 

Surpreendidos pela matéria com o rapper Dexter, veiculada pelo Uol na última sexta-feira, dia 07/12/2012, a assessoria de imprensa do artista, juntamente com o mesmo, se vê no direito e na obrigação de manifestar seu repúdio com relação ao conteúdo da edição do material. Em primeiro lugar, gostaríamos de deixar claro que o artista não pertence e, tampouco, representa o PCC, facção que, segundo a mídia, atua dentro e fora dos presídios de São Paulo. Também reforçamos que, em momento algum, o rapper defende a violência como solução para problemas sociais ou de qualquer ordem.

A pauta nos foi proposta tendo como único entrevistado o Dexter. Não fomos informados que a opinião dele seria associada deliberadamente a de outras pessoas, pelo contrário, já que o artista concedeu a entrevista sem a presença de nenhum outro entrevistado. A conversa com o jornalista Rodrigo Bertolotto teve duração de cerca de uma hora e foi editada de maneira irresponsável, em vídeos de curta duração, dando ênfase apenas para trechos da fala do artista, induzindo o leitor a acreditar que o rapper faça apologia ao crime e ao PCC.

Conforme conversado previamente com o jornalista e com a produtora da reportagem, o tema em questão é bastante delicado e a forma como o material foi publicado tendencia o leitor a acreditar em uma posição que não condiz com o pensamento do artista, além de colocar em risco sua credibilidade e integridade física, e de comprometer a reputação do Hip Hop, estigmatizando o movimento.

A pauta proposta era que o Dexter abordasse temas como violência, juventude, periferia, carreira artística e Hip Hop no momento atual. Entretanto, toda a parte da entrevista em que ele fala sobre sua carreira, assim como sobre o projeto “Como Vai Seu Mundo”, desenvolvido pelo rapper dentro do sistema carcerário, ficaram integralmente de fora da edição do material publicado. Estas informações são essenciais para compreender a visão do artista sobre os assuntos em questão.

Vale lembrar também que Dexter já cumpriu seu período de reclusão e, hoje, se dedica exclusivamente a difusão de sua música e de palestras que visam sempre a paz e a conscientização de que o crime não compensa. É lamentável que o passado do artista tenha sido colocado em primeiro plano, deixando de lado seu momento atual de êxito profissional e o impacto positivo de suas mensagens.

Atenciosamente,

Dexter e Boia Fria Produções

José Francisco Neto, Brasil de Fato.

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No lançamento da obra “Mães de Maio, mães do cárcere – A periferia grita”, movimento pede paz e desmilitarização das polícias.


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Livro “Mães de Maio, Mães do Cárcere – A Periferia Grita” (Foto: Igor Carvalho)

 

O movimento Mães de Maio, formado por uma rede de mães, outros parentes e amigos de pessoas assassinadas pelo Estado, lançou na última quarta-feira (5) seu segundo livro: “Mães de Maio, mães do cárcere – A periferia grita”. Com a participação de poetas da periferia, rappers e jornalistas, a publicação é um protesto do grupo contra a violência que, mais uma  vez, assola as periferias das cidades de São Paulo.

 

Para Danilo Dara, um dos editores da obra e membro do coletivo, “o livro, de forma especial, está dedicado às vítimas dos crimes de 2012 nas periferias”. O lançamento foi feito no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, na região central da cidade, e o presidente da instituição, Guto Camargo, ressaltou a importância de o movimento contar sua própria história enquanto ela ocorre. “Somente agora, estamos estudando as resistências indígenas na construção da Transamazônica, ou a resistência à Ditadura Militar no Araguaia, é fundamental que vocês já estejam escrevendo nossa história”.

 

Para Débora Silva, fundadora das Mães de Maio, há uma “evidente perseguição, aos jovens negros, periféricos e pobres”. “Exigimos que o Estado nos respeite. Esses jovens estão com sua pena de morte decretada nas periferias”, disse ela, emocionada durante o lançamento.

 

Conexão Brasil-Palestina

 

As Mães de Maio receberam o apoio do grupo Palestine Sunbird, através de seu fundador Qais Al-Hinti, que conheceu Débora no Fórum Mundial Social Palestina, que ocorreu no começo de dezembro, em Porto Alegre (RS). O ativista palestino passou por São Paulo para acompanhar o trabalho das mães e divulgar a causa palestina, e diz ter ficado “assustado com a violência em São Paulo”. Al-Hinti usou números palestinos para atacar os índices paulistanos. “Nos últimos ataques na Faixa de Gaza morreram 170 pessoas, fiquei muito surpreso ao saber que em São Paulo morreu muito mais gente”, comparou o ativista.

 

Por Igor Carvalho, SpressoSP.

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